Roseanne Park
Minha mente estava em outro lugar. Eu tinha algumas coisas para mostrar a Srta. Kim antes de ir embora para casa, precisava pegar alguns documentos para serem assinados, mas sentia como se estivesse andando em areia movediça, a conversa com meu pai ecoava incessantemente em meus pensamentos.
Quando entrei na sala da Srta. Kim, observei os papéis nos meus braços, pensando em todas as coisas que eu ainda precisava organizar: passagens de avião, alguém para pegar minha correspondência, talvez até uma secretária temporária para o tempo que eu ficasse fora. E quanto tempo seria mesmo?
Percebi que a Srta. Kim estava dizendo alguma coisa. Bem alto na minha direção. O que seria? Ela entrou em foco na minha frente e ouvi o final de sua ladainha:
— ... Mal prestando atenção. Meu Deus, Srta. Park, eu preciso anotar isso para você?
— Podemos pular essa parte hoje? — pedi, cansada de tudo.
— O... o quê?
— Esse showzinho de chefe cretina.
Seus olhos se arregalaram e as sobrancelhas juntaram.
— Como é?
— Eu entendo que você gosta de ser uma grande cretina comigo, e admito que às vezes até acho isso sexy, mas estou tendo um dia horrível e gostaria muito se você simplesmente não falasse comigo — eu estava à beira das lágrimas, meu peito apertado dolorosamente — Por favor.
Jennie parecia supresa, piscando rapidamente enquanto me encarava.
— O que foi que aconteceu?
Engoli em seco, arrependida do meu desabafo. As coisas eram sempre melhores com ela quando eu me controlava.
— Eu passei dos limite porque você gritou comigo. Desculpe.
Ela se levantou e começou a andar em minha direção, mas, no último instante, parou, sentou no canto da mesa e começou a mexer em um peso de pepel.
— Não, quer dizer, por que seu dia está sendo tão ruim? O que está acontecendo? — nunca ouvi sua voz tão suave fora de uma transa, mas desta vez ela estava falando em voz baixa não para manter um segredo, mas porque parecia genuinamente preocupada.
Eu não queria conversar com ela sobre aquilo porque parte de mim achava que ela iria tirar sarro. Mas uma parte ainda maior estava começando a suspeitar que isso não aconteceria.
— Meu pai precisou fazer uns exames. Ele está tendo dificuldades para comer.
O rosto da Srta. Kim se desfez.
— Comer? Ele tem uma úlcera?
Expliquei o que sabia: que aquilo tinha começado de repente e que um exame anterior mostrou um pequeno tumor em seu esôfago.
— Você pode ir para casa?
Encarei seu rosto.
— Não sei. Posso? — ela estremeceu e piscou.
— Você acha que eu sou uma babaca tão grande assim?
— Às vezes — eu imediatamente me arrependi de dizer isso, porque não, ela nunca fez nada que me levasse a pensar que não me deixaria ir para casa com meu pai doente.
Ela assentiu e engoliu em seco enquanto encarava a janela.
— Você pode tomar todo o tempo que precisar, é claro.
— Obrigada.
Fiquei olhando para o chão, esperando que ela continuasse com a lista de tarefas do dia. Mas, em vez disso, o silêncio preencheu a sala. Pude ver pelo canto do olho que ela se virou e agora estava olhando para mim.
— Você está bem? — ela perguntou, com a voz tão baixa que eu não tinha certeza se ouvi direito, considerei mentir e terminar essa conversa constrangedora, mas não fiz isso.
— Não, na verdade não estou.
Ela ergueu a mão e passou nos cabelos.
— Feche a porta.
Assenti, estranhamente desapontada por ela pedir para eu sair da sala.
— Depois eu trago as anotações nos documentos para...
— Eu quis dizer para fechar a porta, mas ficar aqui.
Oh.
Oh.
Eu me virei e andei em pleno silêncio. A porta da sala fechou com um som alto.
— Tranque.
Girei a tranca e senti ela se aproximar até que sua respiração quente chegou ao meu pescoço.
— Deixa eu tocar você. Deixa eu fazer alguma coisa.
Ela entendia. Ela sabia o que poderia me dar distração, alívio, prazer diante de um pânico crescente. Não respondi, pois não era preciso. Afinal, eu tinha fechado e trancado a porta. Mas então senti seus lábios macios percorrendo meu ombro e subindo pelo pescoço.
— Seu cheiro é... incrível — diz desamarrando o fecho do meu vestido atrás do pescoço — Seu cheiro sempre fica em mim depois.
Ela não disse se aquilo era uma coisa boa ou não, mas percebi que não importava. Gostei de saber que ela sentia meu cheiro mesmo depois que eu ia embora.
Com suas mãos deslizando até a minha cintura, ela me virou e se inclinou para me beijar, em um único e suave movimento. Isso era diferente. Sua boca estava macia, quase suplicante. Não havia nenhuma hesitação, nunca havia hesitação nenhuma em nada do que ela fazia. Mas aquele beijo quase parecia mais amoroso e menos como uma batalha sendo perdida.
Ela puxou meu vestido pelos ombros, deixando-o cair aos meus pés enquanto deu um passo para trás, dando apenas espaço suficiente para o ar frio do escritório apagar seu calor da minha pele.
— Você é linda Roseanne.
Antes que eu pudesse processar a suavidade daquelas novas palavras, ela Soltou um sorriso provocante, se inclinou para me beijar, agarrou minha calcinha e rasgou.
Isso nós conhecíamos.
Estiquei o braço para abrir sua calça, mas ela se afastou e balançou a cabeça. Então moveu sua mão entre minhas pernas, encontrando a pele molhada e macia. Senti em meu rosto sua respiração acelerada enquanto seus dedos conseguiam ser ao mesmo tempo delicados e rudes. Suas palavras soavam profundas, safadas, dizendo que eu era linda, que eu era uma devassa. Dizendo que eu vou provocava e que ela gostava disso. Disse o quanto gostava da minha voz quando eu gozava.
E mesmo quando gozei, ofegante e agarrando seus ombros através do terninho, tudo que eu conseguia pensar era que também queria tocá-la. Queria ouvi-la ser perder igual a mim. E isso me aterrorizava. Ela retirou os dedos, deslizando sobre meu clitóris sensível e provocando um estremecimento involuntário.
— Desculpe, desculpe — ela sussurrou, beijando meu rosto, meu queixo, minha...
— Pare — digo afastando minha boca da sua, a súbita intimidade que ela ofereceu, além de tudo o que aconteceu naquele dia, era coisa demais para eu aguentar.
Ela pousou sua testa contra a minha por alguns segundos antes de assentir uma vez. De repente, fiquei chocada.
Sempre pensei que ela tinha todo o poder e eu não tinha nada, mas, naquele momento, percebi que poderia ter tanto poder sobre ela o quanto quisesse. Eu só tinha que ter coragem para isso.
— Vou sair da cidade neste fim de semana. Não sei quando volto.
— Bom, então volte ao trabalho enquanto ainda estar aqui Srta. Park.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Opposites [CHAENNIE]
FanfictionEsperta, dedicada, prestes a cursa um OMA, Roseanne Park tem apenas um único problema. Sua chefe, Jennie Kim. Ela é exigente, insensível, sem consideração e completamente irresistível. Jennie acaba de retornar da França para assumir um cargo importa...