| CONCLUÍDA |
Quando Stiles recebe a notícia sobre a morte de Derek, as lembranças do passado voltam como fantasmas. Ele é afastado temporariamente do FBI para lidar com seu luto, mas seus sentimentos o levaram de volta à cidade onde ele acabou d...
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"Aqui estou eu acordando
Ainda não consigo dormir no seu lado da cama
Lá está sua xícara de café
A mancha de batom desbota com o tempo
Se eu pudesse sonhar por tempo o bastante"
Stiles adentrou a casa lentamente. A porta fora fechada enquanto Theo esperava perto do jipe. Todo seu corpo tremia, mas precisava deixar tudo isso passar.
As escadas familiares estavam ali, prontas para serem subidas. Cada degrau rangia de forma angustiante. Ruídos ressoando por uma casa vazia.
O Stilinski seguiu pelo corredor estreito até o quarto de Derek. Era exatamente como lembrava: lençóis claros e quadros contemporâneos. Infelizmente, seu objetivo principalmente não era arte.
Ele foi até dentro do closet e passou os dedos pela textura de couro da antiga jaqueta de Derek. Quando se conheceram, ele estava a usando. Era tão bem planejada para o físico de Derek.
"Limpando a casa hoje
Encontrei aquela velha camiseta do Led Zeppelin
Que você vestia quando fugia
E ninguém podia sentir sua dor"
Levou a peça de roupa até o nariz e a inspirou profundamente. O cheiro de Derek ainda estava ali e era tão assustador a sensação de que ele poderia estar ali.
Seus olhos encheram de água e seu corpo caiu no chão. Tentava controlar os soluços e a respiração. Era hora de deixar isso ir. Vestiu a jaqueta para sentir-se protegido de todos os males do mundo.
Ele realmente não deveria fazer isso outra vez, no entanto, já era tarde quando desceu para o andar de baixo e virou a garrafa de whisky de Derek.
"Somos tão jovens, tão burros
Para saber de coisas como o amor
Mas eu sou mais esperto agora, mais esperto agora"
Talvez já estivesse alucinando, mas viu Derek caminhar até a sala. O seguiu calmamente enquanto sua garganta ardia pelo licor.
— Você deveria estar aqui... — Sussurrou vendo os olhos verdes. Ele estava alucinando pelo álcool, mas parecia tão real.
As mãos de Derek foram para sua cintura e fizeram correr uma onda de eletricidade por seu corpo. Stiles tinha uma lista mental de coisas que um dia gostaria de dizer para Derek.
Primeiro: nem tudo se resolve com brigas. Era importante, porque todas as vezes que alguém dava uma opinião diferente da de Derek, ele se irritava. Stiles sempre teria que o acalmar.
Segundo: o rancor mata de pouco em pouco. Os olhos de Derek brilharam como se soubesse exatamente o que estava pensando. Derek sempre teve rancor e ressentimento guardado de todos. Dos Argent, dos outros lobos e especialmente de Stiles. Esse rancor era mais como uma tristeza infinita por ser recusado. Por Stiles escolher ser outra coisa que não eles.
Conforme os segundos iam passando, ele se sentia mais perto de Derek. O maior o fez dar uma volta ou duas, e depois pegou sua cintura novamente. Havia uma melodia tocando no fundo da mente de Stiles. Um último apelo com a ajuda do álcool.
"Então eu afogo isso como sempre faço
Dançando pela nossa casa com o seu fantasma
E eu o persigo, com uma dose de verdade
Dançando pela nossa casa com o seu fantasma"
Como na noite do baile na escola. Stiles foi recusado por Lydia outra vez, mas não esperava que Derek também estivesse lá. O Stilinski planejava voltar para casa e se afundar em tristeza, no entanto, lá estava Derek: parado com sua caminhonete e sua jaqueta escura.
Eles dançaram de muitas maneiras. No telhado e na cama, no banheiro e na sala. Stiles se convenceu de que Lydia jamais poderia fazê-lo se sentir único como Derek fazia.
Os olhos do fantasma escureceram, como uma memória que precisava ser deixada no passado.
— Está tudo bem. Eu vou ficar. — Stiles sussurrou embargado. — Eu vou cuidar do Eli.
Derek deixou um sorriso agradecido escapar. Por que tinham que ter acabado dessa maneira? O importante era que aconteceu. Stiles amou cada segundo, mas Derek merecia encontrar a paz. O Hale perdeu toda família em um incêndio; fugiu por tanto tempo; e no fim se sacrificou para salvar o filho.
— Você pode ir agora, Derek... — Deixou uma lágrima escapar, dessa vez de esperança.
As coisas poderiam ser melhores no fim de tudo. Mesmo que Stiles sempre acabasse encontrando Derek na própria escuridão. Se ele fechasse os olhos, ainda podia sentir seus braços e seu cheiro de perfume barato.
A alucinação deixou um beijo em sua testa e se afastou sem hesitar antes de sumir, e de repente o Stilinski estava acordando na mesa da casa, com uma garrafa vazia.
A porta foi aberta dando uma visão de Theo. O rapaz loiro sorriu amigavelmente com seu casaco escuro e suas botas.
— Já faz uma hora... — Ele disse. — Tudo bem?
— Sim. — Stiles levantou ignorando o corpo pesado e a mente nublada. — Apenas estava dançando com um fantasma.
— Hãm? — O Raeken levantou uma sobrancelha.
— Está tudo bem, Theo. As coisas vão melhorar. — Proferiu como uma promessa para si mesmo.
Revirou a chave da casa nas mãos e a trancou calmamente. As coisas poderiam dar certo. Era uma casa bonita, o suficiente para terminar de criar um adolescente lobisomem.
"Então eu afogo isso como sempre faço
Dançando pela nossa casa com o seu fantasma
E eu o persigo, com uma dose de verdade
Dançando pela nossa casa com o seu fantasma" — 5 Seconds Of Summer.
