Quando Izuku voltou para casa, foi para uma casa silenciosa. Embora soubesse que sua mãe estava fora àquela hora do dia, saber que ela não havia retornado mais cedo do que de costume era um alívio. Ele tirou os sapatos e correu para o quarto, batendo a porta e caindo contra a porta. Uma mão se moveu para o lado para acender as luzes.
O quarto de Izuku foi reformado depois que sua obsessão heróica desapareceu. Onde antes figuras e pôsteres de All Might decoravam as paredes e o chão, havia pôsteres de bandas das quais poucos tinham ouvido falar, e arte que variava de paisagens coloridas abstratas e caóticas a longas gravuras de seres angelicais assinadas pelo artista. As paredes foram pintadas de um cinza azulado fosco. Sua mesa continha figuras em branco e posadas, seu computador, vários livros e seu tablet. A visão bem-vinda de seu santuário trouxe um pequeno sorriso ao seu rosto, mas o mais importante foi desenhar. A cena ainda estava fresca em sua mente. Ele não podia permitir que a inspiração escapasse.
Ele rapidamente foi até sua mesa, tirou o tablet do carregador, colocou a caneta contra a tela e desenhou.
Quando Izuku Midoriya cria arte, parece caótico para olhos destreinados. Seus olhos estão perfeitamente focados e sua mão se move com vontade própria em linhas fluidas e bordas irregulares. Normalmente, ele não pisca mais de uma vez a cada poucos minutos. Quando ele finalmente o faz, ele é cuidadosamente medido e colocado no instante entre a caneta pressionada na tela e o elevador. Ele não precisava de um pano de fundo para esta peça, apenas da pessoa. Ele se movia com fluidez, a ação era tão simples quanto respirar, enquanto o trabalho engolfava seus pensamentos e preocupações.
Em algum momento de seu trabalho, sua mãe voltou para casa. Ele falou no piloto automático enquanto Inko Midoriya falava do lado de fora de seu quarto, oferecendo saudações e sons de confirmação enquanto tagarelava sobre seu dia. Ela percebeu que ele estava desenhando depois de algum tempo e o deixou sozinho. Para outro, isso pareceria muito desrespeitoso. Afinal, a atenção aos pais é vital para o relacionamento. Porém, para Inko, era simplesmente o filho seguindo sua paixão, e isso a deixava feliz.
Antes de terminar sua peça, Izuku saiu para usar o banheiro e se observou. A luta o agrediu, com certeza. Um hematoma violeta e amarelo furioso coloria sua bochecha e seu nariz parecia torto. Ele abriu a boca e passou um dedo em cada dente, para descobrir que um de seus molares havia se soltado. Ele já havia limpado a maior parte do sangue e do vômito do rosto. Izuku odiava parecer feio.
Do armário de remédios ele tirou o kit de primeiros socorros. Ele fez um curativo na bochecha e no nariz e colocou uma bolsa de gelo na lateral do rosto. Ele não parecia bem, mas minimizou seus ferimentos a tal ponto que uma simples desculpa de falta de jeito pode ser suficiente. Com isso resolvido, ele voltou ao trabalho.
Depois de algumas horas de trabalho, finalmente foi concluído. Izuku só precisou fazer algumas edições antes de olhar para sua peça como algo como um trabalho finalizado.
Era ousado, ele decidiu. A cena era de um homem, com o torso estufado, mãos e pernas curvadas para trás... Izuku entrou em êxtase. De seu peito brotou uma grande ráflésia rosa e vermelha, com um coração anatomicamente correto repousando no centro. A cabeça do homem tinha uma juba de cabelos castanhos, fluindo em um oceano etéreo. Seus olhos e boca vazavam fumaça empírica, tingida de branco e dourado. Além de uma calça lisa, o homem estava nu.
Izuku suspirou com seu trabalho, sempre se criticando, e guardou antes de sair da sala. Ele precisaria consertá-lo um pouco mais antes de considerá-lo realmente completo, mas seu estômago vazio era o que mais o preocupava. A cabeça de Inko se curvou na esquina que levava à sala de jantar e deu um sorriso ao filho.
"Terminei de trabalhar, hein? Só trabalho e nenhuma diversão fazem de Izu um garoto chato." Ela brincou. Izuku ofereceu um pequeno sorriso. Quando Inko deu uma olhada melhor nas bandagens e no olhar cansado em seu rosto, seu rosto se contorceu em horror abjeto. "Izuku! O que aconteceu?!"
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Virtuoso ||villain deku||
FanfictionAinda jovem, Izuku Midoriya desistiu de seu sonho de se tornar um herói. Ele não tinha nenhuma peculiaridade. Ele não era especial. Ele ansiava por ser lembrado. Ele queria ser conhecido. Ele queria que as pessoas o vissem e o que ele fazia, e...