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Com medo me afastei da silhueta, me sentando na cama encolhida tentando manter distância

Eu: que porra!?— falei fazendo a pessoa se assustar, a pessoa estava de costas pra mim e eu não conseguia ver quem era

Logo a pessoa se vira assustada e percebo logo quem é

Meu coração acelera e lágrimas começam a escorrer dos meus olhos

Eu: MÃE!! — Grito muito chamando minha mãe pra me socorrer— OQUE VC ESTÁ FAZENDO NO MEU QUARTO??!

Sinto meu coração errar as batidas ao ver sua mão dentro da calça

Carlos: Shiuuuu! Vc entendeu mal— disse nervoso, tirando a mão da calça de moletom

Ouvi passos rápidos no corredor e vi minha mãe entrar

Eu: Mãe— levanto da cama indo abraçar ela— TIRA ESSE MONSTRO DO MEU QUARTO!

Thaís: oque aconteceu?— disse pergunta ela preocupada— Oque vc tá fazendo aqui?

Seu semblante era de raiva e frutração

Carlos: eu ah-h,— olhou pra frente buscando argumentos— sua querida filha, roubou algo quando entrou em meu quarto!

Eu olhei pra ele desacreditada e olho pra minha mãe

Thaís: conta outra Carlos!! Vc pode me bater, pode não gostar de mim, mas na minha filha vc não toca!

Carlos: meu deus, vc sabe que eu detesto ela, vc acha mesmo que eu sentiria atracção por essa nojenta?! Eu sabia que ela iria estragar nossa relação! Mais valia se ela morresse!

Minha mãe apenas estava ouvindo atenta, parecia que ela estava caindo no papo dele

Carlos: sua querida filha, tem me atiçado à tempos! Vc viu como ela estava vestida quando chegamos, vc viu ela dentro do nosso quarto mesmo sabendo que eu não permito a entrada dela lá! E ela tirou algo do nosso quarto pra me fazer vir aqui, ela me deseja!

Sinto desgosto ao ouvir essas palavras, eu não o suporto!

Olho pra minha mãe e vejo desiluzão em seu olhar

Eu: mãe não é verdade... — falei sentindo minha voz falhar

Carlos: CALE A BOCA!— gritou apontando o dedo na minha cara— ela é uma vadia, a gente deveria se livrar dela

Minha mãe parece crer no que ele fala

Thaís: tem certeza que foi ela? — falou com a voz baixa e insegura das minhas palavras

Carlos: claro! Não acredito que vc está dúvidando de mim, meu amor. Eu só tenho olhos pra vc, e ninguém mais vai amar vc como eu amo. Mas vc está se tornando uma mulher insegura, não só com a porcaria da sua aparência, mas também comigo! Ninguém gosta de mulheres inseguras

Thaís: não acredito que vc fez isso Dayana— falou com mágoa em sua voz

Senti meu rosto arder e virar pelo impacto do tapa que recebi da minha mãe

Eu: não... —  foi a única coisa que consigo dizer, minhas lágrimas caiam mais e mais

Carlos: vc e sua filha estão acabando com o nosso casamento! — falou manipulando ela

Thaís: vc tem toda a razão— sussurrou pro Carlos olhando pra mim com nojo

Senti meu coração quebrar por completo. A última pessoa que eu tinha nesse mundo de merda acabou de me quebrar por completo!

Caio no chão sentada vendo minha mãe saindo do quarto me deixando sozinha com aquele monstro

Minha mãe havia feito uma promessa pro meu pai quando ele estava vivo, que ela nunca bateria em mim.

Sinto como se minha mãe morreu junto com o meu pai naquele assalto

Carlos é um manipulador, e consegue fazer oque quiser com minha mãe

Ela já não está bem psicológicamente e ele faz o favor de acabar com sua autoestima e autoconfiança

Carlos: achou mesmo que eu iria sair mal nessa? eu faço oque quiser com quem quiser. E sua inútil mãe não está nem ai pra ti. Ouve oque eu te digo, se mata!

Eu: eu te ODEIO — as palavras sairam rasgando minha garganta, vieram do fundo mesmo

Carlos: vc não é a primeira nem a única garota que me diz isso.— sorrio convencido— ah lembre-se que essa não vai ser a única visita que farei ao seu quarto. Todas as noites me aguarde — saiu do meu quarto

Só me restava chorar aqui encolhida no chão.

(...)

Olho as horas pela milésima vez e vejo que são 04:56

Não dormi essa noite. Passei ela me cortando e chorando muito. Meu corpo está marcado com sangue seco e minha cabeça doi muito por chorar a noite toda.

Fiquei vigiando se aquele doente não entrava no meu quarto denovo. E fiz uma barricada na porta

Me levanto da cama e vou pro banheiro. Tomo um longo banho querendo tirar minha pele junto. Me sinto um nojo. Só estou um pouco mais aliviada por saber q ele não me tocou. Por eu acordar coberta pelo lençol

Saio do banho e visto uma calça larga e um moletom muito largo, gola alta.

Hoje é o aniversário de morte do meu pai e era para passar ele com a Thaís, mas infelizmente pra mim ela já não é oque eu achava que era.

Escovo os dentes e com muito cuidado saio do quarto indo pro andar de baixo

Vou pra cozinha e peguei uma garrafa pet cheia de água e muitos lanches. Coloquei eles na minha bolsa e saí de casa.

Estou caminhando pro cemitério.

Pego a garrafa e bebo uma boa quantidade de água, eu estava tão desitratada

A rua está deserta, só passando um carro e outro mas eu sou a única pedestre na rua

Olho as horas e vejo que são 05:47

Me sinto observada e olho pra trás e não vejo nada. A rua continua deserta

Dentro de minútos, já estava no cemitério, na lápede de meu pai

Eu: oi pai! Que saudades— falo sentindo a primeira lágrima escorrer— as coisas não estão boas aqui... Estou prestes a desistir...

(...)

Passei o dia todo aqui no cemitério, conversando com a lápede do meu pai
Tenho esperânças que ele me oiça.

Contei tudo oque tem acontecido lá em casa e lanchei aqui mesmo

Vejo que já está ficando tarde e olho as horas vendo que são 18:21.

Eu: bom... Pai, eu gostaria muito de ficar, mas não vai dar — pousei flores em seu túmulo como sempre faço ao me despedir— amo muito vc!

Saio do cemitério e o clima logo se fecha.

Eu: porra!— falei sentindo a primeira gota caindo em mim, ainda bem que trouxe guarda chuva

Abro ele e continuo andando

Eu não quero ir pra casa, mas não tenho sítio pra ficar, além de que anda um assassino à solta

Se eu tivesse amigos, ficaria em casa deles. Mas infelizmente não tenho

Em poucos minútos já estou a porta de casa

Eu: lar doce inferno— sussurrei pra mim

Logo senti meu coração acelerar ao ver sangue espalhado pelo hall de entrada

Sigo até a sala e fico aterrorizada ao ver o corpo caído no chão

o sequestroOnde histórias criam vida. Descubra agora