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CELINE

Elijah me deixou cedo na casa de minha tia, durante todo caminho no carro eu perguntei tantas coisas, fiquei surpresa a cada resposta.

Fiquei me perguntando como deve ser ter seus sentidos aflorados e mais intensos a cada situação ruim ou boa que aconteça. Peguei a chave reserva em baixo do vaso destravando a porta, tratei de ser rápida e sorrateira pois estava vestida apenas com uma camisa social, seria péssimo se encontrasse algum vizinho acordado essas horas.

Adentrei na casa silenciosa e segui para meu quarto às pressas, quando adentro nele suspiro aliviada por ter dado certo, agora somente precisava de outro banho e trocar de roupa para minhas aulas do dia.

•••

A sensação de estar fora do mundo dominava todo meu corpo. Me perder em meus pensamentos, e cortar contato com a sociedade me prendendo a música em meus fones de ouvido me ajudou a evitar todos, principalmente minha prima e suas amigas.

Me sinto aliviada por elas respeitarem meu espaço e me deixarem tranquila em meu canto, preciso desse momento só. Talvez hoje a tarde para ocupar a mente eu vá ajudar minha tia fazendo doações e visitando as crianças em um orfanato aqui na cidade ao lado.

Fiz o que Elijah queria, a madrugada para mim foi longa pois não parava de pensar neles, no lado deles da situação e parte de mim queria os perdoar mas outra parte estava magoada pela mentira descabida.

DAMON

A tarde chegou mais rápido do que eu esperei, havia se tornado rotina uma vez por mês ir ao orfanato ao lado da cidade com Liz, sempre íamos lá para fazer doações em dinheiro e ajudar o lugar com algo. Estava morrendo de ansiedade para me encontrar com Winter, precisava mais que tudo ocupar minha mente.

Ponho uma camiseta de malha branca, uma calça jeans preta, minha bota preta e como de costume minha jaqueta de couro também preta. Saio de meu quarto às pressas e desço as escadas em velocidade, tratei de ser bem discreto durante esses anos, era impossível meus amigos e meu irmão desconfiar que eu visitava um orfanato— exceto Elena— Não que eu tivesse vergonha, mas que é estranho um assassino gostar desse tipo de coisa.

Elena disse que isso significa que eu tenho um coração, claro que eu tenho um coração! Se não eu não estaria vivo.

Pulo em meu carro dando partida, meu telefone toca e vejo que é Liz o atendo concentrado no caminho para a estrada que eu ia pegar.

— Diga, linda.— Profiro e não demora para a mesma responder.

— Esqueci de contar, mas foram encontrados dois corpos hoje mais cedo. Próximos a rota quatorze.— Disse e franzo o cenho. Me alimentei ontem, na verdade arranquei a cabeça de duas pessoas apenas de raiva, mas escondi bem os corpos.

— Que droga, descobriram alguma coisa?— Questiono e escuto um silêncio ensurdecedor do outro lado.— Liz?

— Era os pais de Winter.— Disse Liz e ignoro a sensação do soco em meu estômago.

— Tem certeza?— Pergunto.

— Sim, absoluta. Acredita que eles já tinham uma vida.— Fez uma pausa.— Uma vida sem a filha.

— Isso não é uma vida, não sei como eles conseguiram dormir depois de deixá-la recém nascida em um orfanato.— Os sentimentos de raiva carregaram minha voz.— Se bem que eles mereceram.

Pressiono os olhos me arrependendo de minhas palavras, isso foi rude.

— Comentário bem egoísta, as pessoas mudam. Quem sabe os pais dela não poderiam mudar.— Aquela voz conheço aquela voz, Celine estava com Liz.

Stay-Damon Salvatore Onde histórias criam vida. Descubra agora