Capítulo um

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   ANYA OLSEN

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   ANYA OLSEN

Sete anos antes…

  Eu odiava todo esse calor insuportável da Califórnia. Tinha dias que eu não aguentava nem andar vestida. Ficava presa em casa com o ar condicionado ligado no máximo, sozinha com a minha lingerie de renda preta.

   Sim, uma mulher poderia se dar ao luxo de comprar uma peça bonita para ninguém em particular. Com dezoito anos e mais dívidas do que poderia contar, às vezes eu me faço esse pequeno agrado, e acrescento mais zeros para as minhas dívidas infinitas.

  Eu queria dizer que fui a responsável por isso, mas dou todo o crédito para os meus pais. Eles fizeram escolhas erradas e me colocaram nessa emboscada. A máfia os pegou, e bem... a máfia não perdoa.

  A minha sorte foi que perceberam que eu era só uma peça sem valor, e me permitiram pagar as minhas dívidas parceladas. Boa parte do meu salário vai somente para eles. Antes isso, do que a minha vida, não é mesmo?

  Infelizmente, se eu faltasse mais um dia, seria despedida, e eu não queria passar por esse sufoco, então me despeço do ar condicionado e me arrumo. Coloco minha melhor blusa branca e saia até o joelhos, faço um rabo de cavalo e uma maquiagem básica.

Ando apressadamente pelas ruas, mas antes preciso pegar o meu café. Não consigo enfrentar o dia sem a minha dose diária de cafeína.

Já com o meu café em mãos, vou em direção a saída e uma maldita muralha vestindo terno se esbarra em mim derrubando café quente por toda minha blusa.

  O estranho tem pelo menos a decência de me ajudar. Pede muitas desculpas, tantas que quase sinto pena do coitado, mas como eu disse, quase.

  — Olha o que você fez! Estragou tudo! — choramingo inconformada.  — Eu pago por tudo, pela sua blusa, o café, e até a levo no hospital para ter certeza que não queimou sua linda pele, faço tudo o que a senhorita quiser! Peço mil desculpas por esse infortúnio!

Infortúnio? Quem diabos é tão educado nos dias de hoje? Pelo amor de Deus! Não consigo nem ficar tão brava com ele!

  Levanto minha cabeça e meus olhos se esbarram em um monte de músculos definidos, cabelos e olhos castanhos claros, e em seu semblante preocupado. Céus, esse cara não ajuda! Que delícia de homem!

 — Eu vou querer isso tudo mesmo. — exijo.

— O que a senhorita quiser. É só falar e será feito. — esclarece tirando suas mãos grandes e firmes de mim. Oh merda, não mandei ele parar de esfregar suas mãos em mim!

— Não precisa de tudo isso não, moço.— Mesmo querendo, não posso explorar o coitado.

— Muito prazer, meu nome é Joseph Sprouts… — fala me encarando, ele estava olhando para a minha boca? Acho que o café deve ter pegado no meu cérebro, sei que sou bonita, mas esse homem está em outro patamar.

— Anya Olsen! Espero que meu chefe não me mate. — resmungo. Ele me olha ainda mais intensamente.

   — Se tiver algum problema com ele, posso conversar com o sujeito. Tenho certeza que ele entenderá a situação.

  — Bem, se você diz. Eu vou indo senão chegarei atrasada. — falo e me viro em direção a saída. Ou penso, pois não consigo nem me virar que o senhor gostosão segura meu braço delicadamente me virando de volta.

  — Posso comprar um café para você, senhorita Olsen? Por favor, faço questão depois de ser o responsável por ter derramado o seu. — diz, e ele está certo, a culpa foi toda dele mesmo. E eu vou aceitar só porque eu gosto muito de café, e não para ficar mais tempo com ele.

   Quem hoje em dia chama as pessoas de senhorita? Esse sotaque dele parece ser britânico. E é uma delícia.

   — Tudo bem, mas pode me chamar só de Anya. — digo. Mas a verdade é que eu queria surtar. Não vou negar. Ele causa vários efeitos no meu corpo.

  Ele compra outro café, e me pergunta se eu gosto de donuts. Penso em discordar, mas faz tempo que eu não como um. Não posso me dar ao luxo de gastar mais do que eu ganho com um doce tão pequenininho. Afirmo para ele. Acho que meus olhos brilham e ele percebe, porque pede uma caixa inteira de donuts. Aposto que já está se arrependendo de oferecer o convite, está saindo mais caro do que o meu café foi, mas não vou negar, se ele ofereceu…. Sinto que aceitaria mais do que apenas doces se ele oferecesse.

  — Peço desculpas mais uma vez pelo ocorrido, Anya… — fala, e meu nome parece mel saindo dos seus lábios. Me derreto toda. Adeus calcinha! Essa era uma das minhas preferidas.

— Não tem problema, foi um acidente. — pareço tímida e ele me surpreende com um beijo no canto da boca se despedindo. Se eu me afastasse só um pouquinho...

A tristeza bateu um pouco, não achava que nos encontraríamos outra vez, porém ele pediu meu número, e a partir desse dia conversamos todos os dias. E passaram alguns meses... Não demorou para eu me entregar para ele, e nem para o pedido de noivado sair.

Dois anos depois, nos casamos.   E então, o inferno começou.

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