É, essa é a minha verdade;
Ficarei todo coberto com ferimentos;
Mas é o meu destino;
Mesmo assim, quero me esforçar e lutar.
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Eu arrumava a gola de meu terno pela milésima vez em frente ao espelho, mergulhado nos pensamentos de que, se eu descesse para aquele café da manhã, seria coberto de críticas e perguntas sobre minha vida amorosa, e acredite, que se eu falasse apenas para meus pais, o reino inteiro saberia, castelos tem ouvidos. Não aguentava o olhar que meu pai, Rei Kaew Vajiralongkorn, me lançava ao perceber que eu era mais um dos afetados no azar do amor. Estou começando a achar que isso faz parte da maldição.
Ah sim! A maldição.
Reinos como o meu convivem com isso, certo? Ou pelo menos deviam se acostumar em conviver. Tudo começou no casamento de meu pai, com a minha mãe, a Rainha Victória Dae, eles, apesar de serem prometidos um ao outro na tentativa de criar alianças com a Inglaterra (e esse é o motivo de minha mãe ter traços ocidentais), os dois se amavam, e na época minha mãe estava grávida. A cerimônia de casamento se passava por mil maravilhas, uma festa linda no salão do palácio, convidados de todos os países, reis e rainhas de até outros continentes! Mas foi quando as portas de entrada se abriram e a escuridão adentrou nesse castelo, onde até hoje, restam algumas sombras. A temida feiticeira Maharet adentrara, ela estava irada, pois, o rei não havia comprido o combinado, assunto que meu pai nunca me disse qual era, então eu nunca soube qual era o tão famoso combinado. Mas em seguida, a velha sentiu com seu olfato horrendo a fertilidade no ventre de minha mãe, e logo, percebeu que podia alastrar seu ódio em todo o reino com aquele fruto, aquela criança, comigo.
O reino iria sofrer pobreza, a cada ano que se passava, a colheita e a água iriam diminuir aos poucos, e se o Príncipe Herdeiro não achasse seu amor verdadeiro, onde às duas pessoas se amam totalmente e involuntariamente independente do que aconteça até o dia de seu aniversário de 25 anos, a maldição será permanente e nenhuma vida sobreviverá a tamanha pobreza.
Eu fui criado para ser o salvador do povo.
Saí de meu transe diário (esses pensamentos vinham em minha cabeça todos os dias, me pressionando ainda mais) e então, analisei meu reflexo no espelho, buscando algum defeito que o meu pai pudesse apontar logo que eu me sentasse à mesa.
Estava tudo em perfeita ordem, os cabelos lisos e escuros arrumados devidamente, a postura correta, os olhos azuis com um misto de confiança, e o visual "digno de um herdeiro'" como ele mesmo diz.
Desci as escadas assim que saí do meu quarto e fui apressado para a sala de jantar, onde meus pais já estavam tomando café, ultrapassei a porta, sentindo minha barriga roncar diante de todas àquelas delícias postas na mesa, e encarei meu pai:
- Bom dia, pai.
Ele me passava nervosismo, sempre com sua barba negra cobrindo metade do rosto, o olhar cínico e sério, os lisos cabelos cortados devidamente e as reprovações que jogava em minhas costas. Mas, oras, ele era meu pai afinal, podia ser rei, mas era meu pai. Eu tinha que ama-lo, é o dever de um filho, não?
Então, minha cabeça virou-se para minha mãe, ela me transmitia calma e tranquilidade, aquela mulher era maravilhosa, na maioria das vezes me entendia, e quando não entendia, achava um caminho em que ambos concordávamos. Ela me ensinou a ler e a escrever, enquanto meu pai me ensinava a lutar e a reinar. Ela tinha os olhos azuis como o céu, qualidade essa que felizmente, eu puxei, e seus cabelos eram ondulados e longos, a pele branca como a minha era visível de longe
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𝐂𝐮𝐫𝐬𝐞𝐝 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞
FanfictionEm um reino muito distante, havia um povo cheio de fartura, graças ao bom rei, porém no dia do casamento da Majestade, uma feiticeira muito poderosa, invadiu a grande cerimônia e interrompeu a felicidade de todos. Lançando a maldição que, a cada ano...