01 · Chuva

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Helena sempre adorou o cheiro da chuva

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Helena sempre adorou o cheiro da chuva.
Os pingos gordos e quentes dançavam no chão, enquanto ela caminhava pelas estreitas ruas com sua mochila encharcada nas costas. Era um daqueles dias em que o céu parecia ter desabado sobre a cidade, mas Helena não se importava. Na verdade, ela gostava da chuva, das poças d'água e das cores vivas que a cidade assumia sob a luz cinza.

Naquele dia, ela decidiu se refugiar em uma pequena livraria que ela já tinha notado antes, mas nunca havia visitado. As prateleiras estavam repletas de histórias esperando para serem desvendadas, e o aroma dos livros envelhecidos encheu o ar. Helena passou os dedos pelas lombadas, perdendo-se nas sinopses tentadoras.

Enquanto folheava um livro de poesia, ela ouviu um riso vindo do canto da loja. Era um riso contagioso que a fez sorrir. Ela seguiu o som e encontrou um garoto de cabelos claros encarando um livro de arte com um olhar de admiração. Seus olhos se encontraram e, por um breve momento, o mundo parecia desacelerar.

— Você também gosta de arte? — perguntou a garota que saiu de trás da estante de livros empoeirada, seu sorriso refletindo o dele.

— Bom, eu prefiro carros, jogos e vôlei, mas a leitura dá pro gasto. — Sorriu humorado, e foi aí que tudo começou.

— Ah, sério? Você não é do tipo nerd né? — Helena brincou, estava curiosa e o garoto? Parecia gostar disso.

— Um pouquinho. — riu mais alto — Prazer, Lucas. — ele estendeu sua mão para que eu possa comprimenta-lo.

— Helena, o prazer é meu. Você é daqui? Seu sotaque é meio diferente. — Aperta a mão sorrindo amigavelmente.

— Não, não. Eu sou mineiro, me mudei tem 2 meses. — Um mineiro? Jurava que era um paulista.

O garoto, cujo nome não era mais desconhecido, negou rapidamente. Eles começaram a conversar sobre suas paixões compartilhadas, discutindo pinturas, esculturas e até mesmo poesia. Helena ficou surpresa ao descobrir que garoto era fanático por carros e já havia feito uma coleção de miniaturas de vários deles.

— Uma GT-R35 é linda e tem 537 cavalos, 537 cavalos! Cê acredita nisso? Só vou ser feliz quando tiver uma. — repetiu com entusiasmo. Helena não entendia nada do que ele dizia, mas achou linda a forma que ele falava sobre, seus olhos brilhavam.

As horas passaram voando enquanto exploravam os livros, compartilhavam histórias e sonhos. A chuva continuava a cair lá fora, mas dentro daquela livraria, Helena e Lucas criaram seu próprio mundo, um mundo de conversas profundas e risadas espontâneas.

Com o tempo, a chuva diminuiu e o sol timidamente começou a aparecer. Helena percebeu que o dia havia passado e que ela e Lucas tinham perdido a noção do tempo. Ela olhou para o relógio e ficou surpresa ao ver como as horas tinham voado.

— Eu preciso ir — Helena disse como um suspiro. — Mas realmente foi um prazer te conhecer, Lucas, a gente se vê por aí. — esboçou um sorrisinho de canto.

Ele sorriu e pegou um pedaço de papel. Ele escreveu seu número de telefone e o entregou a Helena.

— Ligue-me ou mande mensagem quando quiser conversar sobre arte ou apenas passar o tempo. — E mais uma vez sorriu, e que sorriso lindo.

Helena pegou o papel e o guardou com cuidado em sua mochila. Ela deu um último olhar para Lucas e saiu da livraria com um coração leve e uma sensação de que algo especial havia acontecido naquele dia chuvoso em Salvador.

Ela voltou para casa saltitante, sua mãe não entendeu o motivo da alegria mas é sempre bom ver sua filha feliz.

Ela foi dormir pensando se seria uma boa ideia mandar mensagem hoje ou deveria esperar o amanhã, foi dormir pensando nele e ele nem conseguiu dormir de tanto pensar nela.

Novamente um dia chuvoso, só que dessa vez ela estava atrasada para o seu primeiro dia como jovem aprendiz em um banco, um banco!

— Metrô lotado, dia chuvoso e o meu atraso... Essa miséria não poderia ser pior, o combo perfeito para um primeiro dia. — resmungou.

— Hã? — rapidamente levantei a cabeça olhando para a pessoa que retrucou, pelo menos eu achava que era comigo.

— Não tem como porra, tá' chovendo! — a criatura falou de novo e continuou resmungando. Eu peguei meu celular para chamar o Uber. Até chamaria um moto táxi, mas tá chovendo.

— Essa chuva acabou com tudo... — Comentou aérea, a chuva era ótima, mas acabou com seus planos.

— Né o que... Tenho que chegar no trabalho e eu tô a pé. — Falou ressentido, a garota reconheceu a voz e olhou para o outro.

— Lucas? — Quando o castanho a olhou pareceu que ele estava buscando em suas lembranças de onde conhecia aquela garota

— Helena?! Oi... nos encontramos novamente na chuva. — Ele riu, talvez a chuva faça ela ficar mais linda... Ela brilha no meio dessa paisagem monocromática, pensou.

— Bom te ver, também é meu primeiro dia no trabalho, eu tô super atrasada, mas eu chamei um Uber... Quer rachar a corrida? — a moça não compreendia o porquê seu corpo se encheu de adrenalina ao vê-lo... Talvez fosse sua risada contagiante ou seus lindos par de olhos âmbar.

— Poxa... Tô sem dinheiro aqui, eu vou esperar a chuva passar mesmo, mas muito obrigado. — Ele sorriu sem graça, gostaria muito de impressioná-la, mas era um podre lascado. O coitado se sentiu miserável naquele momento.

— Quer saber, não precisa pagar não. Eu tô atrasada, você tá atrasado... — rio sem graça — Uma mão lava a outra. — Sorriu simpática, mesmo ainda estando na chuva e com frio, sentiu o sorriso lhe aquecer como um edredom de casa da vó.

Longos minutos conversando o Uber finalmente chegou, quando entram continuam conversando como fossem conhecidos a anos. A conversa fluia naturalmente.

Será que foi amor à primeira leitura? Creio que sim, as pessoas deveriam se apaixonar pelos versos dos amantes

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Será que foi amor à primeira leitura? Creio que sim, as pessoas deveriam se apaixonar pelos versos dos amantes. Bom, esse é o começo de uma grande história de amor.

Até o próximo capítulo xuxus.
Beijinhos, Star!

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