Malta | Vincenzo

Final - parte 1

05 anos depois.

POV Vincenzo

Vincenzo nunca se sentiu tão angustiado em toda a sua vida. Já passou por inúmeras situações de vida ou morte, algumas delas sendo a própria vida em perigo, outras, a vida de pessoas importantes para ele, mas, mesmo assim, nunca sentiu seu coração bater tão forte quanto agora.

Ele encara o chão limpo do hospital mais caro de Seoul, quase consegue ver o próprio reflexo o encarando de volta. Em sua frente está Luca e Francesca, os dois sentados lado a lado, de mãos dadas. Eles parecem inquietos, mas muito mais calmos que o chefe.

Ele se levanta e anda até o filtro de água no canto da sala. Está tão distraído que quase não nota quando um pequeno ser humano se aproxima e o encara.

ㅡ Qual é o seu nome? ㅡ Uma menininha chama a atenção dele.

Ela é pequena, deve ter por volta de oito anos, seu rosto é rechonchudo e ela carrega um sorriso inocente consigo.

ㅡ Vincenzo. ㅡ Ele responde e olha em volta. ㅡ Cadê os seus pais?

ㅡ Vin... cenzo? ㅡ Ela diz com um sotaque extremamente adorável. ㅡ Minha mãe está internada, meu pai está fazendo companhia pra ela. Ele me pediu pra buscar água pra ele. ㅡ Ela aponta para o bebedouro.

Vincenzo a observa enquanto ela se aproxima para pegar a água, com movimentos um tanto desajeitados. Ele espera que nada grave esteja acontecendo com a mãe dela, nenhuma criança deveria passar pela dor de perder a mãe, e isso ele pode dizer porque entendo muito bem.

ㅡ Vincenzo-nim... Você é muito bonito. ㅡ Ela diz brincalhona e sorri, se curva rapidamente antes de sair saltitando.

Ele sorri com o elogio e a observa se afastar. Essa pequena interação conseguiu fazer com que ele se acalmasse um pouco.

Vincenzo-nim.

Repete consigo mesmo. É uma maneira muito educada de chamar alguém mais velho. Quando está na Itália ou em Malta quase se esquece da existência dos honoríficos, já se acostumou com todos o chamando apenas de Vincenzo por lá, então é algo que sempre chama a atenção dele quando ele volta até a Coréia do Sul.

Fazem quatro anos que ele voltou a poder entrar na Coréia. É uma memória que ele gosto, gosta de se lembrar do sorriso de Chayoung ao contar essa novidade, e ele definitivamente gosta de se lembrar da recepção calorosa que ganhou no Geumga Plaza assim que foi visitá-los.

•••

A porta do escritório de Vincenzo se abre e uma figura animada adentra a sala. Era Chayoung e ela sorria como se tivesse acabado de receber a melhor notícia de todos os tempos.

Hong Chayoung é a única pessoa no mundo que tem autorização para entrar na sala de Vincenzo sem precisar de um aviso prévio (isso quando ele não está em reunião), e assim ela faz pelo menos uma vez por dia, em todos os dias que ele está ali.

ㅡ Você parece feliz. ㅡ Vincenzo comenta. ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Você não vai acreditar. ㅡ Ela se aproxima da mesa e desliza o próprio celular pela extensão da mesma até que alcance Vincenzo. ㅡ Leia a mensagem.

Vincenzo pega o aparelho e o encara.

A tela mostra uma mensagem do sr. Nam que diz: "Nós conseguimos! Vincenzo Cassano está oficialmente livre de todas as acusações contra ele na Coréia. Limpamos o nome dele com a ajuda do arquivo Guilhotina.💪😏.".

ㅡ Oh, isso é uma ótima notícia. ㅡ Vincenzo sorri.

Chayoung rodeia a mesa, gira a cadeira de Vincenzo até que ele olhe diretamente dentro dos olhos dela e então dá um selinho em seu namorado. Ele a coloca sentada em seu colo e ela segura seu rosto com ambas as mãos.