Capítulo 1

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Boa leitura!

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Luiza, uma das meninas disse que o recheio daquele bolo de casamento não está bom. Está mole e na hora de colocar vai escorrer pelas beiradas.

- Calma, deixa que vou olhar.

Luiza correu para ver o recheio, mexeu com uma colher de pau e acrescentou alguns ingredientes. Em minutos estava espesso e macio.

- Pronto, deixe ferver e desligue o forno. - Falou com a doceira e saiu.

- Ô mulher nervosa!

- Se precisar de ajuda é só me chamar.

Luiza voltou para seu escritório. Tudo nele era a sua cara, nada rebuscado ou exagerado. Os poucos detalhes que tinham, eram sérios. Não dedicava seu tempo a futilidades. Sentou e recomeçou o cardápio novamente, minutos antes de sair da sala haviam ligado pedindo um coquetel completo para um evento em uma empresa de publicidade, a Rio Company.

- Bom, eles pediram qualquer coisa com camarão, querem um canapé brasileiro, então vou usar carne seca. - falava sozinha. - No jantar acho que truta ao molho de...

- Falando sozinha, aqui agora é babar na gola e rasgar dinheiro. - chegou Eduarda falando com a amiga e chefe.

- Oi Duda, estou construindo o cardápio do coquetel da Rio Company.

- Ui, que chique! Pra quando?

- Final de semana, sexta-feira, mais precisamente. Temos duas semanas para isso.

- Moleza para gente.

- Sabe que fiquei ansiosa? É a agência de publicidade mais famosa do país e esse coquetel deve receber gente de todo canto do mundo. Tenho que fazer bonito.

- Você sempre faz, fica tranquila. Seu nome corre no Brasil! Quem não conhece Luiza Campos?

Eduarda falou e saiu a deixando totalmente nostálgica.

"Quero você fora da nossa casa, fora das nossas vidas. Não quero saber de nada sobre você e essa sua doença!" - sua mãe gritava.

Luiza havia saído de casa com dezessete anos, sua mãe havia descoberto sobre sua sexualidade. Nem seus pais e familiares mais próximos aprovaram, então ela se mudou de uma pequena cidade de São Paulo para o Rio de Janeiro com muita luta. Sempre teve talento na cozinha e seu primeiro emprego lhe rendeu a confiança do chefe, dono do restaurante. Com isso pode fazer cursos e se aprimorar, foi passando de lanchonete à restaurante da alta gastronomia até abrir seu buffet. Não quis abrir um restaurante próprio, mas um café e que se tornou um dos mais aconchegantes e frequentados do Rio. Agora com quase trinta anos, ela tinha uma vida consolidada, era famosa no ramo e carregava muitas conquistas em sua bagagem. Só faltava amar alguém de verdade. E isso para ela estava fora de questão.

Eduarda entrou novamente em sua sala e a interrompeu.

- Quero saber se hoje você vai a inauguração daquele restaurante?

- Claro, se eu não for Cláudio me frita na chapa. - riu.

- Então vou confirmar sua presença. Eles estão ligando direto, ou tá muito cheio ou vazio demais. - fez uma cara debochada.

- Com certeza está cheio, depois que jantar lá, nunca mais vai querer comer em outro lugar. Ele é o melhor, em primeiro lugar.

- Seu concorrente!

Medida Certa (Adaptação Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora