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Acordo como todos os outros dias, e me pergunto o porquê disso.

Minha vida é um lixo. Levanto da cama e vou directo pro banheiro, enquanto reclamo da minha vida

Entro no box ligando e deixando a água cair sobre mim.

Logo sinto a água fria em contacto com minha pele negra e me arrepio.

Geralmente as pessoas gostam de banhos quentes ao acordar, mas eu sempre gostei mais dos frios.

Saio do box e vou pra pia, escovar os dentes.

(...)

Saio do banheiro já vestida e volto a lamentar sobre minha vida.

Minha casa é um sítio onde não me sinto bem-vinda. Desde a morte do meu querido pai.

Desde então, minha mãe arranjou um homem, que nunca o chamarei de pai.

Ele já tinha duas filhas e trouxe elas pra cá. Que fazem a minha vida um inferno.

Calço os meus sapatos pretos tal como o macacão e passo um pouco de perfume.

Solto meus longos e volumosos cabelos pretos cacheados

Deixo eles do geito mais natural possível pois me sinto muito bem assim

Eles são oque eu mais amo em mim.

Saio do meu quarto e vou pro andar de baixo onde encontro minha "família" tomando café da manhã.


Eu: bom dia- falei por obrigação e recebi o silêncio como resposta, nem minha educação eles merecem.


Me sentei à mesa por estar quase morrendo de fome, por ontem terem me privado de jantar.


Peguei um pão, passei geleia e peguei uma caneca e coloquei o achocolatado.


Assim que iria colocar o pão na boca, sinto alguém tocar minha perna


Denize: quelo!- apontou pro meu pão.

Que criança chata!

Denize é loira de olhos cor de avelã. Ela tem só 4 anos e já sabe ser uma pestinha. Não que eu esteja exagerando. É que os pais dela, tratam-na como uma divindade

Eles à veneram!

Carlos: não vai dar pra ela?


Eu: tenho a certeza que ela já comeu- aponto pra sua cadeirinha onde vejo um prato com cereais mal acabados


Carlos: mas ela quer mais! Seja uma "boa irmã" e entregue pra ela. Eu não pago comida nessa casa pra nada- ordenou


Eu: mas eu me sentei pra comer agora, outra pessoa não pode fazer?!- me exalto

Thaís: oiça seu pai tá querida?-minha mãe sorri pra mim


Eu: ele não é meu pai- falei arrogante


Carlos: e vc não é minha filha. Não preciso fingir gostar de vc, Acredite: Se dependesse de mim, nem nessa casa vc entraria. Agora seja uma "boa irmã" e dê sua comida a minha filha!- gritou

Eu: ok!- falei já desistindo de falar.

Denize: papai, fale pa ela sai dai. Quelo senta!- fala me empurrando da cadeira


Carlos: não ouviu?


Eu: ela tem sua cadeira - reviro os olhos


Ariane: mas ela quer sentar ali- falou a outra peste.

o sequestroOnde histórias criam vida. Descubra agora