Arrependimento

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Xiang

Sentia algo em volta de mim, além de um perfume familiar, era confortável, era como estar em um lugar seguro, não sei que sonho estranho era esse mas espero que não acabe. Fui sentindo meus olhos ficarem pesados e cai em um sono profundo de novo.

Quando acordei ainda estava escuro, tinha algo em volta de mim, que porra era essa? Empurrei com tudo o que estava em volta, até então eu não estava totalmente acordado, mas assim que ouvi o baque no chão e uma voz, foi que me toquei que era alguém que estava me abraçando.

A sonolência que me restava foi convertida em profunda atenção.

- Quem tá aí?

- Sou eu - disse uma voz familiar.

Foi quando a luz se acendeu e pude ver quem falava comigo.

- Cimu?

Com a luz acessa pude ver que não estava no meu quarto e sim no dele, como isso era possível?

- O que aconteceu? Por que estamos na mesma cama? Não me diga que a gente... - as palavras morreram na minha boca.

Não acredito que eu fiz isso de novo, qual é o meu problema?

- Não, a gente não transou. Você estava bêbado e eu te trouxe para casa.

Bêbado? Verdade, eu tinha saido para beber.

- Acho melhor eu ir embora.

Eu precisava sair daqui.

Me levantei rapidamente, o que se mostrou uma péssima ideia, eu ainda estava meio tonto, acabei cambaleando e caindo no chão.

- Você tá bem? - diz Cimu se aproximando e me ajudando a sentar na cama de novo.

- Eu preciso ir para casa.

- Calma, eu sei que você não quer estar aqui e não se preocupe eu te levo para casa, mas espera um pouco até você estar melhor.

- Não obrigada, eu posso voltar sozinho.

- Você quer chegar nesse estado em casa?

Ele tinha razão, minha mãe ia me matar se me visse assim. Eu nunca fiquei bêbado, pelo menos não na frente dela.

- Deita, ainda é duas hora da manhã - ele parecia preocupado.

Merda!! Não é possível que minha única opção é ficar aqui.

- Eu não vou deitar com você, eu deito no sofá - diz ele.

- Tá.

- Okay então, só vou pegar um remédio para você tomar e já te deixo dormir.

Ele saiu e voltou com remédio e um copo d'água.

- Obrigada - digo pegando o remédio.

Minha cabeça não parava de doer era uma mistura de ressaca com fome. Eu não queria pedir algo para comer, eu só queria fugir, nem que fosse pulando a janela.

- Precisa de mais alguma coisa?

- Não.

Bem nessa hora minha barriga roncou.

- Tem certeza? - diz ele achando graça na situação.

- Tenho! - digo deitando e colocando a coberta cobrindo o rosto.

- Tá bom então.

Ele saiu e me deixou sozinho. Idiota! Se eu tivesse em casa, eu não estaria com fome.

Tentei voltar a dormir, mas minha barriga não parava de roncar. Fechava o olho, abria e olhava para relógio, a hora parecia não passar. Depois de trinta minutos tentando dormir, dei o foda-se e decidi cair fora, precisava encontrar algum lugar para comer. Talvez se eu fosse para casa e não fizesse barulho eu pudesse entrar sem ela me ouvir ou eu posso só achar uma loja, comer algo e depois dormir na rua, com cara de mendigo eu já tô.

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