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ANY GABRIELLY[

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ANY GABRIELLY
[...]

——— Noah, por favor me diga que você está sóbrio. ——— pedi, encarando sua mão ocupada, que segurava um copo de cerveja.

——— Estou sóbrio! ——— ele sorriu, passando as mãos pelos seus cabelos.

——— Ah, você não está. ——— o puxei para fora da casa, levando-o até onde a música não estava tão alta.

Sav sorriu ao ver esta cena, como se acabara de assistir a sua suposição ser provada. Então eu levantei o dedo do meio para a loira, que riu.

——— Essa festa está uma merda, gostaria que pudéssemos sair. ——— Noah murmurou, encostando o próprio corpo em seu carro. ——— Não gosto de ninguém que está aqui. Podemos ir embora? ——— ele pediu, virando o copo de cerveja, que logo eu puxei de sua mão e joguei fora.

——— Por favor, não beba mais.

——— Me desculpa. ——— ele aproximou o meu corpo ao dele, de maneira que ficássemos praticamente colados. ——— Agora nós podemos ir embora?

——— Nós acabamos de chegar, Noah. Por que quer ir embora?

——— Queria poder ficar com você. ——— ele disse direto, enquanto seus olhos fitavam-me intensamente. Pigarreei.

——— Já está comigo.

——— Não, Soares. Queria ficar com você a sós.

Simplesmente não soube mais o que responder. Isso deveria ser uma declaração, ou o quê?

——— Eu posso te levar para casa, se quiser. ——— eu sugeri, mas Urrea balançou a cabeça em negação. ——— O quê?

——— Quero que você fique lá comigo. ——— ele disse, tocando em meus lábios. Engoli seco.

——— Você está bêbado, Noah.

——— Porra. Pare de falar isso. Eu não me importo.

O encarei por alguns segundos, e então descolei nossos corpos. Noah me encarou, confuso. Estendi minha mão para o mesmo, que novamente não pareceu entender minhas intenções, ao certo.

——— Me dê a chave do carro. Eu vou te levar para casa.

Ele segurou o meu braço.

——— Então prometa que ficará lá comigo.

——— Não posso te prometer isso. ——— olhei em seus olhos. E então, Noah finalmente me entregou a chave de seu carro. ——— Entra.

Dirigi até sua casa, sem demora. Não pude despedir-me de ninguém, e nem ao menos havia cumprimentado os meus amigos. Mas estava tudo bem, certo? A festa realmente estava uma merda.

No caminho, Noah murmurou algumas palavras que, infelizmente, eu nunca seria capaz de compreender. Era apenas o efeito do álcool agindo sobre ele. Não havia muito o que fazer ou dizer.

——— Soares? ——— Urrea me olhou de relance no mesmo instante que eu estacionei o carro na garagem de sua casa. ——— Eu não... gosto da Rebecca.

Virei-me em sua direção, tentando disfarçar a expressão incrédula em meu rosto.

——— O que disse?

Bem, eu sabia o que ele havia dito. Apenas precisava ouvir aquilo novamente, mesmo que fosse uma completa mentira.

——— Eu não gosto da Rebecca. ——— ele repetiu, e eu novamente não soube o que dizer. Que tolice. ——— Acho que esse tempo todo eu apenas a estava usando como desculpa para ficar mais tempo... namorando com você.

——— Jura? Então por que me deixou? ——— saí do carro, sem esperar uma resposta. Mas ele respondeu, também saindo do veículo.

——— Eu estava com medo.

——— Medo de quê?

——— De te perder. Eu não queria admitir que é de você quem eu gosto porque é a minha melhor amiga.

Como acreditar em um bêbado? Eu não poderia. Tudo que ele estava falando era pura bobagem.

Noah me puxou para perto de si, mantendo uma distância nada razoável entre nós. Atrás de nossos corpos, havia apenas a porta de sua casa. A rua estava escura por completo, e eu mal poderia enxergar o rosto de Urrea.

——— Any... passe a noite aqui. Por favor.

——— Você sabe que não posso. Eu preciso ir.

——— Não, você não precisa. Mora em frente à mim. ——— ele mexeu em meus cabelos, abraçando minha cintura. Eu estava completamente imóvel. ——— Soares... você sabe que eu não vou quebrar o seu coração.

——— Você já quebrou, Urrea. ——— o olhei, sem uma expressão certa em meu rosto. ——— E honestamente, você sempre me decepciona.

——— E mesmo assim, você sempre volta para mim. ——— ele disse tão rápido e simples que era como se essa resposta já estivesse na ponta de sua língua há tempos. Porra.

Eu queria prová-lo de que estava errado. Mas de fato, ele estava certo. Eu sempre volto para Urrea, no fim das contas.

Então Noah continuou acariciando os meus cachos, encarando no fundo dos meus olhos castanhos. Essa era uma das tais poucas vezes na qual eu me sentia intimidada por alguém.

Fui deslocada de meus pensamentos quando senti os lábios de Urrea juntarem-se aos meus. Ele segurou a minha cintura com ambas as mãos, novamente puxando-me cada vez mais para perto de seu corpo.

Por mais que eu também quisesse beijá-lo mais do que nunca quis antes, também sabia que nunca deveria ter contribuído com isso, afinal, ele estava bêbado. Mas eu continuei.

Nós não havíamos pressa alguma. Era um beijo calmo e simples. Ele pediu passagem com a língua, e então eu cedi. Posicionei minhas mãos em sua nuca, eriçando seus pelos.

Noah passou a beijar o meu pescoço, e então, por fim, eu separei seu rosto de perto de mim, ajeitando-me delicadamente, sem que nossos corpos distanciem-se.

——— Noah... você não deveria ter feito isso.

——— Por que não? Eu poderia fazer de novo. ——— sussurrou perto do meu rosto, por mais que nós estivéssemos completamente sozinhos, ali.

——— Não faça, por favor. Você vai se arrepender disso, amanhã. ——— retruquei, no mesmo tom de voz. Urrea puxou a minha cintura, impedindo-me de afastar dele.

——— Te garanto que não vou. ——— ele disse por fim, antes de beijar meus lábios novamente.

Gostaria que ele estivesse sóbrio.

Valentine ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora