volta pra casa

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  Ao chegar na casa onde aquela tragédia horrível ocorreu, Luna desaba em lágrimas, mas continua andando para dentro da casa, era como fazer uma breve visita ao inferno que um dia já foi um lar calmo e feliz.
  Chegando em seu quarto, ela pega todos os seus pertences, que por sorte eram poucos. Ela rouba também algumas coisas de Karine, entre elas: 2 casacos de Karine que ainda possuíam o seu cheiro, fotos polaróides que elas tiraram juntas, um perfume e todas a suas meias e jóias.
Ela estava pronta para ir embora quando uma das polaróides que ela carregava cai no chão. Atrás da foto havia algo escrito. Ela pega a foto do chão e á lê, nela está escrito.
"Para Luna.
Se você está lendo isso, eles já deram um jeito em mim. Você precisa derrota-los pois eu não fui o suficiente. Eu já estava ciente de que eles iriam me matar, não posso te contar mais. Saiba que mesmo depois de morta, eu sempre te amarei. K."
  — O quê?! Que porra é essa?!— Luna exclama chorando.— Como assim ela já sabia?!— Ela chora ao ar. — Por quê ela não me disse?— Ela dúvida internamente.— Mas eu não posso me preocupar com isso agora, eu vou embora logo.—
  Enquanto anda em direção á saída, ela se depara com o quarto de armas que pertenciam a Karine. Ela percebe que se realmente quiser cumprir o último pedido de Karine, terá que pegar algumas coisas naquele quarto.
Ela entra no quarto, levanta seu dedo indicador e o aproxima de todas as armas e utensílios presos na parede, como ela tem uma mochila pequena, ela pega poucas coisas. Como: Duas Adagas, três facas, um canivete e uma luva sem dedos. Assim que ela se vira, ela percebe uma lança na parede, ela era retrátil, branca, com uma ponta serrilhada, aparentemente ela também tinha um mecanismo de adaptação a magia. Magia essa que ela iria ter de aprender o básico se fosse realmente se alistar.
  Luna pega ela, aperta o botão de reduzi-la e ela fica do tamanho de um controle remoto.
  Ela arremessa as coisas na mochila e carrega a lança na mão. Fecha a porta do quarto de forma lenta em uma forma de respeitar a memória de Karine.
  Ao chegar na beira da calçada da casa, Luna pega o seu celular pensa por um breve momento antes de decidir para quem ela iria ligar.
  Até que enfim ela decide ligar para sua mãe. Assim que aperta no botão de "iniciar chamada", sua mãe, Suzan, atende desesperada.
  — Ah meu Deus! Filha, você está bem?—  Diz Suzan chorando, querendo sair do celular para abraçar Luna. Pelo menos a delegacia ligou para contar sobre a morte para a mãe de Luna, a poupando de ter que falar disso.
  — Mãe, você pode vir me buscar?— Luna chora para sua mãe.— Eu estou na frente de casa.—
  — Claro, filha!—  Diz Suzan entrando no carro ainda em ligação com Luna
  — Olha,filha, você tem todo o direito de ficar triste. Pode chorar a vontade por quê eu estarei aqui por você. Eu sinto muito pela Kah, mas ela deve estar num lugar melhor agora e, em algum momento, tudo vai ficar bem!— Suzan chora enquanto tenta reconfortar a filha.
  — Não...— Luna desaba em lágrimas.— Nada vai ficar bem porque a Karine não está aqui. Ela era uma das poucas pessoas que me amou de verdade. Nada vai ficar bem porque a mulher que eu amei por 5 anos está morta. Eu nunca mais vou olhar nos olhos dela, Nunca mais vou ver a pele linda e marcada dela, nunca mais vou acariciar o cabelo dela, nunca mais vou usar aqueles casacos gigantes que ela usava, nunca mais vou sentir o toque suave dela, nunca mais vou sentir ela! Nunca, nunca mais! E eu não poderei nem ir na porra do velório, porque essa família de merda dela "não concorda com o pecado dela"!— Luna termina seu monólogo soluçando de tanto chorar. Em seguida continua.— Não, mãe, não está nada bem e nem vai ficar— Ela desliga a ligação e espera ansiosamente por sua mãe.
  Suzan chega. Luna entra no carro e elas seguem uma viagem de vinte minutos em total silêncio. O problema do silêncio é que ele fala muito sobre as duas. Luna não tem capacidade nem sanidade mental o suficiente para se desculpar com a mãe. Suzan é o tipo de pessoa que se magoa fácil, então ela ficará em silêncio até Luna se desculpar com ela, oque tem pouquíssimas chances de acontecer.
  Elas chegam em casa sem ao menos falarem uma palavra sequer. Luna silenciosamente carrega suas coisas na mochila e sua lança até o quarto de hóspedes da mãe, lá, ela encara o teto enquanto não consegue dormir.
  Luna chora, morde o travesseiro por conta da raiva, batuca a madeira da cama com seus dedos, olha o teto novamente e, nada disso lhe trás o sagrado sono.
  Até que ela desiste e decide ficar observando o teto enquanto pensa. Pensa em Karine, pensa no bilhete que ela deixou, pensa na vampira que a executou e principalmente sobre o seu alistamento Exterminus que acontecerá no dia seguinte.

 

Exteminus In Lunária: 1° Livro de uma sagaOnde histórias criam vida. Descubra agora