Park Jimin, um dos alunos mais populares da escola, começa a receber cartas anônimas escritas por "Flor de Cerejeira", uma estudante que é apaixonada por ele. Ela entrega cartas ao garoto constantemente, declarando toda a paixão e admiração que sent...
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Sábado, 17 de outubro de 2020.
Parar de pensar é realmente uma tarefa muito difícil. Numa hora eu queria desistir da minha paixão pelo Jungkook, já que seria impossível termos um relacionamento. Outra hora eu queria deixar de lado minha esperança de que Cerejinha, caso se revelasse para mim, fosse compatível comigo. E hoje foi o dia de abrir mão dessa esperança.
Não era necessário ir à casa do Jungkook, ele quem deveria ir a minha para deixar suas coisas, já que iria dormir lá hoje. Entretanto, quis ir buscá-lo. Queria vê-lo logo, apesar de termos nos visto ontem.
Aliás, andar de bicicleta até lá foi um bom exercício pra hoje! Acho que nunca pedalei tão rápido na minha vida.
Fui atendido sem pressa pela mãe do Koo. Foi a primeira vez que a vi depois que Jungkook e eu voltamos a ser amigos. E foi uma surpresa enorme, porque ela estava diferente e... triste. Tinha olheiras visíveis. O tom, a feição, a forma como se movimentava mostrava o quão exausta e infeliz ela estava. A eomonim nunca pareceu gostar de mim, assim como seu marido, mas eu ainda sentia empatia por ela por ser a mãe do meu melhor amigo. A situação da família Jeon estava complicada pra caramba e, como não podia fazer nada, só desejava e, todas as noites durante minhas orações, pedia para que as coisas melhorem logo.
— Ele ainda está tomando banho. Mas já deve sair — a mãe dele me avisou.
Não queria ficar esperando na sala, o pai dele estava ali no sofá, entretido com o que estava passando na televisão. Ele não fez questão de olhar para mim, não o cumprimentei.
Não consegui notar nenhuma diferença nele, algo parecido com o que a mãe do Koo tinha... Estava a mesma coisa de sempre. Pelo que entendi, a fonte dos problemas era a filha. Por que o pai não se importa? Bom... Ele bateu no outro filho que tem, provavelmente nem se importa mais com as pessoas que ele mesmo fez. E, com a filha longe de vez, os problemas deveriam ter desaparecido. Acho que o senhor Jeon era o novo problema ali. Não me seria surpreendente.
Decidi esperar o Jungkook no quarto dele.
Dei uma pequena observada no cômodo. Sentei na cama, que estava meio bagunçada. Ele não arrumou depois de se acordar. Acho que o preguiçoso nunca arruma. Tinha uma calça jeans no encosto da cadeira dele. A mochila, com as coisas que deixaria lá em casa, estava aberta, então julguei que a calça iria ser guardada ainda. Além da calça, a carteira, o celular e seu carregador também seriam guardados depois, estavam na mesinha de cabeceira dele.
A pessoa que eu queria muito ver veio para o quarto e, assim que seus olhos caíram em mim, congelou completamente. Não tão diferente de mim... Jungkook estava com a toalha na cintura, porém vestido com uma blusa branca de manga longa por baixo de outra blusa de mangas curtas e azul-claro, com algo escrito em branco. Não esperava vê-lo desse jeito.
— Oh, desculpa! — Abaixei a cabeça, envergonhado. — Seu pai tá na sala, tava com vergonha de ficar sozinho com ele.
— Tudo bem. Eu me esqueci de levar a minha calça junto comigo. — Deu uma risada sem graça. Ele pegou a calça que estava na cadeira e seguiu em direção à porta. — Já volto!
