My Domme (G!P)

Introdução

Olhava minha caneta sobre a mesa, era inverno, meus dedos estavam congelando assim como meus pés que estavam cobertos por botas que não esquentavam, porém eram estilosas. O sr. Johnson escrevia no quadro negro de forma apressada, parecia atrasado para algo, ele era uma homem relativamente normal, tinha uma barba mal feito, olheiras e os dentes eram levemente amarelos, seu semblante sempre era cansado, não fisicamente; mas como se a vida não fosse mais o suficiente pra ele. O sr. Johnson parou o que estava fazendo e guardou giz, voltou a se sentar, mas ninguém prestava atenção.

O barulho estridente do sinal é ouvido por mim, fazendo com que eu puxasse a minha bolsa e saísse daquele lugar, pisei fora daquela sala e finalmente o ar livre me tomou, mas essa paz durou pouco, pois a voz da minha amiga pode ser ouvida por mim.

- Maiara! -Me virei para ela, agora caminhando em sua direção, assim como ela vinha na minha -O que aconteceu ontem, seus pais descobriram?

Laura e eu fomos a uma festa a uns dois meses, era a mais importante festa do ano, só pessoas da alta sociedade iriam e minha amiga havia ficado sabendo, então era óbvio que eu iria.

Mesmo assim eu havia sido proibida de ir por dois motivos pequenos...

um: ela durava a noite inteira

Dois:era para maiores de 18

Minha amiga então teve a brilhante idéia de nos arranjar identidades falsas, e mesmo que eu odiasse me meter em encrencas desse tipo, ainda sim indo pra várias festas pra maiores, aquela seria mais do que necessário. A festa se resumiu a Laura e eu bebendo até o sol aparecer, enquanto os mais velhos naquela festa ou estavam dormindo, ou bêbados. Lembro-me bem que minha amiga tinha problemas com álcool e por isso tivemos que ir embora dali de carona básica, e isso me custou 500 dólares.

-Não Lau, minha mãe queria apenas me dizer que tinha uma surpresa para mim -Ela faz menção de andar e acompanho a mesma. Os corredores eram sempre movimentados, principalmente a essa hora, pois era fim de aula e os alunos se sentiam livres -Sinceramente não acho que ela tenha descobrido, meus pais são chatos, mas são tapados

Eu sabia disso, Almira e Marcos sempre me viram como a menininha obediente e de certa forma eu era, afinal eu sempre tive tudo que eu queria, era um preço aceitável obedece-los em troca de ganhar tudo que eu tenho direito. Não sou uma pessoa fútil, mas sei aproveitar bem meus privilégios, e meus pais sabem que eu irei obedecer sem reclamar, pelo menos, é isso que pensam.

-Ainda bem, porque se os seus contarem para o meu, irei ficar de castigo pro resto da vida...

Laura começava a falar de como seu pai era rígido, minha amiga havia tido uma infância complicado, afinal perder a mãe não é fácil para ninguém, principalmente pra Lau que sempre fora mimada por sua mãe antes de sua súbita morte.
Senti um calafrio na espinha, mas não era sobre lembrar da mãe de Laura e sim aquela sensação de estar no olho de alguém, exatamente a essa hora todos os dias eu me sinto assim, como se estivesse sendo observada, me sinto como se a cada lugar que eu vou, irei estar na mira de alguém, e mais louco de tudo isso é que eu olho para todos lados e não tenho uma pista se quer de quem quer que esteja me olhando.

(...)

Meus pés estavam enrugados, olhei para o relógio e então me dei conta que já passava da meia noite e meus pais ainda não tinham voltado. Almira e Marcos estavam em uma reunião de negócios que surgiu do nada deixando os dois misteriosos, meus pais sempre foram transparentes, mesmo quando o assunto é trabalho porque sou a filha mais velha e fazem questão de me ensinar como gerênciar uma empresa, ambos trabalham na empresa da família, a marca Perreira's é conhecida por todos em todos os EUA,e o melhor de tudo era que eu iria herdar esse legado.

-Balala?

Escuto a voz de Helena, o que me desperta na hora, me fazendo entender que eu estava a bastante tempo no banheiro.

-Ja saio lena.

Eu me perguntava o que minha irmã mais nova ainda fazia acordada, meus pais haviam me avisando antes de sair que a Elena já estava dormindo, vai ver a teimosia é de família. Minha irmã nasceu 13 anos depois de mim, me levando a crer que a sua vida pode mudar da forma mais radical possível, ou seja, a sua mãe parcialmente estéril engravidar do nada. Helena é o tesouro da família, é vista como um bebê por todos, principalmente por mim que sempre faço de tudo para agradar a minha maninha, pois quando crescer eu quero que ela seja uma imagem perfeita de mim.

Abri a porta do banheiro vendo a minha princesa com um sorriso sapeca, seus dentinhos eram bem pequenos assim como seus olhos, o cabelo era liso e bem negro, não eram castanhos como os meus.

-Cadê a mamãe?

Seu apego com a Almira era impressionante, mesmo que minha mãe fosse a pior com a mesma, Helena não se cansava de bajular e procurar pela mãe.

-Saiu com o papai... reunião de negócios.

Fiz seu rostinho assentir, e então me vesti. Assim que terminei eu a olhei bocejar, o que me fez pegar a mesma no colo e me deitar com ela. Minutos velando seu sono eram como horas, eu amava ver a Helena dormir, mas já ia dar uma da manhã e meus pais nem se quer deram sinal, muito menos uma mensagem. olhar Helena me fazia lembrar da minha infância, de como grande parte dela eu me mantive quieta e respeitadora, meus pais fazem de tudo para me manter na linha, eu sinceramente não posso nem escolher alguém para passar o tempo comigo, porque se eles não aprovarem eu perco pessoa em questão de horas. Foi assim com Mateus

A porta no andar de baixo se abriu dando a entender que eles haviam chegado, sendo assim me levantei da cama e caminhei para fora do quarto.
Já nas escadas posso ver meu pai com um sorriso satisfeito no rosto, ele parecia orgulhoso de algo e seus olhos brilharam ainda mais ao me ver, já minha mãe por outro lado tinha uma pitada decepção no olhar.

-Acho que nunca fôssemos saber? -o tom da minha mãe era manso, o que me deixava ainda mais assustada -Quando pretendia nos contar?

Eu logo entendi aonde ela queria chegar, ela estava sendo direta e objetiva, então eu tinha noção que ela provavelmente descobriu algo que eu fiz, e nos últimos foi bastante coisa.

-Na faculdade, provavelmente

Minha mãe se levantou furiosa, era uma mulher geniosa, poderia até se dizer que havia puxado a mesma quando se trata de raiva.

-Você tem noção do quanto isso foi irresponsável, seu pai eu estamos mortos de vergonha -Ela diz irritada -Esse tipo de comportamento não será mais tolerado Maiara. Eu não quero mais saber por terceiros onde vocês anda se enfiando

E la vamos nós de novo, eu só fazia as escondidas porque sei que eles nunca me deixariam fazer nada.

-É só uma festa., podemos esquecer o assunto?

Finalmente meu pai resolve se pronunciar

-Nunca soube medir a consequência de seus atos, mas felizmente a males que vem para o bem, e eu não poderia estar mais satisfeito com a notícia que vou te dar

Isso me deixou intrigada, mas ao contrário do meu pai que parecia orgulhoso, minha mãe não estava com a melhor cara.

-O que quer dizer com isso?

Meu pai sorri e se aproxima tocando meu rosto de forma delicada, seu sorriso era malicioso e intrigante, eu estava me mordendo de curiosidade.

-Sua mãe e eu acabamos de voltar da casa de uma mulher extremamente poderosa -Que meus pais tinham contato com pessoas poderosas eu já sabia, mas mulheres em nova York eram poucas, eu só conhecia o nome de uma, mas era só nome mesmo - Marilia Mendonça, já ouviu falar? -Sim, quem não sabia quem era? Eu nunca a tinha visto, nem mesmo nas festas que eu ia, mas sempre escutei seu nome em boatos ou devo ter visto em alguma revista, mas nunca vi seu rosto e nem tinha curiosidade -Pois bem, ela quer se casar com você Maiara, não é maravilhoso? Nem pense em dizer não.