Desimpedidos

Capítulo 8 - The Truth Untold

Um dia antes

Kim's house

Cinco horas depois de ligar para Ravier, médico pediatra que cuidou a vida inteira de si, ouviu uma batidinha na porta de seu quarto. A porta foi aberta lentamente, e o Espanhol bonitão colocou apenas o rosto na fresta, quando percebeu que Taehyung estava acordado, entrou no quarto sorrindo.

Ravier era um homem muito bonito, tinha seus 50 anos, mas sua aparência enganava. Era alto, bronzeado e com os cabelos enroladinhos. Se lembra dele desde quando se conhece por gente. A única coisa que Taehyung tinha conhecimento é que o homem era muito amigo de Kim Jiyeon, sua mãe, ela conta que na época que estava grávida o amigo já cursava medicina e prestou toda assistência necessária durante a gestação e após e quando ele se especializou em pediatria assumiu a responsabilidade de acompanhar o crescimento de desenvolvimento do pequeno.

— Cheguei — falou dando uma risadinha quando observou o jogador enrolado nos cobertores.

— Você demorou — respondeu birrento.

— Não seja birrento, Taetae — Sentou na beirada da cama e bagunçou os cabelos lisos. Um sorriso fraternal escapou de seus lábios enquanto acariciava as bochechas gordinhas — Eu peguei o primeiro voo que consegui comprar.

— Já disse que pode contratar algum jato particular, não me importo de pagar.

— E eu já disse que não irei contratar! — respondeu prendendo o nariz de Taehyung com os dedos, assim como de costume desde criança — Ninguém mandou você se mudar para outro país, garotão.

— Você poderia vir morar comigo. — deu de ombros e o médico riu negando.

— E ser seu médico particular? — questionou encostando o dorso da mão na testa de Taehyung para verificar se estava com febre — Você sabe que não é possível.

— Claro que é! Eu sou um atleta, preciso de acompanhamento médico mais do que você imagina.

— É eu sei — disse retirando as cobertas de cima do jogador — Mas sabe que não posso deixar sua mãe sozinha na Espanha, ela precisa de mim e você sabe.

Taehyung revirou os olhos.

— Quem liga? Eu também preciso de você aqui.

— Não diga assim, Taehyung... — o homem disse um pouco sério e Taehyung se calou, sabia que o homem odiava que falasse com desprezo de sua mãe. Afinal os dois eram muito amigos e pelas informações que recebia da clínica era o único que visitava a mulher.

— Você não entende.

— Sim, eu entendo. Mais do que você imagina — respondeu sério enquanto inspecionava o corpo do garoto antes de tocá-lo.

— Não, você não entende — respondeu um pouco grosso — Nem sabe o que ela fez, e se souber de algo, provavelmente ela contou a versão dela.

Era sempre assim, todas as vezes que se encontravam aquele assunto vinha à tona, mas nunca chegavam a aprofundar. Taehyung não conseguia contar o que realmente aconteceu e o médico também não contava o que sabia sobre a história.

— Certo, certo. Então deixe- me fazer o meu trabalho. O que você estava sentindo mesmo?

Pensou um pouco, porque tinha se esquecido da mentira que inventou apenas para Ravier ir até Paris. Depois da reunião que teve um dia antes com os diretores do PSG ficou bem agitado, não sabia lidar ou expressar suas emoções, a única coisa que queria era uma presença familiar ao seu lado. Queria colo e carinho, mas não conseguia entender que era sua mente não entendia que era algo tão simples, pois foi negligenciado por seus pais a infância toda.