O primo ᶜᵃᵖ ⁵

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Quinze angustiantes dias passaram rapidamente, e eu só sentia curiosidade em saber se aquele homem iria retornar

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Quinze angustiantes dias passaram rapidamente, e eu só sentia curiosidade em saber se aquele homem iria retornar.

Eu morava sozinha. Minha mãe não tinha muito dinheiro no passado, mas isso não a impediu de ser viciada em viagens e aventuras já meu pai havia sido um funcionário de banco, um simples funcionário que trabalhava no balcão recebendo pagamentos.

Como eu disse, eles " haviam sido". Minha mãe morreu em um acidente de montanhismo quando eu ainda era criança, e meu pai, eu nem cheguei a conhecer, morreu de tuberculose meses depois do meu nascimento.

— Bom dia, tia Luiza.

Minha tia Luiza pegou a minha guarda depois dos meus 12 anos e passou a cuidar de mim. Irmã do meu pai, ela nunca teve filhos e apesar de ser extremamente engraçada e gentil, eu ainda sentia uma pequena solidão e falta de uma presença materna.

— Ora, ora, quem chegou. - Soou uma voz debochada vindo da cozinha em direção a sala.

Matheus, meu primo agregado. Ele era sobrinho do meu tio Armênio, esposo falecido da minha tia.

Meus tios foram um grande exemplo de cumplicidade e brigas constantes pelo controle da televisão. Provavelmente por isso eu não conseguia namorar por muito tempo, eu queria a referência de amor que eles haviam me dado, porém não posso negar que ler as cartas todas as vezes que um pretendente surgia me causava uma insatisfação logo de início, esse era meu maior erro, ninguém é ou tem uma vida perfeita.

Matheus era mais jovem que eu. 21 anos de pura "sem vergonhice" em um corpo rústico, de ombros largos e um tronco um pouco fofo. Ele enchia a casa da minha tia de piadinhas constantes junto com ela. Ele havia feito vários intercâmbios durante muito tempo, e quando voltou estava assim, grande, e eu nem o reconhecia mais. Minha tia era sua madrinha e depois da partida da sua mãe, ela virou referência para ele também.

Tínhamos algo em comum, mas era só isso porque ele debochava do meu trabalho por ser muito cético. Meu primo estava estudando comércio exterior.

— Bom dia, Matheus. - Respondi para ele séria, enquanto dava beijinho no rosto da minha tia.

— Matheus trouxe alfajor da Argentina. - Disse minha tia com empolgação.

— É mesmo? - Perguntei com ironia. Ele sempre se gabava das suas viagens.

— Foi um bate-volta legal. - Prosseguiu ele sentando no sofá próximo da janela, comigo o ignorando assistindo o programa da televisão que estava assistindo.

— Esse programa de gente pelada na mata? - Perguntei rindo. - Você é viciada nesses absurdos ainda né, tia?

— É interessante, querida, fortes emoções. - Disse ela rindo com deboche. - Esses jovens são tão esforçados no frio e eu vivo com o cobertor nas pernas. - Debochou ela de si mesma.

A vidente do chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora