Cap 10 🐍

2.8K 105 38
                                    

Acendo um cigarro quando desço da minha moto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acendo um cigarro quando desço da minha moto. Tive que contar com a sorte por ser alguém disposto a aprender. Levei apenas alguns meses para conseguir minha carteira de motorista depois de sair da prisão. Tive que reaprender tantas coisas desde então... Parecia que estava parado no tempo.

Jogo fora o toco do cigarro e piso em cima. Por alguns minutos, observo a grande casa, quase toda feita de vidro, antes de abrir a porta e entrar.

- Jhai, Jhai, você veio! - a voz infantil ecoa pela sala, e ao vê-la, involuntariamente sorrio enquanto a pego no colo.

- Oi, baixinha.

- Você trouxe presentes para mim? - A pequena curiosa pergunta ao notar minha mão nas costas.

- Claro que trouxe - Coloco-a no chão e viro a sacola que havia escondido atrás de mim para ela.

- O que tem aí dentro?

- Abra, e você vai descobrir.

Os olhos curiosos de Lucy brilham, e ela começa a dar pequenos pulinhos ao ver o enorme unicórnio de pelúcia dentro.

- Ahhh, olhe, Carla! Veja o que meu irmão me trouxe! - Lucy mostra para a governanta, que sorri para ela. - Obrigada. - ela diz, abraçando aquela coisa toda rosa com um único chifre.

Assenti com a cabeça e me virei para Carla.

- Por que me ligou com tanta urgência? - perguntei de maneira direta. - Aconteceu algo?

- A senhorita Lucy... Bem, ela mordeu a professora de balé... Ela pediu para não contar, mas eu sabia que precisava...

A mulher parecia receosa, enquanto eu olhava para a pequena ao meu lado, que exibia um rosto cheio de culpa.

- Isso é verdade, Lúcia? - Apenas a maneira como ela apertava seu urso já deixava claro que era verdade.

Olhei para Carla e, sem eu dizer uma única palavra, ela entendeu que eu queria ficar a sós com minha irmã, então siau.

Me agachei à sua altura, e ela abraçou ainda mais sua pelúcia, com o rosto envergonhado.

- Por que fez isso?

- Ela disse que não sabia dançar, disse que, por eu ser uma órfã sem amor, eu nunca ia aprender nada. Eu disse a ela que não era órfã, que tinha você... Ela disse que você era um monstro, que seu lugar era atrás das grades... Eu só percebi quando mordi sua mão enquanto ela estava gritando pela sala... Me desculpa, Jhei. - Lucy disse enquando soluçava, tentando conter as lágrimas, e eu passei as mãos em sua cabeça para acalmá-la.

- Ei, tudo bem, você não está sozinha, nunca mais vai ficar...

- Não está bravo? - ela funga, limpando o nariz.

- Bem, ela mereceu, não foi? Só que se alguém lhe disser isso de novo - faço com que ela olhe nos meus olhos -, morda ainda mais forte. Morda até sentir o gosto do sangue!

Renda-se Ao Killer Boy - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora