#03

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Três dias se passaram desde o meu encontro com Vincenzo ao pôr do sol, ele tinha questões que eu acredito serem da máfia para resolver e então eu passei tempo em um resort que tem na ilha. Quando ele me disse que a ilha é um refúgio para quem está cansado de lutar e um lugar de cura, eu não havia levado tão ao pé da letra, mas realmente há um resort chique aqui que recebe turistas, no canto totalmente oposto ao que a família Cassano vive.

Eu acredito que esse resort serve também para não levantar suspeitas do que é feito na ilha, há um resort, é apenas isso, o vilarejo é para os trabalhadores do resort, nenhuma máfia, nada suspeito.

Hoje ele finalmente teve mais tempo para mim e me prometeu que me levaria para conhecer um pouco mais da ilha, também me disse para levar uma troca de roupa, dando a entender que não voltaremos hoje. Eu conto os segundos para termos mais momentos a sós e quando em fim consigo isso, me sinto muito feliz.

ㅡ Me desculpe por ter sumido esses dias, eu precisei viajar até a Itália, isso não acontece sempre. ㅡ Ele diz quando me encontra no hall de entrada do pequeno hotel.

ㅡ Acho bom você aproveitar os dias que tem comigo, depois vai ficar com saudades. ㅡ Brinco.

ㅡ Eu vou aproveitar cada segundo. Isso é uma promessa. ㅡ Ele dá um dos sorrisos pequenos característicos dele. ㅡ Vem comigo. ㅡ E me estende a mão.

Eu a seguro sem saber exatamente o que esse gesto significa de início, ele toma a pequena mala que eu carrego na outra mão e começa a andar para fora do hotel de mãos dadas comigo, como se fôssemos um casal. Um sorriso bobo escapa no meu rosto. Vincenzo me leva até um carro, um jipe para ser mais exata, e apenas me solta depois de me ajudar a subir no carro alto.

Ele passa em frente ao carro para entrar do lado do motorista. Está vestindo uma calça de alfaiataria larga e preta, com uma camiseta simples e também preta e uma sandália que mais parece um chinelo nos pés.

ㅡ Que raro ver você sem usar terno. ㅡ Comento.

ㅡ Nem sempre uso terno por aqui, só quando tenho negócios para resolver. ㅡ Ele liga o carro.

ㅡ E o que exatamente nós vamos fazer hoje? ㅡ Pergunto animada.

ㅡ Nós vamos fazer uma trilha pela ilha, no final tem um chalé. É muito legal, tem muitas paisagens bonitas.

ㅡ E o que é essa cesta aqui no banco de trás?

ㅡ Oh, são comidas.

Sorrio. ㅡ É bom mesmo, você não conseguiria me aguentar com fome, fico mais perigosa do que qualquer mafioso que você já conheceu.

Vincenzo dá risada. ㅡ Eu sei bem disso, prefiro não arriscar a minha vida tanto assim.

Eu me divirto com as palavras dele. Ele começa a dirigir o carro e ninguém questiona quando ele atravessa um portão para sair do resort, o que eu imagino que seja proibido para os turistas.

ㅡ Você está conseguindo descansar enquanto passa tempo aqui?

ㅡ Sim, já me sinto um tanto melhor. Os funcionários do resort me tratam como uma rainha. ㅡ Respondo.

ㅡ Eles foram orientados a te dar o melhor tratamento.

ㅡ Orientados por quem?

ㅡ Por mim. ㅡ Vincenzo responde de forma objetiva e rápida.

ㅡ Não precisava, eu sinto os outros turistas me olhando, como se eu fosse mais especial.

ㅡ Mas você é mais especial. ㅡ Ele fala e quando eu o encaro percebo que ele disse no impulso, porque ficou levemente tímido.

Malta | VincenzoOnde histórias criam vida. Descubra agora