As mãos que o tocavam lhe causavam um certo tipo de incomodo naquele momento. Enquanto lábios beijavam sua pele branca, nua e quente ele encarava pela janela de seu quarto o horizonte com um certo tédio que parecia lhe consumir até o fundo de sua alma. Se é que ele ainda tinha alguma.
O ar gelado que entrava pela janela deixava o clima mais pesado. Ali não haviam muitos sons, era um certo silêncio sufocante, naquele momento havia apenas o som das respirações pesadas pelo deleite, mais que nele não estava fazendo efeito algum.
O céu preenchido pelas nuvens vermelhas carregadas pelo vento, as formas bizarras que ali se encontravam, eram como rostos deformados em cada nuvem no céu.
De sua janela podia ver a floresta negra. As arvores altas de galhos secos e poucas folhas mortas balançavam preguiçosamente, o caminho vermelho que se estendia entre elas deixava aquele local mais macabro.
Os troncos de aparência podre com fuligem aparentavam espanto e medo. Na verdade, para ele, ali era um lugar calmo e agradável, essas árvores nunca estiveram tão saudáveis em todos os séculos em que vivia ali.
A floresta era cercada pelo rio de sangue, onde almas que morreram afogadas vagavam, a água corria calma e silenciosa, em um período aquele rio congelava deixando a imagem de gelo e sangue incrivelmente linda e perturbadora.
Embora em seu íntimo ele até gostasse daquele local que era seu lar por tantos séculos, aquilo tudo, mesmo com a beleza macabra não fazia mais sentido. De repente, o lugar não passava de um lugar que ele imaginava explodindo várias e várias vezes.
Fazia séculos que ele se sentia daquela forma. Sempre faltando algo, sempre um buraco que ele abriu e não conseguia preencher. Porque aquele buraco dentro dele, não importava o quanto de poder ele tivesse, jamais curava, jamais fechava.
E quando ele fechou os olhos a imagem do sorriso quadrado da qual ele tanto fugia veio em sua mente...
_ saiam!!! - sua voz ecoou pelo seu quarto escuro, as cortinas pesadas vermelho sangue balançavam com a brisa que entrava ali, a cama bagunçada, enquanto ele estava sendo tocado, estimulado, chupado, lambido sentado em sua poltrona de couro preto. Os olhares levantaram para ele. Por ser o demônio da luxúria, sexo deveria ser algo que o deixasse feliz. Mas naquele momento só estava lhe causando irritação.
_ fizemos algo errado senhor? Podemos melhorar nosso desempenho para Vossa Majestade? - A voz do demônio inferior ecoou em seus ouvidos quando ele sentiu a mão do mesmo subir por sua coxa nua apertando-lhe sua virilha de forma sensual e provocativa.
Ele o encarou pelo canto dos olhos, levando a mão no queixo do demônio e encarando seus olhos azuis que agora tremiam com um certo tipo de medo. A cabeça do demônio explodiu em sua mão não causando sequer nenhum susto nos demais presentes ali. Seu mestre não era paciente, e raramente demonstrava piedade.
_ mais alguém? - Ele encarou os demais presentes naquele quarto que rapidamente levantaram e saíram do local.
Os dedos sujos de sangue tocaram os lábios sentindo o líquido ainda quente na ponta da língua, a cara de nojo surgiu em seu rosto, levantando-se e limpando a mão rapidamente na toalha preta que estava jogada em cima do criado mudo. Vestiu-se em um roupão de seda preta e caminhou pelos corredores do castelo que ficava no centro do inferno.
Tocava as paredes negras dos corredores que conhecia tão bem, o relevo da pintura impecável, o gélido na pele lhe causando um certo tipo de nostalgia. A sensação de que deveria desaparecer dali o consumia pouco a pouco. O que adiantava ter todo o poder que ele tinha? A liberdade de poder fazer o que bem entendesse? Os limites e regras quase não se aplicavam a ele. Porém o vazio continuava lá.
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🔥 ANÁTEMA 🔥 || Taeyoonseok ||
FanficAntes da criação da Terra ou de qualquer idéia sobre ela existir, o céu era um lugar pacífico. Nenhum outro mundo criado por Deus causou tanta confusão no paraíso como a criação da Terra. Anjos caídos... Amores separados... O inferno criado para dem...