Capítulo IX

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Aziraphale ainda estava doente. Crowley fazia milagres para diminuir a dores do seu amado e Ariel cuidava do loiro quando o ruivo precisava (mesmo a contra gosto) sair.


Azi e Ariel assistiam algo na TV, Crowley havia saído com a promessa de que logo voltaria para seu anjo. Os dois seres estavam amontoados em um monte de cobertores quando a campainha toca incessantemente.

- Porra - Ari saiu do lugar quentinho e foi indo até a porta - JÁ VAI MERDA - gritou para a pessoa parar de tocar a campainha.

O ser abriu a porta e lá estava seu pior pesadelo.

Gabriel.

- O que você faz aqui? - disse surpreso, e levemente irritado ao mesmo tempo, já entrando na casa sem nem ser convidado.

- Ei, você não tem educação? Você nem sabe quem eu sou! - Ariel fechou a porta e foi indo atrás do intruso.

- Claro que sei! Sei até demais - disse e se virou para o demônio com desgosto no olhar - você é a cria de Lúcifer e é uma aberração - e se virou novamente, indo até o anjo que estava todo enroladinho nos cobertores.

Gabriel puxou todos os cobertores que estavam em cima do anjo, o assustando.

- SAI DE PERTO DO MEI PAI BICHO CHATOOOO - Ari puxou o braço do arcanjo irritante.

- Gabriel? O que fazes aqui? Me devolva as cobertas, por favor. Estou com frio - o loiro estava meio lento por causa do estranho resfriado - por favor.

O arcanjo colocou as cobertas todas bagunçadas em cima do anjo novamente.

- Como ousa se relacionar com uma criatura do outro lado? - o recém chegado questionou com fúria o anjo que agradecia por ter as cobertas de volta.

- Ele não está bem para conversar, eu posso te explicar tudo, venha - Ariel explicou com calma, tentando não matar o arcanjo e indo até a cozinha.

Gabriel se questionou se deveria ir, mas, no final, resolveu seguir o ser. Ao chegarem na cozinha, Ariel puxou uma cadeira para o outro se sentar, tentando ser legal.

- Por que aquele anjo inútil não está "bem para conversar"? - disse se sentando e entrelaçando os dedos em cima da ilha da cozinha.

- Então... - Ari começou - Ele pegou algum tipo de resfriado angelical... Eu... Não sei explicar. Só quero te pedir uma coisa - e encarou o arcanjo que observava a cozinha.

- Fala - disse sem nem prestar atenção no serzinho.

- Presta atenção, seu bocó! - exclamou estalando os dedos na frente de Gabriel, que rapidamente voltou sua atenção para a fala alheia - Eu quero que você me ajude com essa coisa que ele pegou.

- E por qual motivo eu faria isso? - o arcanjo disse cruzando os braços, tentando encontrar algum traço de pegadinha no olhar do demônio à sua frente.

- Talvez porque ele é um anjo que veio do céu, assim como você, é precisa da sua ajuda? - Ariel exclamou já se exaltando.

Mas viu que não conseguiria nada se matasse aquele ser, então se acalmou novamente. Quando ia pedir a ajuda do arcanjo novamente, ouviu a porta se abrindo e a voz de Crowley ecoou pela sala até a cozinha.

- Meu anjo, como você está, meu bem? - disse se abaixando próximo de seu amado que estava deitado no sofá.

- Crowley? - o anjo despertou - Meu querido, vá embora - disse se sentando e já se desesperando, lembrando-se que Gabriel estava na casa.

- Mas... Eu... Mas eu te amo, anjo - o demônio não estava entendendo nada, mas se sentia triste por ouvir Aziraphale dirigindo aquelas palavras para ele.

- Não é isso, meu amor - o anjo empurrava levemente o demônio que estava estático, ajoelhado no chão e proferindo promessas de amor para ele - Eu também te amo, Crowley, mas você precisa ir agora!

- Mas... - quando ia dizer novamente que amava o anjo, sentiu a aura diferente - Ah, entendi - se levantou e deu um selinho rápido no anjo e estalou os dedos, sumindo num piscar de olhos.

- ONDE ESTÁ AQUELE DESGRAÇADO? - Gabriel chegou correndo na sala, pronto para arrebentar Crowley - Cadê ele? - olhou em volta - ME DIGA ONDE ELE ESTÁ! - gritou pegando os ombros de Ariel e chacoalhando.

O serzinho só olhava para seu pai que estava atuando com uma cara de "não sei de nada".

- De que estás falando, Gabriel? - Azi questionou com a voz mais cínica do mundo e com as mãos entrelaçadas.

Ele estava fazendo a egípcia.

- Eu tenho certe a que ele estava aqui, eu senti! - o arcanjo estava surtando, procurando em todos os cantos da sala - ME DIGA ONDE ELE ESTÁ AGORA! - pegou novamente os ombros de Ariel, tirando o corpo alheio do chão. Apertou os ombros dos ser com mais força, fazendo-o estampar uma careta de dor.

- SOLTE ARIEL, AGORA GABRIEL - Aziraphale se exaltou e foi na direção do arcanjo com raiva e começou a desferir tapas no mesmo.

O mais velho, para não se exaltar demais, simplesmente sumiu num piscar de olhos.

Ariel, que estava sendo levantade pelo arcanjo, acabou caindo com força no chão.
Azi se abaixou e ajudou Ari a se levantar.

- Ele me paga, aquele metido - o serzinho disse ajeitando a roupa, até que percebeu que Aziraphale ainda estava abaixado, com a mão na cabeça - Pai? O que houve? - e foi até o anjo, encostando as mãos nos ombros do mesmo e fazendo uma leve massagem.

- Acho que eu me esforcei demais, meu bem- pontuou tentando se levantar, novamente sem sucesso - Acho que vou precisar de ajuda para sair daqui - e deu uma risadinha.

- Deixa que eu te ajudo,meu anjo - Crowley apareceu do nada e ajudou o anjo a se levantar, apoiando-o em seu ombro.

- Ai que susto, meu amor - Azi riu novamente, mas dessa vez, um riso apaixonado enquanto observava cada detalhe do rosto de seu amado.

- Lógico, o bicho brotou da cerâmica - Ariel acompanhava os dois até o sofá e ajudou o anjo a se sentar.

- O que houve aqui? - o demônio mais velho questionou vendo várias coisas fora do lugar, sabendo que o anjo é bem perfeccionista.

100 Bad DaysOnde histórias criam vida. Descubra agora