6. Sexta

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Asta adentrou a base dos Touros Negros, com Magna e Luck a reboque, os dois últimos discutindo em razão do sumiço não tão misterioso do pudim do usuário da magia do fogo, como vinham fazendo desde que relataram na capital a conclusão da missão em Kiten.

Novamente, não havia sido um trabalho muito difícil, o que era comum, em razão dos tempos de paz que viviam. Eles foram enviados para conferir os relatos de alguns civis, que haviam denunciado atividades suspeitas na fronteira com Diamond, pois ainda que o Reino de Clover não quisesse tomar uma atitude precipitada, também não desejava ser surpreendido com uma nova rebelião.

Felizmente (infelizmente, do ponto de vista de um Luck entediado), não haviam se deparado com ninguém suspeito, de modo que a missão foi basicamente  investigativa. Ao menos, o trabalho não tinha sido uma perda de tempo total, já que conseguiram reunir informações relevantes para o reino, o que fazia com que Asta retornasse para casa com seu humor positivo inabalado, apesar da rinha dos outros dois.

— Oh, aí está, o trio de idiotas — o capitão Yami, que estava parado na área comum, de pé e diante da maioria de seus subordinados, saudou, assim que os três adentraram a base.

— O fato de sermos três idiotas, não faz de nos um trio — Luck ponderou.

— Está mais para uma dupla e um agregado — Gouche, que estava à mesa esculpindo o que parecia uma estátua de madeira de sua irmã caçula, comentou.

— Eu não quero ouvir isso de um siscon esquisito como você! — Magna exaltou-se.

— Ok, eu estou com pressa, então vocês vão ter que esperar para se matarem — Yami chamou a atenção deles de volta, visto que Magna e Gouche pareciam prestes a se atracar. — Preciso aproveitar que a maioria está aqui para repetir o aviso que preciso passar o mínimo possível — acrescentou, antes de dar uma longa tragada em seu cigarro.

Asta, que até então perscrutava o ambiente em busca de Noelle, teve sua atenção atraída de volta para o capitão.

— Considerando o número de missões com êxito que os membros do nosso esquadrão fizeram recentemente, todos os membros comuns vão subir uma patente. Isto é, com exceção de Asta e Noelle, que já são Cavaleiros Mágicos seniores de primeira classe — explicou.

Um grito coletivo de euforia tomou conta da base.

— Por isso eles insistiram que todos os membros comparecessem na cerimônia de condecoração — avisou. — Francamente, eu não me importo com quem vai ou quem deixa de ir, já que serão promovidos de qualquer maneira. Mas é uma chance de comer de graça e no castelo, então façam o que acharem melhor — acrescentou, novamente tragando o cigarro e soltando uma longa baforada de fumaça. — Ah, garoto, avisa a Noelle e o Henry para mim — pediu, voltando-se para Asta. — vamos tomar as precauções para que mesmo ele possa participar, se quiser —  alegou.

— Certo! — o usuário da antimagia anuiu, empolgado.

— E com isso faltam... — Yami tentou raciocinar.

— A Nero, o Zora e o vice-capitão, se ele já não souber — Finral lembrou.

— Eles saíram em missão juntos, depois eu dou um jeito de falar com eles — concluiu o capitão, antes de adentrar o portal que Finral havia aberto sem que ele nem precisasse pedir ou esclarecer para onde pretendia ir.

— Onde está Noelle? — Asta indagou, após a saída do capitão.

— Na biblioteca — Vanessa respondeu, fazendo com que ele franzisse o cenho.

— Por que o semblante confuso? Ela frequenta aquele lugar mais que qualquer um aqui — Liebe, que ainda estava empoleirado no ombro de Asta em sua forma diminuta, observou, antes de voar para longe.

Vamos Agir como se Eles não Soubessem Onde histórias criam vida. Descubra agora