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Roseanne Park

A consciência bateu à porta da minha mente adormecida, mas tentei mantê-la longe. Eu não queria acordar. Estava contente, confortável e aquecida.

Visões vagas dos meus sonhos passeavam atrás dos meus olhos fechados. O cobertor que eu abraçava era o mais quente e cheiroso com o qual já tive o prazer de dormir pois ele abraçava de volta. Algo quente se apertou contra mim. Meus olhos se abriram e focaram em mechas de cabelos familiarmente desarrumados a apenas alguns centímetros do meu rosto.

Centenas de lembranças surgiram naquele momento, quando a realidade da noite passada desabou sobre o meu cérebro confuso.

Merda.

Era real.

Meu coração acelerou quando levantei a cabeça para ver aquela linda mulher abraçada ao meu corpo. Sua cabeça estava deitada em meu peito, sua boca perfeita, levemente aberta, deixando escapar lufadas de ar quente em meus seios nus. Seu corpo estava deitado ao meu lado, nossas pernas se entrelaçavam e seus braços envolviam meu torso com força.

Ela ficou.

A intimidade de nossa posição me atingiu com tanta força que eu até perdi o fôlego. Ela não apenas ficou, ela se agarrou em mim.

Tive dificuldade para voltar a respirar e para evitar entrar em pânico. Eu estava muito ciente de cada centímetro onde nossas peles se tocavam. Podia sentir a batida poderosa de seu coração contra meu peito. Meus dedos ardiam com a vontade de tocá-la. Meus lábios desejavam beijar seus cabelos. Aquilo era muito para mim. Ela era muito. Algo mudou na noite anterior e eu não sabia se estava pronta para lidar com isso. Também não sabia o que era essa mudança, mas ela tinha acontecido. A cada movimento, a cada toque, a cada palavra e a cada beijo daquela noite, nós estivermos juntas. Ninguém nunca me fez sentir assim, como se meu corpo fosse feito para encaixar em outro.

Eu já estive com outras pessoas, mas com ela eu sentia como se estivesse sendo arrastada por uma maré invisível, completamente incapaz de mudar a direção.

Fechei os olhos, tentando dominar a acrescente sensação de pânico. Eu não me arrependo do que aconteceu. Tudo foi como sempre, intenso e definitivamente o melhor sexo que já tive. Eu apenas precisava de alguns minutos sozinha antes de poder encará-la. Pousando uma mão em seus cabelos e outra nas costas, eu consegui tirá-la de cima de mim. Ela começou a se mexer e eu congelei.

Abracei-a de volta e tentei impedi-la de acordar. Jennie murmurou meu nome antes de sua respiração voltar a se acalmar, então eu deslizei para fora.

Fiquei observando-a dormir por um momento, sentindo meu pânico se retrocendo um pouco, e mais uma vez fiquei admirada por sua beleza. Meu Deus, ela é bonita.

Comecei a andar até o banheiro, mas vi de relance meu próprio reflexo no espelho do quarto e parei. Uau. A imagem de quem acabou de transar. Definitivamente, era assim que eu parecia. Eu me aproximei e examinei as pequenas marcas vermelhas espalhadas em meu pescoço, ombros, seios e barriga. Uma pequena mordida estava visível debaixo do meu seio esquerdo, além de uma vermelhidão em meu ombro. Olhando para baixo, corri os dedos pelas marcas vermelhas na parte interna das minhas coxas. Meus mamilos endurecem quando lembrei a sensação de sua respiração quente contra minha pele. Meu cabelo estava todo desgrenhado, e mordi o lábio quando lembrei de suas mãos mergulhadas nele. A maneira como ela me puxou primeiro para um beijo e depois para sua boceta...

Opposites  [CHAENNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora