Capítulo 5- A Profecia.

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Durante o restante das semanas, o assunto do rato no dormitório feminino se estendeu, por sorte, o colar estranhamente havia retornado a mesa de cabeceira na manhã seguinte ao ocorrido e junto dele os boatos de que Sirius Black agora rondava o lugar. Consequentemente, Vulpecula foi proibida de ir a Hogsmead, e as portas do castelo mantiveram-se fechadas e muito bem trancadas a noite. A sensação de estar em cárcere privado era constante e isso a deixava irritada, Volpe sentia constantemente observada, fosse pelos alunos, ou pelos professores, mas o que mais a incomodava era o fato de que George e Fred ainda estavam ao seu encalço. De tempos em tempos, Fred – o mais simpático – aproximava-se dela, puxando assunto com temas variados. Uma vez pediu ajuda da garota para uma aula de poções, o que a deixou com um grande ponto de interrogação na mente dela, já que todos afirmavam com todas as letras o quão geniais os gêmeos eram naquela matéria, ainda assim ela o ajudou. George mantinha uma distância dela, como se Volpe fosse algum tipo de material radioativo, e de tempos em tempos ela pensava que poderia ser isso não deveria incomodá-la, mas a incomodava.

Sua relação com Catherine tornou-se mais forte com o passar das semanas, dentre os intervalos das aulas costumavam estudar ou fofocar sobre algum assunto junto de Mackenna e Aurora, e o grupo parecia sólido. Pela primeira vez em muitos anos, Vulpecula sentiu que fazia parte de algo, que finalmente havia pessoas que gostavam de sua companhia e que ela poderia ser ela mesma. Um sentimento que não existia antigamente, afinal, piratas não deveriam se misturar com aqueles que possuíam o sangue puro, eram uma classe abaixo dos mestiços e dos nascidos trouxas de acordo com alguns.

As matérias foram aumentando com o passar do tempo, e a vontade de largar tudo aumentava na mesma intensidade e grau. Volpe não queria fazer mais relatórios sobre as poções, tampouco se importava com mapa astral e a importância de se ler as borras de café, assim como estava exausta dos olhares preocupado de Remus desde a aula do bicho papão e a insistência quase irritante que ele tinha em perguntar após as aulas se ela estava bem. Ela sabia que ele a amava e se preocupava, mas para ela, não havia motivo para aquele alarde todo.

No final do mês de outubro a neve começou a se acumular no parapeito das janelas e os ventos fortes que traziam o cheiro da maresia começaram, trouxeram consigo avalanches de neve e um frio intenso.

Naquela manhã o treino de quadribol tinha sido cancelado mais uma vez, trazendo um mau humor enorme para Volpe.

Ela andava irritadiça pela escola, fazendo com que seus passos duros ecoassem por todos os corredores que precisou passar enquanto caminhava na direção da aula de feitiços, pouco contente por saber que seria mais uma aula em que teria de aguentar Anthony lhe enchendo a paciência, pois era uma das poucas em que Fred e George não estavam por perto.

Normalmente era ignorava, ou apenas dava respostas evasivas ao rapaz. Ela aprendeu que demonstrar indiferença a pessoas que querem somente atenção, na maior parte do tempo funcionava como um modo de afastar, mas no momento em que ela colocou os pés na sala de aula e encontrou apenas um único lugar vago ao lado dele, ela sabia que sua tática não seria suficiente naquele dia.

Anthony tinha as bochechas rosadas pelo frio intenso que fazia, e os olhos do garoto brilharam intensamente a cada passo dela, como se ansiasse por sua companhia, mas não de um jeito bom. Aquele brilho era quase maligno e fazia com que ela sentisse um arrepio estranho, como se fosse o sinal de um mau agouro. Ele era o mau agouro. O motivo da sua falta de paciência e dias pacíficos dentro daquela escola. Se ela acreditasse em destino, diria que o seu tinha sido escrito por uma pessoa horrível que via o sofrimento como uma forma de entretenimento.

O lugar vago era pouco convidativo, e embora Volpe ponderasse se deveria ou não ficar ali, a voz fina do professor Flitwick tirou-a de seu devaneio.

— Senhorita Black, algum problema com seu assento? — Ele perguntou.

Destiny | George Weasley { Em Andamento}Onde histórias criam vida. Descubra agora