Você me faz começar:
Você me refez.
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Limpei as bochechas molhadas de lágrimas e rapidamente recompus minha postura, tentando ao máximo não parecer fraco. Então, esbocei um sorriso torto para ele.
- Vegas Vongpradith? Ah, sim... Você veio com a sua irmã, certo?
Vegas assentiu, mantendo a aura calma, ele apontou para a porta e me explicou porque estava ali. Claro que ele havia me visto chorar, mas eu percebia que tentava não ligar para isso, não me deixando mais desconfortável do que eu já estava.
- Ah, sim. Malee, eu estava a leva-la de volta, estávamos saindo pelo saguão quando eu ouvi um barulho alto. Eu me preocupei de que alguém tivesse se machucado então eu vim ver o que tinha acontecido. E te encontrei aqui.
Seu tom de voz era calmo, Vegas me encarava com os olhos escuros. E foi depois de alguns segundos que ele percebeu que estava falando com o Príncipe Herdeiro:
- Oh! Me desculpe! Alteza... - Vegas curvou-se numa reverência, ato que me deixou um pouco constrangido, já que eu estava chorando e agachado no chão.
- Não, não precisa disso! Me chame apenas de Pete
Ele me respondeu com um cenho franzido, se agachou também, ficando "na minha altura", virou a cabeça em minha direção e perguntou:
- Pete... Isso não seria muito íntimo? Eu sou apenas um plebeu.
Soltei uma risada, desta vez, não foi forçada, o que me fez sentir um pouco melhor. Era estranho, eu me sentia confortável com Vegas, apesar de tê-lo conhecido há dois minutos.
- Bom, você me viu chorando e enlouquecendo. O que pode ser mais íntimo que isso? Além do mais, eu não gosto muito de ser chamado de Alteza.
Ele me respondeu concordando, levantou-se do chão e me estendeu a mão, a fim de me ajudar a levantar também. Segurei seu pulso, apoiando meu peso nele por um segundo e ficando de pé finalmente. O constrangimento tomou um pouco de meus ombros assim que notei que Vegas era mais alto que eu, situação engraçada, pensei comigo.
- Obrigado.
Arrumei a barra de minha roupa, botando um sorriso no rosto, tentando convencer Vegas que estava melhor. E então, rapidamente, notei suas roupas, eram simples e de segunda mão. Tentei não me entristecer com aquilo, por mais que o fato me lembrasse de quando meu pai dizia que antes da maldição, todos se vestiam adequadamente e ninguém sofria nos invernos. Kaew dizia aquilo como se tudo isso fosse minha culpa.
Por alguns anos eu pensei que fosse.- Hum, a sua irmã. Malee, ela não ficou chateada não é? Quer dizer, por não ser "a prometida".
Vegas balançou a cabeça negativamente, esboçando um sorriso certamente debochado, como se lembrasse de algo distante.
- Não, e também, não imagino essa possibilidade. Malee não quer ser esposa de ninguém pelo que sei, ela é bem decidida quanto à isso. Acho que ela surtaria se o teste desse certo. Estou um tanto aliado de irmos para casa.
Sorri, imaginando a possibilidade de Malee surtar, me lembrava de sua feição quando observara ela e Vegas anteriormente, os dois eram um tanto parecidos, mas diferentes. Complicado de explicar, é um fenômeno que só pode ser visto.
- Mas, se ela passasse no teste, seríamos Almas Gêmeas. E de certo modo, não teria para que ela surtar, já que o destino iria nos querer juntos.
Comentei comigo mesmo, sem nem mesmo perceber, eu estava falando como minha mãe, totalmente meloso. Senti minha nuca queimar de constrangimento quando o olhar de Vegas pousou em mim depois do que eu dissera, maravilhado. Como se eu tivesse acabado de recitar uma linda poesia. Levei a mão direita na nuca, que ainda queimava.
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𝐂𝐮𝐫𝐬𝐞𝐝 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞
أدب الهواةEm um reino muito distante, havia um povo cheio de fartura, graças ao bom rei, porém no dia do casamento da Majestade, uma feiticeira muito poderosa, invadiu a grande cerimônia e interrompeu a felicidade de todos. Lançando a maldição que, a cada ano...