Aquele que espreita a escuridão

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A noite ainda permanecia fria e, apesar de a névoa na cidade ter se dissipado um pouco, os amigos se encontravam um tanto perdidos. O mapa que tinham não indicava nenhum posto de gasolina com poucas opções, eles decidiram seguir em direção ao centro da cidade, que parecia ser a melhor aposta para obter informações e encontrar ajuda.

O silêncio perturbador da cidade deserta os acompanhava a cada passo, e o som de seus próprios passos parecia ecoar pelas ruas vazias. As luzes dos postes de rua lançavam uma luz pálida e inquietante sobre os arredores, criando sombras alongadas que pareciam se mover a cada movimento.

                   - Olhem aquilo - apontou Bruno.

Eles correram até o local, e lá havia um rastro enorme de sangue pela calçada, como se algum corpo tivesse sido arrastado dali. Mais à frente havia mais rastros e mais sangue, indicando que algo terrível havia acontecido ali. Os amigos se entreolharam, com expressões de preocupação e inquietação.

                   - O que será que aconteceu aqui? - perguntou Lucas, olhando ao redor com apreensão.

                   - Não faço ideia, mas isso não parece nada bom - respondeu William, enquanto olhava para os rastros de sangue com uma expressão de repugnância.

Eles seguiram o rastro de sangue, cada vez mais inquietos com o que poderiam encontrar. A escuridão da noite parecia engolir tudo ao redor o vento batendo no telhado abandonado dos comércios fechados fazia um som assombroso, ao chegarem a uma esquina, viram que os rastros de sangue levavam até uma entrada de um beco escuro e estreito.

No momento de frete ao beco, os garotos ouviram um barulho de ferro arrastando no chão como de uma lâmina sendo arrastada, algo estava se aproximando. Eles pararam e olharam em volta, tentando identificar a origem do som, mas a escuridão e o nevoeiro dificultavam a visão. O rádio vermelho que Bruno pegou do carro de James começou a emitir um som estranho, como se a frequência estivesse ruim e distorcida.

                    - O que é isso? - perguntou Lucas, segurando o rádio e tentando ajustar os botões.

                   - Não faço ideia, mas não parece nada bom... Ouviram isso? - respondeu William, olhando ao redor com apreensão.

O som da lâmina arrastando se aproximava cada vez mais, e os amigos sentiram um arrepio na espinha. A estática do rádio ficava mais intensa, e por um momento eles pensaram ouvir vozes sussurrando em meio à distorção. De repente, o rádio emitiu um chiado alto e agudo, fazendo com que eles o largassem e cobrissem os ouvidos.

Então, do nevoeiro adiante, surgiu uma figura macabra e assustadora. Era uma criatura alta e esguia, com uma lâmina longa e afiada presa ao braço como se fosse uma extensão do próprio corpo.

As luzes piscavam intermitentemente, criando sombras que pareciam se mover e distorcer pela rua vazia. Os garotos trocaram olhares nervosos, tentando entender o que estava acontecendo.

Os amigos mal tiveram tempo de reagir quando o horrendo monstro se lançou em sua direção com um urro aterrorizante. A visão daquela criatura macabra, vestindo retalhos de carne humana e empunhando uma lâmina enferrujada, congelou-os momentaneamente de terror. O cheiro nauseante de carne podre chegou até o nariz dos garotos congelados de medo, tornando o ambiente ainda mais opressor.

A lâmina com mais de 2 metros de espessura o monstro arrastava-se no chão, criando faíscas e fazendo um barulho assustador conforme ele se aproximava. Era uma ameaça iminente e mortal, e os amigos sabiam que precisavam agir rápido para sobreviver.

Monstro se aproximou rapidamente do grupo, mas rapidamente Bruno e Lucas puderam escutar disparos de arma de fogo.

Os disparos ecoaram pela noite, perfurando o ar com o som ensurdecedor dos tiros. William conseguiu acertar a criatura diretamente na cabeça, causando uma sequência de estalidos e luzes nos olhos do monstro. A criatura, atingida pelos tiros, urrou de dor e confusão, perdendo momentaneamente o rumo.

Os amigos não perderam tempo e aproveitaram a oportunidade. Com o monstro momentaneamente desnorteado, eles se viraram e correram o mais rápido que podiam, afastando-se daquela ameaça.

O pânico cresceu quando perceberam que estavam separados, cada um em uma parte desconhecida daquela cidade deserta e assustadora. A escuridão era opressora, e a sensação de isolamento aumentava a cada segundo. Eles gritaram um pelo outro, mas o som parecia ser absorvido pelo vazio ao redor. 

Whitechapel: Sombras do CultoOnde histórias criam vida. Descubra agora