Cap 1✨

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Agacho-me entre os arbustos, e mesmo sentindo os galhos grudarem no grande moletom preto, tento fazer o mínimo de barulho possível

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Agacho-me entre os arbustos, e mesmo sentindo os galhos grudarem no grande moletom preto, tento fazer o mínimo de barulho possível. Sinto gotas de suor se formarem em minha testa enquanto ouço passos ecoarem pelas folhas secas no chão.

— Onde está você, pequena ladra? — Uma voz grave surge perto de mim, e me deito no chão, rastejando para trás de uma árvore de pinheiro, devagar  e silenciosamente, como uma cobra traiçoeira.

— Eu sei que você está aqui em algum lugar... Posso sentir o cheiro do seu medo. — A voz continua a falar baixo, porém firme.

Tenho certeza que pode.

Um sorriso se forma em meus lábios enquanto lentamente me ergo e encosto na árvore, ajustando meus óculos sobre o nariz. Mas basta esse pequeno gesto, e um grito alto escapa de minha boca quando alguém segura meu tornozelo com força, fazendo-me cair no chão com tudo. Meus óculos voam para longe.

Droga.

— Achei você, ladrazinha! — Vejo o homem alto  , subindo em minha direção, pronto para me atacar. Porém, rapidamente me impulsiono e o chuto para longe.

— Que bom, já estava ficando entediada de esperar... — Sorrio, levantando-me rapidamente. Ele avança de novo, e mesmo com tudo embaçado, devido à falta dos meus óculos, consigo esquivar-me de um novo golpe. — Parece que errou aí! — Pigarreio, zombando dele.

O homem rosna impaciente e a adrenalina percorre meu corpo. O sol se pondo ao final da tarde só torna tudo ainda melhor. Fecho meus punhos e avanço para atacar meu oponente, mas ele segura minhas mãos com firmeza.

Ele poderia ter socado meu estômago, mas, em vez disso, me puxa para junto de seu corpo, deixando-me de costas para ele, enquanto aplica uma chave de pescoço não muito forte.

— Pelo amor de Deus, seus reflexos continuam uma merda! — Ele sorri próximo ao meu ouvido.

— Eu tinha tudo sob controle, só perdi os óculos... — tento me justificar quando ele finalmente me solta e começa a me inspecionar.

— Claro que tinha. — Desliza os dedos pelo meu pescoço, notando um pequeno arranhão que, provavelmente, foi causado pela queda, e vejo a culpa refletida em seus olhos.

— Estou bem, tio Caion, é apenas um arranhão — digo, procurando tranquilizá-lo.

É sempre assim. Caion é meu padrinho, o primo favorito do meu pai, e o único que pode me ajudar no que desejo.
Quando eu tinha doze anos, pedi ao meu avô que pagasse aulas de luta para mim, pois sempre tive a vontade de aprender. No entanto, meus pais jamais aprovariam isso. A paranoia deles, de que eu quebraria uma perna ou o pescoço, me impedia de lutar.

Meu avô tentou convencê-los que seria uma boa ideia, mas eles não deram o braço a torcer. Passei anos tentando praticar sozinha, mas era inútil. Então, tive que apelar para a única pessoa que não diria não se eu fizesse um pequeno drama, sobre ser meu sonho e que eu só queria me proteger. Prometi que, se ele me treinasse em segredo, continuaria sendo meu tio preferido.

Renda-se Ao Killer Boy - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora