Heart Over Mind | Sevmione

24. Todos descobrem

No final das contas, não foi a oração que ajudou Hermione a tomar sua decisão, mas sim o desejo de desfrutar de um Natal tranquilo depois do tumulto que ela havia sofrido nos meses que o antecederam. Era o primeiro Natal desde a derrota de Voldemort e a euforia totalmente caótica que o Mundo Mágico - incluindo o clã Weasley - havia trazido para ele era deslumbrante, um turbilhão de alegria, bons sentimentos e comemorações que Hermione não queria estragar para seus amigos ao revelar seus segredos a eles.

Essa foi a razão que ela deu a si mesma para escolher esperar até depois das festas de fim de ano para confessar a Harry e Ron sobre Snape, embora ela não pudesse deixar de pensar que parte disso era sua própria apreensão ao pensar em quais seriam as reações de seus amigos. Mas nem mesmo a dúvida sobre sua própria coragem poderia levá-la na direção oposta e Hermione afastou firmemente a questão da revelação de sua mente e se concentrou em aproveitar as férias com seus amigos, sua família e Snape - embora não todos ao mesmo tempo.

Essa foi outra constatação a que ela chegou e Snape ficou muito feliz em lembrá-la de que a presença dele na reunião dos Weasley não seria uma boa ideia. E, por mais que ela quisesse que ele estivesse lá, concordou com ele. Em vez disso, eles fizeram planos para se verem no final do dia de Natal, embora ela tenha se sentido culpada por colocar a família e os amigos em primeiro lugar.

"Na verdade, eu não comemoro o Natal de nenhuma maneira há anos", ele lhe disse irritado enquanto conversavam pelo Flu algumas noites antes da véspera em questão. "Provavelmente, eu não estaria à altura de qualquer ideia horrível que você tenha de um espírito natalino adequado."

"Oh, acho que sei que não devo esperar muito", ela respondeu secamente, embora tivesse entendido o que ele queria dizer. "Muito bem. Desde que não sinta que estou lhe fazendo pouco caso."

Houve uma pausa e Hermione desejou desesperadamente poder ver o rosto dele mais claramente entre as chamas mágicas. "Duvido que eu pense isso algum dia, Hermione", ele finalmente disse calmamente antes de encerrar a conversa.

Assim, o dia da véspera de Natal amanheceu e Hermione se viu franzindo a testa para a caixa vermelha e dourada inocentemente sentada em sua cama, intocada. Ela havia chegado naquela manhã, com o carimbo do correio da França e, sem dúvida, de sua tia Sophia. A caixa tinha uma etiqueta de algum estilista, então Hermione sabia que eram roupas, mas, devido ao senso de humor perverso de sua tia, ela tinha um pouco de medo do que poderia conter, especialmente porque Sophia havia lhe dado lingeries sensuais antes mesmo de pensar que a sobrinha poderia ter um homem em sua vida. Considerando que ela sabia vagamente que havia um mago sombrio e perigoso na foto, Hermione não tinha certeza se queria saber o que sua querida tia achava que era um presente adequado.

Decidindo deixar a caixa até a manhã de Natal, Hermione deu as costas para ela e começou a procurar entre suas roupas algo festivo para usar com suas vestes na festa dos Weasley. Ginny a mantivera informada sobre os preparativos da festa e o que começara como uma reunião de família havia se transformado em uma produção tão grande que ela se perguntava se todos que ela conhecia tinham planos de parar a Toca durante a noite. Na verdade, Ginny também a informou que, como Weasley honorária, Molly esperava que ela chegasse várias horas antes e ajudasse com qualquer detalhe de última hora que precisasse ser feito. É claro que Hermione se perguntou o quanto da mensagem era mais a esperança de Ginny por ajuda e menos a ordem de Molly.

A jovem bruxa estava em seu quarto, ainda ocupada com a inevitável luta com seu cabelo, quando ouviu seu pai chamá-la do andar de baixo.

"O que foi, papai?", ela chamou, parando no topo da escada e olhando para o hall de entrada. Era algo que ela nunca teria feito se a mãe estivesse por perto, mas Carolina tinha saído para terminar algumas compras e, portanto, a filha estava livre para cair em alguns hábitos preguiçosos e mal-comportados que o pai tolerava com uma indulgência carinhosa.