Epílogo

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O cheiro de maresia era forte naqueles dias de recesso, assim como o vento. Não havia calor naquela região. Quando era tardinha, Zoro se sentia voando sobre a areia dourada e fria, enquanto ia de contra a parede invisível do vento, de modo que os braços ficavam abertos como asas. Um dia andou mais além, Sanji lhe chamou para andar sobre a areia batida e que o mar alcançava os pés conforme as ondas. Andaram para muito longe e observaram o horizonte. Zoro passou a registrar nos passeios posteriores o pôr do sol em fotos, assim como o céu rosa. A areia batida parecia um espelho por ser molhada, ele registrou uma foto de Sanji alguns passos à sua frente, enquanto pisava nessa areia. Debaixo dele havia seu reflexo e também do céu, parecia dois mundos em que o cozinheiro estava muito sozinho em ambos.

"Um mundo invertido."

Lembrou de Castlevania e Stranger Things.

Acordou da sua soneca e encontrou Sanji bem ao seu lado na cama, e entendeu que ele também havia cochilado. Pensou que o sol e o sal faziam até mesmo o cozinheiro ser um dorminhoco, e fitava o seu rosto pensando que nunca iria esquecê-lo... aquele rosto com pelos e olheiras era o rosto de seu herói.

As cortinas brancas balançavam com violência, o fim de tarde chegava junto do vento que o fazia voar. Não havia uma viva alma nas redondezas, o silêncio era tomado pelas ondas e por rangidos da casa velha em que estavam vivendo, vivendo uma história de amor.

O rosto de Zoro enrubesceu com tal pensamento e se aproximou dos lábios tentadores que lhe chupou naquele dia. Se lembrou do tesão, ficando excitado e sua respiração descompassada.

Sanji sentiu o hálito do marimo batendo em seu rosto e, sem ao menos abrir os olhos, avançou para beijá-lo.

O beijo se intensificou, Zoro ficou mais excitado, mas se separou de Sanji para dizer algo.

— Não está mais doendo.

As cortinas continuavam a balançar com a janela semiaberta, uma mão de Sanji segurava o rosto de Zoro, ele observava os olhos castanhos e as bochechas rubras por ter dito aquilo. Riu, com certeza foi difícil juntar coragem para dar aquela informação. Era uma boa deixa para zoar com a cara dele, mas Sanji não podia brincar com os seus sentimentos. O garoto estava determinado a se entregar. De corpo e alma.

Portanto, resolveu fazer uma pergunta que Zoro teria que apenas acenar "sim" ou "não" com a cabeça para evitar mais constrangimentos.

— Quer mais uma vez?

Sanji sorriu ao ver o olhar de Zoro se abrir e depois ficar mais corado do que já estava, mas ele conseguiu acenar que sim. Era muito fofo e inocente, voltou a beijá-lo, ficando por cima dele. Também lambia o torso desnudo e moreno do marimo, o qual gemia com os toques de seus lábios. Ambos já tinham volumes em seus shorts e que foram parar no assoalho do quarto. Estavam nus, roçando um corpo contra o outro, sentindo que se grudavam com uma cola especial, se grudavam em seus gozos. Sanji colocou a camisinha para entrar no marimo, que passou a cravar as unhas nas suas costas e rebolar no seu pau.

Era noite. Eles se arrumaram para o festival de verão, estavam empolgados para ver a queima de fogos e até mesmo vestiam yukatas. Seria um pouco longe da casa, mas quiseram ir a pé. Durante o caminho, ouvia-se os passos dos chinelos de madeira que ambos usavam, as mãos de um e de outro estavam unidas e o céu perfeitamente estrelado. Um grilo cantava por ali, assim como também voavam vagalumes que os deixavam maravilhados. Sanji tinha o cigarro aceso na boca e Zoro pensava que nunca esteve tão feliz.

Chegaram no templo xintoísta da cidade e subiram várias escadas para terem acesso às barracas no topo do morro, o local estava lotado de pessoas e Sanji pediu para o marimo não soltar sua mão a fim de não se perder. É óbvio que Zoro ficou enfurecido, mas acabou obedecendo, porque no fundo sabia que o loiro tinha razão.

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