♔︎ 𝐀𝐝𝐨𝐜𝐢𝐜𝐚𝐝𝐨 ♔︎

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Capítulo dedicado aos Kinnporsche!!!

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Eu trabalhava no palácio desde que tinha 14 anos. Destemido a me tornar chef, este que era meu sonho, funcionou de uma forma que nem mesmo eu pensava que funcionaria. Em pouco tempo, até mesmo o rei Kaew havia notado meu grande potencial em cozinhar.

Eu tinha 15 quando Kinn chegou. Ele veio primeiramente como empregado simples, e então não se encaixou no trabalho, tentou então, ser jardineiro no palácio, não conseguiu. Mais uma vez, não durou nem uma semana como mensageiro. Eu estava lavando o último prato da louça quando um conselheiro adentrou a cozinha com um garoto mais ou menos da minha idade, tinha os cabelos castanhos claros e um sorriso envergonhado.

"Esta é sua última chance no palácio, Kinn. Se não der certo aqui, lamento, mas terá de voltar para casa" Foi o que o conselheiro disse antes de deixar o garoto, que aparentemente se chamava Kinn sozinho comigo.

Sorri, um pouco desajeitado, secando minhas mãos nas calças antes de apertar a mão do garoto. E aquele pequeno gesto começou uma grande amizade, começou o emprego fixo de Kinn, começou tudo.

Hoje em dia, não se passa nem um dia sem que eu converse com Kinn. Alguns hábitos pegam, não?

- Me ensina a fazer um bolo? - Kinn manhou do outro lado do balcão enquanto eu guardava algumas verduras.

- Já disse, Kinn. Tentei várias vezes te ensinar e você nunca aprende, isso sem contar a sujeira que você faz!

Ele abaixou a cabeça dentro dos braços cruzados, suspirando pesadamente, depois, a levantou rapidamente:

- Eu prometo que desta vez eu vou aprender! Estou com muita vontade de bolo de morango, Che...

Encarei com destreza aquele olhar infantil de Kinn, sempre carregava esse olhar quando queria muito alguma coisa. Cedi, rolando meus olhos e dizendo por fim:

- Está bem! Mas essa é a última vez que eu irei te ensinar!

- Obrigada, mamãe.

Grunhi e soquei levemente seu ombro. Kinn me chamava assim sempre que eu começa a mandar muito nas coisas, eu gostava do apelido (apesar de ser feminino, era carinhoso).

- Se quiser fazer terá que pegar as coisas, desta vez vou apenas lhe ensinar e provar se está bom!

Ele assentiu, enquanto já se abaixava para pegar a vasilha necessária na prateleira abaixo do balcão, em minutos, na mesa de preparo já se encontravam os morangos, a vasilha, a farinha, leite e ovos.

- Isso - Comentei, observando os ingredientes - Agora, bata os ingredientes na vasilha.

Kinn assentiu, visivelmente animado, ele fazia o que eu havia instruído e, apesar de estar concentrado, pude perceber que algo lhe incomodava. Deixei minha cabeça baixa, pois pelo que eu já conhecia de Kinn, em poucos segundos ele me perguntaria algo:

- Che, eu ando percebendo que você está muito quieto - Tomou uma pausa - Talvez até me evitando, por quê?

Tentei não soltar um grunhido quando a pergunta me atingiu, os olhos se fecharam enquanto eu sentia a nuca queimar, assim como o rosto por inteiro.

A verdade era que, ultimamente eu tenho reparado muito em Kinn, não como um amigo. Eu reparava em seus braços quando as mangas estavam puxadas para lavar a louça, reparava em seus lábios quando ele os deixava umedecido com a língua, reparava em como ele passava a mãos nos cabelos quando já estava cansado de descascar batatas, reparava no modo como ele ria das piadas que eu fazia, e a coisa que mais me davam borboletas no estômago, o modo como seus olhos escuros olhavam para mim enquanto ele me dizia algo.

𝐂𝐮𝐫𝐬𝐞𝐝 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora