Ela estava certa

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Xiang

Pedi para Cimu sair de cima de Shuai, mas ele não parecia querer me ouvir. Eu estava feliz por Shuai levar uma surra? Estava. Mas eu não queria que Cimu fosse para cadeia. No primeiro momento eu entendo que foi necessário, porém agora eu já estou bem e a faca já esta bem longe da mão de Shuai, acho que já está na hora de parar de agredi-lo.

- Cimu! Para! Cimu! - grito, mas ele só me ignora.

Em meio a gritaria tentei puxa-lo para longe, mas única coisa que consegui foi levar uma cotovelada em meio a suas tentativas de socar Shuai.

- Ai!

Se eu soubesse que essa simples palavra teria parado Cimu, já teria feito isso de primeira. Ele levantou de cima daquele estrume e veio em minha direção, o olhar dele que antes era de ódio puro, agora era de ternura.

- Desculpa, eu te machuquei? - os olhos dele estavam cheios de lágrima - Desculpa, eu demorei demais para chegar.

Ver ele chorar era horrível, dava um nó no estômago.

- Relaxa...você não me machucou - o abraço para tentar acalma-lo - Relaxa, você chegou exatamente na hora.

Ele retribui o abraço colocando as mãos na minha cintura...na minha cintura, meu coração acelera e sinto o cheiro do seu perfume inundar meu nariz. Que merda esse cara tá fazendo comigo.

- Se ele tivesse te machucado com aquela faca eu teria...

- Eu não me machuquei - corto ele antes que ele posso terminar ameaça.

- Desculpa mesmo, eu sou um idiota...

- Você não é um idiota, você já me segue por todos os lados, não tem como você me seguir até na escola.

- Quem disse que não?

- Tá zuando, né? Deus me livre você me seguindo até na escola, virei prisioneiro agora?

- Posso me disfarçar de lata de lixo - ele diz e apesar de eu não conseguir ver seu rosto,por causa do abraço, sei que ele está sorrindo para o próprio comentário.

- Idiota...vamos embora...até aquela anta quadrada do Shuai já foi embora.

Tento me afastar do abraço mas ele não deixa.

- Que foi agora?

- Nada, só gosto do seu abraço.

- Para de ser gay.

- Nem adianta não vou te soltar - diz ele me jogando nas costas que nem um saco de batata.

Da primeira vez que ele fez isso eu quis matar ele, mas dessa vez foi divertido, ele me fazia bem de uma maneira que eu não conseguia explicar.
Ele me levou até o carro e só me soltou para me colocar no banco do passageiro. Deu meia volta e entrou no banco do motorista, se sentou e pegou na minha mão.

- O que isso? - pergunto me referindo a sua mão na minha.

- Eu não falei que eu não ia te largar.

- Ah pelo amor de Deus, não seja exagerado.

- Não sou, a partir de agora não vou desgrudar de você.

- Vai adiantar eu reclamar?

- Não.

- Então tá bom então - até porque, eu até gosto da mão dele alí.

Ele dirigiu até em casa sem calar a boca um minuto, acho que ele estava nervoso com o que tinha acontecido antes e estava descontando na fala.

- Você está se sentido culpado?

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