Capítulo XVI

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Aziraphale se sentou no sofá seguindo as instruções da bruxa tendo um Crowley observador ao seu lado. Assim que a garota começou o feitiço, Ariel chega, logo perguntando ao seu pai quem era moça. O ruivo fio para a cozinha seguido por um demônio apreensivo.

- Ari, perderemos nossos poderes. Seremos humanos e aquela mulher na sala está ajudando com isso – diz o ruivo explicando o que sabe para Ariel, ajudando com os sorvetes.

- O que? Mas eu não entendo. Por que? - o demônio mais novo se agita ainda mais, sentindo lágrimas querendo aparecer.

- Não se preocupe - diz o mais velho voltando para a sala e se sentando novamente ao lado de um Aziraphale desacordado - Vai ficar tudo bem – e sorriu.

Após ponderar o suficiente, Crowley se deixou passar pelo mesmo que Aziraphale, caindo em um sono pesado mesmo estando preocupado em proteger seu anjo. Todos ali sabiam que sem poderes e sendo completamente humanos, seria praticamente impossível de localiza-los. Não havia nada que Anathema poderia fazer em relação aos poderes de Ariel, então o demônio decidiu que iria lutar para proteger seus pais e o planeta onde cresceu.
Assim que terminou seu trabalho, Anathema se foi, deixando algumas instruções para Ariel caso algo fosse errado. Angustiantes minutos passaram e os agora seres humanos acordaram.
Crowley tinha olhos âmbar, sua tatuagem de cobra era agora uma mera tintura, não significava mais tanto. Aziraphale continuava o mesmo e mesmo tendo acabado de se transformar, já se questionava sobre o que a mortalidade poderia trazer para si.

"Talvez levarei mais em conta aquilo de viver o momento", pensou. E estava certo; nada mais seria para sempre.

- Estão bem? Como se sentem? Precisam de algo? Sentem dor? – Ariel bombardeou os pais com preocupações.

- Me sinto...Diferente...Preciso de crepes – afirmou o loiro indo para o cozinha, pensativo.

"Eu vejo. Muito diferente", Ariel pensa.

Crowley continuava calado, tendo o olhar de Ariel preso em si por alguns minutos assim que o ex-anjo se retirou.

- Pai? – o demônio mais novo se preocupa.

- Quero comprar uma cobra – disse subitamente.

- Que?

- Uma cobra. Quero uma. Onde posso comprar uma cobra? – perguntou olhando para o além e deixando o silêncio viver após.

- Ok, depois veremos isso da cobra. Precisamos pensar no que fazer! Os outros demônios devem estar prestes a sair do inferno atrás de mim – disse quase suplicando para que seus pais (principalmente Crowley) tomassem o senso sobre a situação novamente.

- AZIRAPHALE! – assustou Ariel quando se levantou correndo e foi para a cozinha quando se lembrou da (quase) guerra que queriam evitar – PARA ONDE VAMOS FUGIR? O QUE FAREMOS? ARIEL VAI ESTAR BEM? E O PLANETA? EU AINDA QUERO UMA COBRA! – choramingava e gritava ao mesmo tempo, andando em círculos pela cozinha.

- Primeiramente, se acalme querido – o loiro morde a crepe recém preparada – Já pensei em tudo, nós ficaremos bem e- espera, uma cobra? – questionou.

- Isso, uma cobra de estimação! – o ruivo dá um sorriso radiante.

- Depois a gente lida com o esse lance da cobra. Não temos tempo! – Ariel aparece no cômodo.

Assim que termina de falar, o demônio escuta barulhos estranhos vindos do jardim e sente algo em si. Uma sensação de medo e o pensamento de que tudo pode já estar perdido.

- Se escondam! Eles estão aqui!

Os dois humanos correram para se esconder mas não antes de pedir mil vezes para que Ariel tomasse cuidado.
O demônio sabe que estão esperando por si e que não esperaria por muito tempo. Após respirar fundo, se direcionou ao encontro.

O susto que levou não foi pequeno. Se espantou não pela quantidade de demônios ali (que não era grande) e sim por quem estava ali.

Beli. A única amiga que Ariel teve em toda sua vida. A única que teve coragem de se aproximar da cria de Lucifer.

Não acreditava em como estava diferente. Parecia mais rancorosa que nunca. E como queria dizer a ela.
Mas sabia que a amizade entre os dois havia morrido, sabia que Beli não estava ao seu lado dessa vez e sabia que possivelmente nunca mais estaria.

- Se lembra de mim ou não se deu ao luxo de se lembrar da sua amiga? – Beli sabia que deveria afetar Ariel com suas palavras, era seu trabalho ali, mas não conseguia evitar a nostalgia dos três anos que passaram quase grudados na infância.

- Me surpreendo em te ver, Beli. Estão aqui para me levar? - pergunta aos outros demônios.

- Está completamente enganado. Estamos aqui para te matar, Desertor.


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Olá, meus queridos leitores.

Gostaria de informar que os próximos capítulos serão os últimos dessa etapa. Já lembro que o primeiro capítulo da próxima etapa será postado daqui uns minutos em uma nova história entitulada "100 Bad Days II".

Obrigada por lerem minha história. 

love you all <3

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