Medida Certa (Adaptação Valu)

Capítulo 9

Boa leitura!

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No decorre da semana Valentina ficou as voltas com dois clientes em São Paulo e quase não pode falar com Luiza por telefone.  A chef também se enrolou com datas marcadas de última hora. Com o novo cardápio do café o movimento havia aumentado e isso estava exigindo a contratação de mais um funcionário. Na quinta-feira, Luiza chegou em casa cansada. Sabia que se deitasse não ia conseguir dormir direito. Então resolveu sair pra dar uma volta de bicicleta, pelo bairro mesmo. Mudou de roupa, prendeu os cabelos e colocou um boné. Saiu por volta das seis horas e escutando música no fone, como de costume. Ficou pensando na vida, no trabalho e claro, em Valentina. Eduarda estava certa em lhe dar sermões, estava agindo como uma adolescente, mas mostrava banca de adulta, totalmente incoerente. Iria mudar, faria uma surpresa para a namorada no dia em que ela chegasse. Estava a uma quadra de casa quando ao atravessa em sua preferência um carro em alta velocidade a pegou. Com a força, Luiza rolou por cima do capô do carro e seu corpo quebrou o para-brisa do veículo. As pessoas que passavam na rua se assustaram e correram para ver o acidente, ela estava desacordada no chão e sangrando muito.

O rapaz do carro desceu apavorado e a invés de ajuda-la, ele saiu correndo deixando o veículo aberto e sem prestar socorro. Outro senhor que passava no local reconheceu Luiza pela bicicleta.

- É a moça que mora na rua de trás. Eu a conheço. Nos encontramos às vezes na padaria.

- Sabe o nome dela? - perguntou outro rapaz.

- Luiza.

Procuraram algum tipo de identificação, mas nada encontraram. Até que resolveram mexer no celular. O rapaz foi esperto e foi logo na última chamada feita por ela. Ligou direto no celular de Eduarda.

- Desculpe o incomodo senhora, é que uma pessoa chamada Luiza sofreu um acidente. Por acaso a conhece?

- Claro, é minha amiga. Onde ela está?

O rapaz deu o endereço e Eduarda foi correndo e já chamando a ambulância. Chegaram praticamente juntas. Os enfermeiros a imobilizaram e colocaram na maca. Havia muito sangue e isso assustou a secretária.

- Meu deus do céu! É grave?

- Ainda não podemos dizer. A senhora é da família? - o enfermeiro perguntou.

Eduarda ficou pensando que seria a única família de Luiza, ela realmente não tinha ninguém.

- Sou sim.

- Então, por favor, nos acompanhe.

Ao dar entrada no hospital ela foi direto para a sala de cirurgia. Estava com uma pequena fratura exposta, que Eduarda não tinha reparado. Os médicos fizeram a cirurgia e recolocaram o osso no lugar, além de uma chapa e um pino para dar firmeza. Os demais ferimentos apesar de sagrarem eram superficiais, apenas cortes causados pelos cacos de vidro do carro. O médico retornou depois de mais de duas horas. Eduarda estava desesperada, porém agora acompanhada de Julia.

- Senhora Eduarda?

- Sou eu. - Ela veio chorando.

- Fizemos uma cirurgia na paciente e limpamos seus ferimentos.

- Ela está bem?

- Sim, porém a colocamos em um coma induzido. É bem provável que a hora que acorde, ela esteja em choque, por conta do susto. Amanhã pela manhã vamos colocá-la em um quarto.