𝖆 𝕻𝖊𝖗𝖉𝖎𝖈̧𝖆̃𝖔 - Isabelle Lightwood ( História Sáfica)

ʀᴇssᴜʀʀᴇɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ 2

Ao redor, tudo estava escuro. Minha visão não funcionava pela falta de ar, e pouca força me resta. Levo minha perna rapidamente no peito do homem e empurro com toda vontada de ficar viva.
Meu corpo cai no chão, junto ao do homem. Rapidamente ele se levanta, e o reconheço.

Meu último caso. Dois meses atrás.

Estava cansada de executar submundanos, principalmente das ordens encaminhadas até mim de forma rigorosa.
Se eu não o matasse, eu seria morta.
Mas, felizmente não fiz isso.

Foi fácil convencer que o aniquilei. Não houve outra forma sem ser pela traição. Ao encontrar com o lobo assustado, eu o deixei fugir se me prometesse nunca sair de um buraco.

Agora esse lobinho está na minha frente, tentando me matar. Isso que dá ser a porra do Robin Hood.

Eu ainda estou no chão, e não consigo evitar o soco na maçã do rosto. O segundo soco acerta meu nariz fazendo sangrar em instantes.
Esqueci como lobisomens tinham uma força inimaginável.

A dor em meu corpo é acionada, mas a adrenalina em minhas veias estava no máximo.
Chuto seu saco, fazendo o homem cair de joelhos em minha frente.
Então a minha oportunidade se inicia, me levanto e junto forças de vários ancestrais pra correr até uma gaveta próximo, aonde num fundo falso havia uma faca.

Abro a gaveta jogando roupas pelos área e puxo o fundo, retirando a faca extremamente afiada. Hora do churrasco. Lobo cortadinho cru.

Antes que ele avança e me joga na janela, eu pulo em sua direção, cravando a faca em seu pescoço, atravessando em diagonal.

Eu não sinto remorso, quando minha vida está em jogo e minha única opção é matar para não ser morta.

— Você foi chamada, senhorita.

Elena aponta pra mim, logo um guarda me empurra, fazendo eu cair de cara no chão. Ele ri da minha cara, vejo as outras pessoas do dormitório rindo por dentro, enquanto controlavam o sorriso diante da saudação.

Me levanto em um pulo e caminho junto a mulher e o guarda. Passo por corredores estranhos, eram muito tecnológicos e modernos.
As paredes eram claras, tinha troféus de shadowhunters e jornais enquadrados.

Todo esse lixo parecia um mundo incrível, novo, lindo. É realmente uma pena todas as pessoas que foram convencidas a quê a Clave é uma organização para fins de bom moral ético. Corrupção, tráfico de pessoas, drogas ilícitas estavam na sua lista de mil páginas com tudo que faziam contra direitos humanos.

É irônico pensar quê tudo que fazem faz parte de uma elaborada mentira, tudo sem exceção.
São sujos, podres e nojentos.

A mulher em minha frente era alta, seu cabelo era muito escuro e seus olhos e pele claros. Sua face era numa forma de rigidez, eu a odiava desde que pisei meus pés aqui.

— Vamos, sente-se cadete.

Me sento em uma poltrona branca, seu visual contemporâneo era deslumbrante. Minhas roupas eram mais trapos, meu cabelo era seco como palha e minhas unhas eram quebradas.
Pelo menos minha higiene era regulada uma vez por dia, direito a um sabonete compartilhado líquido, o chamamos de vômito.

Minha dignidade foi pra puta que pariu nesse lugar.

— Espere ser chamada, após isso entre.

Elena senta ao meu lado, sua saia vermelha ia até o joelho, e pequenos saltos ela tinha no pé. A mulher não sabia combinar cores, com certeza uma blusa rosa chock não é bonita em combinação do vermelho.

Eu finjo desinteresse enquanto observo o tablet no seu colo.
Michael.
O seu número estava na tela, junto suas informações. Ao lado de sua foto e nome, escrito embaixo da data de nascimento tinha um número.

Zero.

Dizia a data de previsão de alta. Que eu me lembre, em meu registro tem o número 15.

Volto olhar pro quadro em minha frente, espero alguns segundos e volto atenção pro tablet, ela estava configurando os dados de Michael, e de repente ela muda os status de data da previsão.

Fazendo minhas contas de matemática, ele apenas sairá daqui com dezenove anos. Cinco anos até que isso se realize.

A vontade de chorar por ele é absurda. O vômito sobe pela minha garganta até sentir o gosto do feijão que eu comi no almoço.

— Jane —  Elena diz, fazendo eu me assustar, mas ela sequer olha pra mim. — Entra.

Me levando e caminho até a porta de três metros de altura. Uma madeira pesada ao ser empurrada.

Olho que a sala tinha um ar sombrio, as luzes são apagadas dessa sala enorme, deixando apenas iluminado o caminho até a mesa comprida.

Um homem estava sentado. Ele era pouco velho, tinha ombros largos e uma pele jovem de poucas rugas, mas seu cabelo grisalho mostrava sua idade.

A mesa branca tinha dois metros de comprimento, deixando te intimidar.
Tinha apenas duas cadeiras desconfortáveis ao se sentar, retas e duras. Seu olho azul me encarava sério, buscando falhas.

— Estou impressionado... — Ele começa, com uma voz sutil. — Você parece realmente infalível.

Eu não digo nada, esperando ele continuar.

— Meu nome é Richard, acompanho seu crescimento à catorze meses. Suas habilidades são extraordinário, força com você é algo incrível, eu nunca vi de perto uma lenda ser criada. — Continua. — Então, me diga, você é mesmo infalível?

A resposta programada em minha cabeça para o agradar estava pronta a bastante tempo, na verdade.

— O que é infalível, Richard? Se meu erro for ser fiel demais à Clave, então, sim eu falhei. Meu amor por essa vida é algo que não pode imaginar, senhor. Sou honesta.

Ele me analisa, talvez queira ver o quanto sou mesmo honesta.

— Entendo, Jane. Nesse caso, algo está pronto para você, uma vida rica. Você terá tudo que quiser, e o melhor, vai ser muito fácil pra você.

O encaro de volta, ele surge com um papel, cheio de páginas que eu não vou ter tempo de ler.

— Isso seria incrível.

Ele sorri.

— Claro, apenas tem que assinar esse documento. Após isso terá missões, mas, conversamos sobre isso mais tarde, que tal você assinar primeiro, em?

Ao lado do documento uma simples caneta preta existia, faço minha assinatura. Ele arranca após ser assinado, sorrindo satisfeito.

— Vamos então, para a próxima etapa. Não se preocupa, não vai doer.

Uma pequena agulha era injetada na minha veia, ao tempo que eu cai da cadeira pela droga.