Era o dia de folga de Sanji — que por conta disso passou a ser de Zoro também —, porém, o sobrancelha enrolada acordou cedo como de costume. Se sentia frustrado por não ter aproveitado a manhã dormindo até mais tarde, quando se lembrava que ia todos os dias para o trabalho com sono. Foi fazer o café sem outra opção em mente, moeu os grãos e depois de ferver a água, passou no filtro. Sentiu o cheiro gostoso tomar seu apartamento, e despejou o líquido preto numa caneca. Já iria ligar a tv, mas se lembrou do que houve noite passada e observou o marimo pela porta semiaberta.
Estava tão calmo deitado na cama e num sono tão profundo como se nunca tivesse mostrado o quão vulnerável era. Isso fez o cozinheiro lembrar sobre o que faria quando ele acordasse. Tinha certeza de que não comentaria nada se não perguntasse, mas ele precisava de uma conversa e Sanji o importunaria sem se importar de ser intrometido. Fechou a porta e foi pra janela do apartamento, observou o dia e se lembrou de que era verão.
Zoro acordou no horário do almoço, bocejou e foi cuidar de sua higiene. Estava com medo do cozinheiro idiota fazer alguma pergunta ou até mesmo tirar sarro de sua cara, mas o viu arrumando a mesa enquanto cantarolava uma música que deveria ser de uma de suas divas.
— Quer ajuda?
— Apenas sente-se. — Respondeu sorrindo, e Zoro fez como mandou.
Enquanto comiam a boa refeição do cozinheiro, o marimo evitava contato visual com ele o máximo possível. Sanji bufou com essa atitude e resolveu tocar no assunto de uma vez por todas.
— Marimo, por que estava chorando ontem a noite?
Zoro não respondeu nada e continuou desviando o olhar.
— Tudo bem não falar, mas se precisar de algo, eu estarei disponível. — Deu um de seus sorrisos gentis, aqueles sem implicâncias ou sarros, e Zoro pensou que Sanji parecia estar dedicado a cuidar dele de verdade.
— Você virou mesmo minha mãe... não sei por que se preocupa com um pirralho...
— Não é nada disso! Você é meu amigo e o ajudo como faço com os meus outros amigos.
Zoro voltou a ficar quieto. Ele só pensava que gostaria que aquele idiota lhe tratasse como um adulto pelo menos uma vez. Depois do almoço, Sanji lhe pediu para que lavasse as louças, enquanto alimentasse Bepo.
— Toma. — Sanji colocou o pote cheio, do jeito que Bepo gostava, no chão da área de serviços. Ao seu lado estava o marimo lavando a louça.
Enquanto Bepo comia feliz a ração de carne, o cozinheiro o observava pensando que estava mais gordo que antes.
— Ei, Bepo! Eu fico pensando em te assar, qual seria seu sabor?
O gato deu um salto e cravou suas unhas no rosto de Sanji, que gritou de dor desesperado. Zoro soltou um risinho com o jeito desajeitado e até mesmo infantil do cozinheiro, às vezes pensava que ele que deveria ser o mais velho.
Sanji tirou Bepo do rosto e o chutou para longe.
— Ei, marimo, quando vai entrar de férias mesmo?
— Essa semana.
— Preciso fazer um programa com você... — Murmurou, enquanto olhava pro teto e mexia na barbicha.
De novo tratou o esverdeado como se fosse uma criança, tinha que falar num tom tão parecido com os de seus pais? Se sentia obrigado a levá-lo para passear? Levá-lo para Disnesylândia?
— Não precisa, cozinheiro, já estarei tendo as melhores férias passando nessa casa. — Respondeu sério, e enxugou as mãos com uma toalha de prato. Havia acabado de lavar as louças e foi para o quarto.
Sanji piscou seus olhos totalmente confuso, o marimo parecia bravo. — Ok, então...
"Eu disse alguma coisa?"
A noite chegou, os dois foram pra cama juntos depois de comerem uma pizza. Se deitavam em sentidos opostos.
— Hoje está tão quente. — Reclamou Sanji, tirando o lençol de cima dele.
— Por que não compra um ar condicionado? — Perguntou Zoro intrigado, o ventilador de teto não dava conta do calor.
— Esqueceu que sou um estagiário? Não tenho dinheiro pra isso!!
— Mas pra terno e cigarro tem.
— Ora, seu...
Sanji se virou para o lado de Zoro e começou a dar soquinhos leves nele. Zoro gargalhava com isso e, apesar da luz do quarto estar desligada, Sanji conseguiu ver o sorriso dele através da luz da lua que entrava pela janela aberta.
— Tem um sorriso tão bonito e quase não sorri. — Deu um cascudo no marimo, que voltara a ficar sério diante de um gesto tão fraternal. Se virou pro lado da porta ao entender que Zoro não queria mais brincadeiras.
— O que sou para você?
Essa pergunta veio subitamente, voltou a encará-lo.
— Você é meu amigo.
Alguns segundos se passaram enquanto um olhava o olhar do outro. O marimo se aproximou do cozinheiro, que não se afastou e nem se virou.
— Um amigo poderia me masturbar? — Perguntou, enquanto olhava para os lábios entreabertos do mais velho.
Com essa pergunta, Sanji finalmente compreendera o que o marimo queria e por que estava tão mal humorado.
"Acho que uma babá ou algum outro responsável não fariam isso..."
Então, sem hesitar, se aproximou e deslizou sua mão até o cós da bermuda de Zoro, para que pudesse tocá-lo. Portanto, começou a massagear o membro ainda flácido do marimo, assustando-o de princípio, mas que se permitiu deixar levar. A massagem ficava mais prazerosa e gemidos escapavam da boca dele.
— Precisa se conter. — A voz do loiro estava bem próxima dos ouvidos dele. O seu cheiro de cigarro também. Por alguma razão, esses detalhes lhe excitaram.
— Fala mais... — Disse extasiado, e beijou rapidamente os lábios do cozinheiro, que ainda lhe massageava com a mão. Sanji voltou com o beijo.
Zoro não sabia beijar e era mais difícil controlar um beijo se contendo para não gozar. Sanji deu uma risadinha por ver que o ato não saia de acordo com o roteiro, portanto, se separou de seus lábios para fazer algo a respeito. — Me acompanha, marimo.
Aos poucos o esverdeado teve controle da situação e Sanji aumentou a velocidade. Também pendia o seu pênis melado para outras direções, resultando em arfadas de gemidos até que gozasse.
Zoro respirava fundo, estava mais suado do que antes e assustado por Sanji ter aceitado em fazer aquilo tudo.
— Foi sua primeira vez?
— Foi sim, primeira pessoa que me tocou... — Respirava depressa. — E essa pessoa foi você...
— Algum problema com isso?
Zoro continuava a arfar o ar. — Claro que não!
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Rangerrr
RomanceApesar de não precisar ir mais para Gol D. Roger, a fim de ser o terapeuta de um certo aluno rebelde, Sanji ainda precisava ficar de olho em Roronoa Zoro. SanZo