ANY GABRIELLY
——— Não faz o menor sentido você levar essa blusa sendo que essa aqui 'tá muito mais na moda e é bem mais bonita! ——— Savannah reclamou comigo enquanto me ajudava à organizar minha mala para a viagem.
Decidi que faltaria as primeiras aulas teóricas de trânsito apenas pelo tempo em que estivesse em Malibu. Eu jamais perderia a oportunidade de viajar com os meus melhores amigos só por causa de uma carteira de motorista.
Hoje mesmo é o dia em que nós iríamos para Malibu com o pessoal, mas a Sav está me ajudando à rearrumar a minha mala, já que eu só decidi que iria de última hora.
——— Vocês ainda estão arrumando essa mala? ——— o pai de Savannah bateu na porta do quarto e encostou o corpo na parede ao seu lado.
——— Sim, a Any escolheu umas roupas horríveis pra levar para a viagem. ——— eu revirei os olhos enquanto Savannah também reclamava para seu pai. ——— Ainda bem que ela tem à mim pra colocar um pouco de juízo nessa cabecinha, né?
——— Quem vai usar as roupas sou eu, nem sei porque você liga tanto pra isso.
——— Ah, Any talvez seja porque eu ande junto com você? ——— revirei os olhos pela milésima vez e apenas deixei ela arrumar a minha mala. Discutir com a Sav seria um desperdício.
O pai dela riu.
——— Só passei aqui pra avisar que assim que a Sabina e o Jonah chegarem, a gente já vai sair de casa, ok? ——— ele avisou, e nós duas assentimos.
Meu olhar passou brevemente ao redor do enorme quarto de Sav. Eu venho em sua casa desde que sou criança, e lembro de ter que insistir por horas para que minha mãe pudesse me levar todo final de semana para cá, já que minha melhor amiga mora praticamente do outro lado da cidade.
Por que gente rica sempre mora longe?
Savannah largou as minhas roupas em cima da mala assim que a campainha tocou. Ela me puxou até o andar de baixo, correndo pelas escadas.
——— Deixa que eu abro! ——— gritou enquanto ainda corria. Rapidamente abriu a porta e então Jonah e Sabina surgiram na sala de estar, cada um com uma mala na mão.
Sav e eu cumprimentamos os dois e andamos em direção à Noah e Alex, que já haviam chegado há muito tempo. Os dois estavam jogando na sala.
——— Levanta daí, a gente já vai viajar. ——— chutei de leve a perna de Urrea, que mesmo assim não me olhou. ——— Bora logo, Noah.
——— 'Tá, deixa só acabar essa partida! ——— ele pediu, e o pai de Sav desligou a televisão, onde ele jogava junto à Felt. ——— Poxa, tio.
O homem balançou a cabeça rindo e saiu da casa, com duas malas na mão. Foi colocando uma por uma dentro do porta-malas do carro até que não sobrasse mais nenhuma.
Todas as malas eram pequenas, com excessão da de Savannah, então mesmo apertadas, todas couberam no automóvel. Ele fechou o porta-malas e então abriu as portas do carro para que nós pudéssemos entrar.
O carro dos pais de Savannah parecia mais uma van, já que era enorme. Tinha espaço para sete pessoas. E então, Savannah e seu pai sentaram na primeira fileira, onde haviam apenas dois lugares.
Jonah, Sabina e Alex sentaram na segunda fileira, onde haviam três cadeiras. E por último, eu e Noah nos aconchegamos na última fileira, com apenas dois lugares.
A mãe de Savannah preferiu não vir no mesmo carro que nós, já que claramente não cabe oito pessoas aqui dentro. Então ela comprou um carro particular só para que ela não deixasse de viajar também.
Ah, ser rica e burguesa.
——— Ainda bem que a gente vai de carro, porque eu tenho medo de altura. ——— Jonah murmurou enquanto colocava o cinto de segurança. Todos nós rimos.
Eu peguei os meus fones de ouvido na pequena mochila que trouxe, e então os coloquei em seus devidos lugares. Procurei na minha playlist alguma música, e então eu ofereci à Noah um lado do meu fone.
——— Quer?
——— Só se você deixar eu escolher a música. ——— eu revirei os olhos. ——— O que foi? Você nunca deixa eu escolher! Sempre coloca aquela banda morta pra tocar.
——— Mas escutar One Direction faz parte do nosso combinado, ou será se você já esqueceu?
——— Que combinado? ——— Alex virou a cabeça para trás, se intrometendo na nossa conversa.
——— Não te interessa. Vire-se para a frente. ——— empurrei seu rosto para o lugar onde anteriormente estava, e continuei à falar normalmente com Noah. ——— Que música você quer?
Noah pegou um lado do meu fone juntamente com o meu celular. Abriu a barra de pesquisa do Spotify e digitou "She Loves You - The Beatles". Eu comecei à rir.
——— Então você jura que One Direction é "banda morta" mas escuta The Beatles! ——— eu disse em meio à gargalhadas, e finalmente a música começou à tocar no fone.
Noah riu e colocou a mão na minha boca. Começou à cantarolar a música baixinho.
——— Tudo bem, eu já entendi que você também é fã de banda morta. ——— minha voz soou abafada ainda por conta da mão de Urrea na frente de meus lábios.
——— Talvez eu seja. ——— o garoto parou de cantar por um segundo e deitou sua cabeça em meu ombro enquanto seus braços rodearam minha cintura.
Ao ver essa cena, Jonah virou para trás e riu.
——— Que fofinhos, nem parece que é tudo de mentira. ——— ele sussurrou a última parte, batendo no topo de nossas cabeças.
Forcei um sorriso sarcástico e desviei o olhar para a janela do carro, que se movimentava cada vez mais. Nem fingia mais tudo aquilo.
Eu estava completamente fodida.
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Valentine ⁿᵒᵃⁿʸ
Fanfiction【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. + 💌】 ❝Vai me dizer que não gosta quando eu te beijo? Eu poderia te beijar de novo só para você ter certeza.❞ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Na qual Noah Urrea pede para Any Gabrielly, sua melhor amiga, fingir ser a sua namorada por a...