Lágrimas da Ascensão - Matar ou Morrer (1ª Temporada)

Capítulo 32

Sultão Murad

— Majestade? eu tenho uma sugestão.... Primeiro iremos a leste até Diarbaquir, aproveitemos nossa sede de sangue e enfrentemos de primeira o maior exército de Fikret, essa tropa que está a leste está cuidando das áreas da Malatia e Nisibe, se derrotarmos eles primeiro nós estaremos com toda essa região livre e podemos usá-las para um contra ataque a oeste e sul do outro exercito que é significativamente menor, sendo assim no outro ataque poderíamos poupar nossos homens... — Ouço Fatih Paxá ...

— Oras, não estamos indo para a guerra para poupar nossos homens, temos que atacar o exército que está a sul, em Alepo e depois iremos ao norte cuidar dos outros!... Se conseguirmos tomar o palacio de Alepo, será um golpe duro para Fikret, ele se desestabilizará ... — Nazuh Paxa discorda e pensa que deveríamos ser menos passivos e logo partir para o ataque ...

— Sim, mas nossos homens estariam cansados e exaustos para enfrentar um exército maior do que o primeiro, onde estão dispostos e com sede de sangue! isso é física meu amigo..... — Fatih diz cortando Nazuh que o encara furioso e então eu resolvo por um fim nessa disputa de egos ..

— Mustafá , você que irá na frente com os primeiros homens para assentar nosso acampamento , o que acha ? Qual estratégia te deixa mais confortável e o porquê ? ... — Pergunto a Mustafá que já participou de muitas guerras comigo e já foi o cabeça de algumas delas ....

— Majestade, sinceramente eu optaria por atacarmos primeiro o maior exército, assim como Fatih disse, as condições do local são mais favoráveis a nós e com nossos homens no cem por cento, destruiremos eles sem pensar em nada, e depois descemos duas tropas divididas ao sul e a oeste , uma por Zinjar e a outra por Malatia .. Pouparemos nossos homens no segundo ataque porque realmente a tropa de Alepo não é muito grande, poderíamos usar muitos homens para saques e para vasculhar a área atrás de sementes e outras riquezas ... — Mustafá é como eu,ele pensa em literalmente tudo ...

— Está decidido Paxás, primeiro iremos rumo ao leste , acabaremos com aquele exército de hienas sorrateiras e eu trarei comigo a cabeça de Fikret para jogarmos bola com ela ao fim de nossa jornada...— Bato minha espada no chão da sala de reuniões imperial e me levanto de meu trono, animados muitos Paxás comemoram o início da guerra mas percebo o olhar descontente de Nazuh Paxa e alguns de seus seguidores que abaixam suas cabeças em respeito e concordância ...

Saio do salão imperial e caminho quieto e pensativo pelos corredores do palácio , subo a escadaria principal virando o corredor de meus aposentos e respiro fundo sentindo um gostoso aroma de rosas, olho para o chão e o vejo limpo e meio que molhado, sorrio ao pensar que por ideia de Radu em lavar os corredores com águas de cheiro por conta da poeira nos bebês, esse palácio ficou muito mais acolhedor e prazeroso de se estar ... — Traga-me Radu e meus príncipes ... — Digo sério para um dos guardas e adentro meus aposentos respirando fundo olhando ao redor e sentindo um vazio, abaixo minha cabeça franzindo minhas sobrancelhas, ficando sério e pensativo ...

Não, isso aqui está muito quieto, cadê aquela sensação gostosa que eu tanto sinto falta? Onde estão os brinquedos , panos, fraldas e cobertores dos meus príncipes que não estão espalhados por todos os meus aposentos? Onde está aquele canto gostoso que eu ouvia dias atrás, todos os dias ao entrar em meus aposentos e me deparar com o amor da minha vida cantarolando para os nossos filhos ? cadê ele Allah, onde está ? porque ele judia assim de mim? Já faz dois dias que sequer ouço a sua voz, ele me penaliza e é meu coração quem paga o preço ... Sentado e ponderando na beira de minha cama eu ouço a porta bater e me levanto às pressas , todo sorridente e arrumando minhas vestes , coloco meus braços pra trás e sorrio sentindo meu coração pulsar e então a porta se abre, mas para minha surpresa e decepção Gulag adentra de cabeça baixa junto das escravas de Radu , é inevitável o meu descontentamento e minha frustração ...