Viver Um Pouco Mais

Bem extravagante!

UZUI

- Isso é tudo - Hinatsuru terminou.

"Será que fiz algo de errado? Ele saiu tão depressa que nem pude apresentar minha esposa da forma correta. Talvez vergonha? É uma possibilidade"

- Mestre Tengen - Os dedos de Hinatsuru estalaram diante meus olhos - Você está bem?

- Perdão querida, estou um tanto distraído hoje - Sorri, apoiando o queixo na palma da mão.

- E essa distração se chama Zenitsu? - A beta sorriu, sugestiva.

- Você notou?

- Senhor Tengen, acredito ser impossível não notar - Ela disse - Você conversou com ele?

Soltei um longo suspiro enquanto, esfregava a mão no rosto:

- Tentei!

Hinatsuru riu baixinho e me olhou:

- Posso até imaginar esse seu "tentei"- A beta brincou - Se Makio estivesse aqui, te obrigaria a ir atrás dele.

Concordei, afinal, minha linda esposa esquentadinha me arrastaria até o ômega nem que fosse na marra. Hinatsuru se levantou:

- Bem, vou me retirar, logo estará de manhã e preciso estar de volta antes disso.

- Querida - Segurei seu pulso, sem aplicar força - O que devo fazer?

A mulher se virou para mim e disse:

- Diga a ele o que sente!

Hinatsuru sorriu e deixou um selar em meus lábios antes de sair pela janela e sumir.

Voltei para o futon, me deitando, "Algum dia, você passará a noite em claro, pensando na pessoa que gosta" a voz de meu irmão soou em minha cabeça, ele costuma me zuar, dizendo que me apaixonaria e não dormiria pensando nisso, e cá estou eu, parece que ele acertou. Quando os raios de sol deram as caras, foi que notei não ter pregado os olhos a noite toda, será que zenitsu dormiu bem ou estamos no mesmo barco? Com a pulga atrás da orelha, me levantei. Na cozinha, Kamado e Hashibira tomavam seu dejejum:

- Bom dia, senhor Uzui! - O ruivo comprimentou - Dormiu bem?

- Não o suficiente - Soltei um longo e dramático suspiro.

- Bem, espero que isso ajude - O ruivo me entregou uma xícara de chá.

Agradeci e me sentei junto a eles, Zenitsu não estava presente:

- Onde está Agatsuma?

Os dois rapazes se olharam por alguns instantes, o Hashibira, que antes comia como um doido, se levantou, bateu as vestes e quebrou o silêncio:

- Tô caindo fora, falou Tangirina.

O javali se retirou e quando me dei conta, o ômega ruivo me encarava:

- Senhor Uzui, sei que não devia perguntar mas, você sente algo pelo Zenitsu?

Por essa eu não esperava mas, não mentirei:

- Sim!

Kamado colocou se copo para o lado, se mantendo sério o tempo todo:

- Se pretende apenas brincar com esse sentimento então, pare de uma vez mas, se está determinado a tê-lo com você, é melhor ser rápido, a esperança que ele tem em você está escorrendo por entre os dedos dele - O ômega se levantou e saiu.

Alguns minutos depois, o ruivo saiu do quarto com sua caixa e um sorriso no rosto, esse que morreu assim que me viu e foi substituído por um olhar afiado: