Só o começo ᶜᵃᵖ ¹⁰

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Quando abri os olhos eu percebi que meu despertar tinha sido por causa do celular vibrando

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Quando abri os olhos eu percebi que meu despertar tinha sido por causa do celular vibrando. Já eram duas da manhã quando Pablo me mandou uma mensagem.

*Pablo Romero - Cliente"
Perdão se estou atrapalhando, se estivesse acordada eu queria me desculpar por não conseguir falar com você antes, tive que ir em um jantar de família.

Ah, menos mal.

Perdi o sono mas fiquei irritada. Ainda bem, porque logo respondi pra ele :

*Marisa*
Estou acordada.

Percebi que o fone já não estava mais no meu ouvido e a ligação com o meu primo tinha se encerrada. Não sei quem desligou mas eu fiquei um pouco envergonhada por isso, não sei porque, mas em poucas horas eu o veria, então não sei bem o que pensar. Eu estava com uma sensação muito boa da conversa, talvez por ter feito as pazes com ele e ele ter me deixado relaxada com seu canto.

*Pablo Romero - Cliente*
Posso te ligar?

*Marisa*
Sim.

Suspirei e sorri. Era uma noite incomum - conversa na cama- dois homens diferentes interessados em falar comigo antes de dormir...estranho.

- Boa noite, Marisa. - Cumprimentou ele com uma voz mais tranquila.

- Ola, Pablo.

- Sei que é inadequado esse horário, achei que não fosse me responder. - Ele suspirou. - Uma prestadora de serviço não deveria ter horários tão flexíveis. - Disse ele com sorriso na voz.

- Não deveria mesmo. - Nossa, eu não conseguia deixar de ser sincera. - Irei impor limites. - Disse sorrindo. Ouvi ele dando uma risada nervosa. - Mas diga, já que estou acordada. - Graças a ele.

- Bom, como eu disse para você, gostaria de fazer um acordo com você, um contrato de trabalho.

- Certo. E como se daria nossas consultas? Mensal, semanal?

- Não quero impor essas regras. Quero poder te chamar quando eu quiser e precisar.

Meu Deus, isso era complicado. Só esperar pelo retorno dele já me causou uma ansiedade incomum. Eu não costumava ficar assim por clientes, crushs talvez, ficantes muitas vezes, namorado sempre, mas clientes não. Eu pensei bem, respirei fundo e pensei em uma estratégia.

- Não.

- Na-a, não? - Ele gaguejou surpreso. - Não o que?

- Não vai ser do seu jeito.

Era um risco mas eu não era um tipo de prostituta, não iria me vender ou passar por essa situação instável por dinheiro. Não era justo comigo ser do jeito dele não importa o quanto dinheiro ele tinha para me oferecer.

- Ah... e qual seria sua contra proposta?

- Horário marcado, uma vez na semana. - Disse eu com a voz firme. - Quero que me envie mensagens periódicas dentro do meu horário comercial, se eu tiver que esperar por você eu cancelo o nosso contrato. Se eu tiver que me encontrar com você fora da minha loja eu quero adicional, uma hora e meia no máximo. Não tolero atrasos.

Eu arrisquei, mas eu me senti poderosa dizendo aquilo.

- Ok. - Ele aceitou muito rápido. - Me manda por mensagem todas as suas imposições.

- E sobre isso: prefiro e-mail. Não quero temer mandar mensagem para você e prejudicá-lo de alguma forma. Quero ter firmeza e certeza com a nossa comunicação.

- Isso é bastante frio. - Murmurou ele com a voz distante, parecia pensativo.

- E porquê deveria ser diferente? Eu sou uma profissional.

Eu entendi o meu chilique. As palavras debochadas do Rogério se transformaram em um tipo de rancor e eu queria impor respeito seja por quem fosse.

- Você tem toda razão. Eu estou sendo ridículo. Eu não deveria ter te deixado esperando...

É, provavelmente era isso também. Eu estava chateada com ele, era evidente.

- Desculpa. Eu não tive um domingo muito bom.

- Nem eu.

Ficamos um tempo em silêncio. Eu queria perguntar muitas coisas, até mesmo sobre o Lucas, que ficava na minha mente às vezes a curiosidade de como ele estaria, mas eu precisava me manter profissional.

Também ouvi a respiração dele. Impressionante como era bom ouvir uma respiração, fazia eu me sentir viva, menos solitária... Eu estava começando a ficar muito confusa sobre o que eu estava sentindo.

- Posso perguntar quem interrompeu nossa conversa mais cedo?

- Nossa... verdade. Eu que realmente te devo desculpas. - Demorou para eu cair na real. - Essa situação desagradável entre nós não teria acontecido se meu primo não tivesse nos atrapalhado.

De repente meu carisma por ele começou a sumir.

- Ah, sim. Compreendo. - Disse ele com uma voz gentil.

Meu Deus, como eu era estúpida.

- Me desculpa, me desculpa... eu fiquei muito ansiosa e...

- Não, tudo bem, Marisa. Se acalma. Ainda acho que minha demora tenha te feito mal.

- É, mas...

- Pensei em você todos esses dias.

Eu não sabia bem o que dizer. Essa observação parecia estar nos deixando mais íntimos... isso era péssimo! Não deveria haver essa aproximação.

- Ok, Pablo. Estamos acertados, então.

No longo silêncio que se fez eu só pude ouvir um pouco mais da sua respiração.

- Ok. Vou te mandar meu e-mail. - Disse ele com uma voz sem emoção.

- Ótimo.

E assim a conversa se encerrou.

Olhando para o teto escuro do meu quarto ouvindo os poucos carros passarem na rua, a minha mente começou a me fartar de imagens e possibilidades, entre expectativas e esperança das quais eu não queria.

Eu estava confusa e ansiosa, e só poderia esperar pelo futuro para saber onde isso tudo iria dar. Ou ... eu poderia procurar em minha vidência, em minhas cartas a resposta...

 eu poderia procurar em minha vidência, em minhas cartas a resposta

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A vidente do chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora