Pablo lançou um sorriso e um olhar para o primo difícil de eu entender, mas fiquei intrigada.
- Vamos, Marisa. Desculpa a demora. - Disse ele com gentileza.
- Até mais, Lucas. - Me despedi um pouco sem jeito.
- Foi um prazer voltar a vê-la.- Se despediu com reverência.
- O prazer foi todo meu.
Me voltei para Pablo e o acompanhei em silêncio até sua sala, ele parecia apressado.
- Obrigado, Marcia. - Agradeceu ele a moça branca de cabelos pretos finos e curtos, que saiu da sua sala.- Faça o relatório de tudo agora.
- Sim, senhor Romero.- Ela tinha um ar mais simpático e amoroso. Já a outra secretária loira e discreta no canto não esboçou expressão alguma, parece que fingiu que eu não existia.
Eu entrei em sua sala grande e retangular. Ao fundo havia um projetor e uma grande mesa oval com cerca de 8 cadeiras cinzas bem acolchoadas - estavam mais para poltronas do que cadeiras. De frente com a porta havia uma mesa de escritório grande e elegante junto com uma grande cadeira atrás, parecia uma mesa de político dessas vista em filmes. Uma longa estante com nichos cobria toda parede ao lado, era muito bem planejada. Ele puxou para mim um dos acentos da grande mesa e me convidou a sentar-se nele, a sua frente.
- É necessário tudo isso? - Perguntei olhando para sala um pouco chocada pelo luxo.
- Não.- Me respondeu descontraído segurando a cadeira para mim, compreendendo a minha observação. - Mas passa mais comprometimento para os acionistas e fornecedores . Sente-se, por favor.
- Realmente, uma boa apresentação é metade dos bons acordos. - Fora o aroma de lavanda no ar.
Ele contornou sua grande mesa e me fitou de pé , parecia um pouco vermelho. Talvez por ser branco não fosse fácil esconder qualquer emoção mais eufórica por qualquer que fosse o motivo.
- Você está bem? - Perguntou ele antes de se sentar. - Aceita água ou café?
- Não tem chá? - Eu estava sendo ridícula.
- Poxa, curiosamente hoje não tem. Preciso mandar a Camila comprar mais camomila.
Achei fofa a observação e me senti boba e arrogante pela exigência.
- Eu aceito café sim, mas eu posso pegar.
- Não, não. Fica aí. - Me pediu tirando o paletó e colocando sobre uma grande mesa retangular abaixo da imensa janela que cobria a parede toda de frente.
Num largo e clássico bufe havia uma bandeja com xícaras - de porcelana pelo visto - e uma garrafa térmica, onde ele serviu café para mim e para ele.
- Não aguento mais paletó, sério. - Murmurou após encher a xícara. - Você gosta de açúcar ou adoçante?
- Três gotas de adoçante , obrigada.
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A vidente do chefe
Romance[Revisão com algumas mudanças] "Marisa vive uma singela vida como cartomante, sendo uma humilde vendedora de artigos místicos em sua loja. Sua vida começa a tomar um rumo totalmente diferente quando um misterioso homem pede sua ajuda e apresenta a e...