010 | BOA EM PROVOCAÇÕES

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TOM KAULITZ
CAPÍTULO DEZ


Estou sentado no sofá, e Amie está com sua cabeça deitada sobre meu braço. Estamos assistindo a um filme já faz meia hora, desde então nenhuma palavra saiu de minha boca nem da dela, mas não sinto o clima pesado. Acho que estar com Amie, faz as coisas se transforme leve.

——Você acredita que tenhamos várias vidas? ——Amie pergunta, quebrando o silêncio.
Observo a televisão e vejo que é sobre isso que está falando.

——Nunca parei para pensar sobre isso. Talvez pelo fato de nunca ter pensado na morte. Mas acredito que temos outras vidas. Para podermos reencontrar pessoas que amamos. Tudo o que é nosso de algum jeito volta a ser seu, então acredito que outras vidas existam para isso. Posso já ter te conhecido em outra vida, só não me lembro, e agora na minha vida atual estou te “reencontrando”. ——Falo e a encaro. ——Você acredita em outras vidas?

——Não sei... Às vezes acredito, já outras vezes não acredito. Acredito, pois nas outras vidas vamos reencontrar pessoas. Mas não acredito, também, porque não há um motivo para haver outras vidas, quando já completamos a nossa missão nessa vida. ——Amie responde, e eu fico um tanto intrigado.——Pode existir outras vidas, para podermos melhorarmos. Então em uma certa vida, já muito adiante da atual, seremos considerado algo superior. Teremos um reconhecimento maior, que talvez fará ganharmos uma estátua no centro da cidade, ou um prêmio, por algo bom que fizemos.

——Que prêmio você iria querer ganhar? ——Fasso uma nova pergunta, e Amie se vira por completo para mim, apoiando sua cabeça em seus dedos fechados.

——A cura da dor mental. ——A mesma responde. ——E você?

——Como mudar as mentes das pessoas. Fazer elas pensarem e fazerem coisas boas.
——O mundo iria ser muito melhor. Se tivéssemos como mudar as mentes das pessoas para coisas boas, não existiria a dor mental.

——Tudo seria muito melhor, mas não tem como mudar a mente das pessoas. Conseguimos amar uma pessoa que sente a dor mental, então mudaremos o modo como ela pensa e realiza coisas. ——Falo e Amie sorri de canto.

——Tenho certeza que você já mudou o modo como pessoas pensam. ——Amie fala. ——Essa pessoa vê as coisas com muito mais diferença.

——Como ela vê as coisas? Como se sente?

——Tudo voltou a ter cor. Os dias frios estão começando a esquentar. O mar turbulento que há dentro dela, está se acalmando. Está ficando tudo bem novamente, pois você a curou. Você me curou, Tom. ——Me aproximo dela e a abraço.

Estou curando ela, porque a amo, e quero vê-la feliz. Quero conhecer seu lado sorridente, como conheço seu lado quieto e triste.

——Você pode me dizer que pessoa é essa? ——Pergunto, mas já sei a resposta.

——Vou te dar um dica: você conheceu ela a três semanas. ——Amie fala e eu finjo ter dificuldade em descobrir.

——É a minha linda garotinha, chamada Amie Oston? ——Pergunto.

——Caramba! Como você acertou? ——Ela finge estar surpresa, em meio a um lindo sorriso.

——É porque eu conheço muito bem essa pessoa. ——Respondo, e sorrio.
Não estou sorrindo pelo o que estamos falando, mas sim por causa de seu sorriso, que ainda permanece em seu rosto.

𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐒𝐔𝐀 𝐅𝐀𝐋𝐓𝐀 || 𝐓𝐎𝐌 𝐊𝐀𝐔𝐋𝐈𝐓𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora