Formas de despedida (PT/BR)

Capítulo 56

Você não sabe o que é o amor, o primeiro

Uma luz suave e dourada brilhou sobre os ombros largos do homem. Seu corpo ficou imóvel por horas e permaneceu imóvel mesmo com o passar do tempo. Quanto tempo mais passaria? Sua mão que segurava seu joelho moveu-se lentamente para tocar sua testa. As veias azuis que corriam das costas da mão até o antebraço estavam tensas, como se indicassem raiva reprimida.

"Se um dos lados quiser acabar com as coisas, devemos romper o relacionamento imediatamente."

"Não foi isso que decidimos no começo? Estou apenas afirmando o que foi decidido."

Com uma rara carranca, ele tentou se lembrar da pessoa com quem esteve algumas horas atrás. Que expressão ele fez, seu tom de fala, seus gestos, seu olhar. Ele sabia que fazer isso era inútil, mas suas memórias não paravam de se desvendar.

A imagem persistente da mão pálida e murcha escapando de seu aperto não saía de sua mente. Shin Kwonjoo cerrou os dentes e enxugou os olhos com força, intensificando a dor que percorreu seus nervos. Esses tipos de emoções e confusão não eram familiares para ele.

O ar fresco roçou sua bochecha. Em algum momento, um leve sorriso apareceu no canto de seus lábios, que estava congelado como um fóssil. Um lado de seus lábios estava ligeiramente arrebitado, inegavelmente atraindo a emoção de um sorriso irônico.

Ele entendeu seus inúmeros pensamentos conflitantes. Mas isso não mudaria nada. Um lado sugeriu que terminassem o relacionamento e o outro aceitou a sugestão.

Foi aí que todo o problema terminou. Embora ainda tivesse emoções persistentes, ele já sabia por experiências anteriores que mesmo essas emoções acabariam por desaparecer com o tempo, sem deixar vestígios. As emoções que passaram por ele como uma corrente incomum ao longo dos últimos meses, juntamente com os comportamentos que ele exibia e que eram diferentes dele, voltariam ao seu estado original. Portanto, não havia razão para sentir esse tipo de desconforto.

No entanto, apesar das suas intermináveis racionalizações, ele não conseguia aceitar esta justificação altamente lógica. Mesmo que não houvesse mais fatores a considerar, ele estava prestes a cair na gargalhada por causa de sua mente ineficiente que continuava a cogitar outras possibilidades. Em algum momento, quando percebeu seu punho cerrado, ele ergueu o canto dos lábios e se conteve.

Bloqueando o fluxo sem rumo de pensamentos, ele forçou seu corpo cansado a ficar de pé. Em apenas algumas horas, sua condição atingiu o fundo do poço em comparação com seu estado nos últimos anos. Com diversas tarefas espalhadas que exigiam sua atenção até no fim de semana, seria melhor dormir um pouco.

Mesmo enquanto ele contemplava mecanicamente sua agenda, uma pergunta improdutiva se repetia incessantemente em sua mente.

Por que exatamente?

Depois de um longo tempo sendo acumulado e selado em sua entrada, seu fluxo crescente de emoções estava fora de controle. A sensação de aperto em seu peito parecia pouco familiar para o homem. Um alerta vermelho em algum lugar de sua mente interrompeu seus pensamentos e o alertou para focar no que precisava ser feito naquele momento.

Esfregando os olhos cansados, Shin Kwonjoo foi até o quarto. A expressão em seu rosto parecia mais sombria do que há pouco, sua mão escovando continuamente suas bochechas que eram tão sólidas quanto rocha.

De repente, suas pupilas negras olharam para algum lugar, seus olhos caindo sobre o quarto parcialmente aberto. Foi para onde ele conduziu aquela pessoa atordoada e cedeu à paixão imprudente. Apenas algumas horas atrás, o lugar estava repleto de uma sensação de realização. Mas agora, tudo o que o esperava era ar seco e cinzento, como se tudo nunca tivesse acontecido.