Sempre que eu acordo, meu cérebro demora alguns segundos para começar a funcionar. É isso que está acontecendo agora, ainda estou de olhos fechados mas estou acordada, faz uns dois minutos que estou com a cara enfiada no travesseiro.
Entretanto, eu pareço ter começado a pensar, porque a pergunta "onde eu estou?" invadiu minha cabeça e eu não tenho uma resposta, então minha única opção é abrir os olhos e raciocinar.
Meus olhos levam algum tempo para se adaptarem à luz ambiente, mas mesmo antes de conseguir enxergar eu percebo que a cama está confortável demais para ser a cama do meu quarto na minha casinha, e eu também não me lembro de ir até em casa quando adormeci de madrugada. Pelo tamanho e luxo do quarto, eu tenho certeza que é o quarto do Vincenzo, tenho mais certeza ainda quando olho na direção da sacada e vejo ele olhando para a paisagem lá fora.
ㅡ Por que você nunca está na cama quando eu acordo? ㅡ Reclamo assim que chego atrás dele. Ele se vira para me olhar. ㅡ Aish, está bebendo whisky essas horas? Não é de manhã ainda? ㅡ Pergunto ao ver o copo na mão dele.
Vincenzo ri. ㅡ Não é mais manhã faz um tempo, na verdade.
ㅡ O que? Que horas são agora?
ㅡ Quatro horas da tarde.
Fico genuinamente surpresa, como é possível eu ter dormido por tanto tempo?
ㅡ Meu Deus, como assim? Eu dormi até as quatro da tarde? ㅡ Arregalo os olhos. ㅡ Oh... Mas é muito tempo.
ㅡ Eu fiquei preocupado, contatei o médico mas ele disse que era normal, então te deixei dormir.
ㅡ Você deveria ter me acordado antes. ㅡ Coloco a mão na cabeça e fecho os olhos, tentando me sintonizar de tudo que aconteceu nas horas antes de eu dormir. ㅡ Eu tenho quase certeza que eu te pedi para me levar para casa ontem.
ㅡ Sim, mas você adormeceu profundamente no sofá, então te trouxe para cá. Você está bem? Está com dor de cabeça? Os seus remédios estão bem ali, se você precisar. ㅡ Ele aponta para um móvel dentro do quarto.
Minha cabeça dói um pouco, eu levo a mão até o local do machucado e faço uma careta ao tocar nos pontos, não lembrava que eles estavam aqui.
ㅡ É por isso que você não estava mais na cama quando eu acordei, ninguém além de mim dorme até as quatro da tarde. ㅡ Resmungo. ㅡ Eu estou bem, minha cabeça está doendo um pouco mas não é nada demais.
ㅡ Eu não dormi na mesma cama que você, Chayoung-ah.
ㅡ Por que não?
ㅡ Porque você não consentiu isso enquanto estava acordada. ㅡ Ele responde como se fosse óbvio. ㅡ Então eu não quis invadir o seu espaço.
ㅡ Ah, mas era eu quem estava invadindo o seu espaço. ㅡ Rio. ㅡ É a sua cama.
ㅡ Não se preocupe com isso. ㅡ Diz ele simplista. Vincenzo suspira. ㅡ Posso te perguntar uma coisa?
ㅡ Pode.
ㅡ Como foi que tudo aconteceu ontem de madrugada? Como eles te acharam? Invadiram a sua casa?
ㅡ Não, eu estava na rua quando me acharam, na verdade, eu estava vindo até a sua casa.
ㅡ De madrugada?
ㅡ Sim... Eu não imaginei que aquilo poderia acontecer.
ㅡ Não é comum algo assim acontecer, a segurança na ilha é muito alta, nós já tínhamos identificado a invasão deles e capturado um homem antes mesmo de eu saber que você tinha sido sequestrada. Aconteceu porque eram principiantes, uma máfia nunca ousaria colocar os pés nessa ilha.
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Malta | Vincenzo
FanfictionApós sofrer um burnout por trabalhar mais do que deveria, Chayoung decide fechar seu escritório de advocacia na Coréia do Sul por um tempo para poder viajar em férias, e não havia lugar melhor do que os braços de Vincenzo para dar a segurança e o de...