#04

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Meus olhos se abrem lentamente, a luz do sol que adentra pela janela me impede de fazer isso rápido. Meus braços buscam pelo Vincenzo na cama mas eu não encontro ninguém, estou sozinha.

Me sento na cama imediatamente e olho em volta, mas nem sinal dele no quarto. Quando percebo que meu corpo está totalmente nu o meu rosto queima de vergonha e eu me tampo com o cobertor. Dou um sorriso maior que o universo quando me lembro da noite anterior. Cubro meu rosto com as minhas mãos até que a minha timidez passe e só então me levanto da cama. Vou atrás da minha pequena mala que Vincenzo deixou nesse quarto ontem quando chegamos e a encontro em um canto, abro a mesma e visto uma roupa íntima inferior, eu penso se devo vestir também as roupas minhas que eu trouxe, mas acabo vestindo apenas uma camisa social branca de Vincenzo que estava ali dentro.

Vou ao banheiro fazer minhas higienes e depois saio do quarto observando atentamente tudo ao meu redor, eu consigo escutar a voz dele, mas não consigo vê-lo. O procuro na cozinha, no outro quarto e na sala, mas só consigo encontrá-lo quando olho pela janela da sala e ele está parado na pequena varanda de madeira que há em frente a casa. Ele está conversando em uma ligação, parece irritado, eu consigo ver isso pelos seus olhos levemente arregalados enquanto fala. Me certifico que não há mais ninguém além dele fora da casa para então sair pela porta.

Eu o abraço por trás, pressionando minha bochecha contra a pele de suas costas desnudas. Ele está usando apenas uma calça de moletom preta e não parece se assustar com a minha presença, eu tenho certeza que ele já havia me visto desde que eu estava o espiando pela janela.

ㅡ Ciao, Luca. ㅡ Ele diz e eu entendo que isso significa "tchau" graças aos meus últimos dias vividos na ilha.

Vincenzo guarda o celular no bolso da frente da calça e se vira para mim, em nenhum momento eu largo a cintura dele.

ㅡ Mia bella... Buongiorno.

ㅡ Bom dia. ㅡ Respondo sorrindo fraco.

Ele afasta uma mexa do meu cabelo e me dá um beijo na testa. ㅡ Me desculpa ter saído da cama mais cedo do que você, recebi uma ligação que precisava atender e não queria te acordar.

ㅡ Tudo bem, eu soube desde o início que seria algo do tipo. Não achei que você tinha me abandonado. Existe alguma chance de alguém aparecer aqui nessa casa?

ㅡ Chances mínimas, quase zero, por quê?

ㅡ Não estou usando vestimentas adequadas para que alguém além de você me veja. ㅡ Eu sussurro, como se fosse um segredo.

Ele olha meu corpo de cima em baixo sem me afastar, analisando minhas vestes. Novamente eu fico tímida.

ㅡ Essa camisa é minha? ㅡ Ele arqueia uma sobrancelha.

ㅡ Sim. ㅡ Digo risonha.

ㅡ Como você a conseguiu? Não me lembro de ter deixado ela no armário desse chalé. Na verdade, nem me lembro qual foi a última vez que eu a vi.

ㅡ Quando você foi embora da Coréia às pressas esqueceu algumas peças de roupa dentro do armário, lá no seu apartamento no Geumga Plaza.

ㅡ E você pegou elas?

ㅡ Algumas, sim. Sempre que uma peça perdia o seu cheiro com o tempo, eu pegava outra. ㅡ Dou risada. ㅡ Você deve estar me achando estranha, mas me ajudava a lidar com a falta que eu sentia de você. ㅡ Meu sorriso se fecha quando reflito nas palavras que eu disse. ㅡ Oh céus, eu realmente não quero passar por isso de novo.

Aperto mais forte o abraço em volta de sua cintura. Ele levanta meu rosto com os próprios dedos e me dá um selinho longo.

ㅡ A camisa ficou muito melhor em você do que em mim.

Malta | VincenzoOnde histórias criam vida. Descubra agora