Capítulo 2

950 91 27
                                    

No dia seguinte, o olhar de Harry continuou se esgueirando para Draco.

Ele esteve tenso o dia todo, preparado para tomar o café da manhã e assistir a uma performance habilmente coreografada dos Sonserinos sobre Harry se atrapalhando nos beijos. Ele ficava esperando que alguém vestido de verde e prata fosse até a mesa da Grifinória e anunciasse aos colegas de casa de Harry que Harry havia deixado a língua de Draco Malfoy entrar em sua boca. Seu estômago estava embrulhado pensando em Hermione puxando-o de lado para uma conversa sobre o trauma do passado que levou ao novo comportamento autodestrutivo de Harry.

Nada disso aconteceu. Os sonserinos nem sequer lhe deram uma segunda olhada.

Não era como se Harry pensasse que Draco estava andando tão atordoado quanto ele por causa de um simples beijo. Draco tinha feito coisas muito mais interessantes com seus colegas de classe do que ficar beijando na detenção.

Mas quando ele concordou em deixar Draco beijá-lo, ele afastou a voz que o avisou que ele estava se inscrevendo nas manchetes de O Garoto que Sobreviveu: Beijo Decepcionante espalhadas pelo Semanário das Bruxas com citações como: "Foi uma aposta. Enviamos Draco para ver quanto tempo levaria até que Potter sucumbisse a ele. Pensamos que talvez algumas semanas, um mês. Trinta minutos, porém, caramba. Foi tão patético que nem gostamos de falar sobre isso."

Ele não deveria ter feito isso. Mas naquele momento... bem, isso o fez se sentir normal, não foi? Um adolescente normal que poderia simplesmente beijar alguém. Ele nunca se sentiu normal. Ele nunca conseguiu fazer algo porque era bom, mesmo sabendo que era um erro.

Harry continuou esperando o outro sapato cair. Porque ele não era normal e isso significava que ele pagaria por isso.

"Por que você continua olhando para Malfoy?" Ron sussurrou em Trato das Criaturas Mágicas. "Aconteceu alguma coisa na detenção?"

Ele sentiu vontade de rir histericamente disso. Ele balançou a cabeça e murmurou que não era nada.

Naquela noite, depois que Snape os deixou com uma pilha gigante de equipamentos imundos para fazer cerveja, Harry deixou escapar: "Você contou?"

Draco arqueou uma sobrancelha. "Como?"

Harry cruzou os braços e tentou parecer que tinha algum orgulho. "Conte às pessoas sobre... você sabe."

Draco hesitou. "Eu não deveria?"

Merda. Claro. O que Harry esperava? Ele pegou um caldeirão e o levou até a pia. "Eles riram muito disso?"

"Uma risada?" Draco inclinou a cabeça. "O que você acha que eu disse a eles exatamente?"

Harry o encarou. "Que sou pateticamente inexperiente. Que sou ruim nisso. Apenas... o que devo esperar nos corredores? Prefiro saber agora.

Várias coisas passaram pelo rosto de Draco. Harry não tinha ideia do que eles queriam dizer.

Draco seguiu Harry até a pia, embora sem nada para se limpar. "OK. Eu disse a eles que você é virgem e que mal tinha sido beijada antes. Foi tão chocante, Potter. E eu disse a eles que tinha mostrado a vocês como eram os beijos e que Snape quase nos surpreendeu. Não contei a eles nenhum detalhe sobre os beijos, embora eles tenham pedido. E mesmo se eu fosse do tipo que compartilha esse tipo de detalhe, o que não sou, eu teria dito a eles que você aprende rápido e que, uma vez relaxado, você é fantástico nisso.

Harry corou e tentou processar isso enquanto limpava o neutralizador no caldeirão. De alguma forma, foi tão ruim e não tão ruim quanto ele previra. Ele se perguntou se Draco quis dizer alguma coisa sobre a última parte.

Aulas de Amassos [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora