♔︎ 𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐚 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐨𝐬𝐚 ♔︎

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Oh! Esta noite veio até mim;

Um sonho diferente está se aproximando.

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Quando o final de tarde já se estendia no horizonte, eu finalmente fui para casa, as conversas com Tankhun e Pete estavam tão cativantes, foi reconfortante ver que pelo menos consegui desviar um pouco da atenção do príncipe no enterro, por mais que isso soasse um tanto ignorante, sentia que se Pete ficasse todo o tempo olhando para Victória como pretendia, ele quebraria por inteiro.

Me despedi de Pete na saída, dizendo para ele ficar bem e logo ir dormir, a mão de Malee estava em meu braço, ela se encolhia pelo frio do vento que se instalava no local. Pete acenou uma última vez antes de ordenar os guardas a fecharem as portas e então, eu e Malee iniciamos uma longa caminhada até em casa.

Pete havia insistido para voltarmos de cavalo novamente, mas eu jurei que uma caminhada nos faria bem, depois de cinco minutos de muita insistência, ele cedeu.

Voltávamos para casa sentindo a brisa da despedida do sol nos desejar adeus enquanto adentrávamos trilhas e seguíamos caminhos até a vila, lugar que hoje em dia já se encontrava muito mais simples do que quando eu era criança. Sabe, muitas pessoas costumavam culpar Pete, Kaew ou até a falecida Victória pela pobreza, mas eu sabia que nada disso era culpa da família real, eles não tinham que carregar o peso da consciência nem reconhecer os atos. Eles apenas foram alvos mais certeiros de Maharet, e sofriam a maldição assim como todos os cidadãos.

Malee disse para nos apressarmos quando passamos por uma parte mais escura do bosque, já que ela jurava poder ouvir os ogros procurando jantar, desde pequena ela morre de medo de ogros, já que nosso pai fora morto por um deles. Malee, quando era pequena, muitas vezes dizia poder entender a língua dos ogros, o que muitos consideravam brincadeira de criança, já que a língua dos ogros é algo totalmente maluco.

Engraçado, ela ainda podia ouvi-los?

[...]

- Está frio lá fora?

Minha mãe perguntou assim que entramos em casa, eu deixei meu casaco no cabide, assim como o de minha irmã, já que a casa estava quente pela lareira acesa.

- Como na Antártida! - Malee sorriu, libertando os cabelos lisos que antes estavam num coque.

Mamãe sorriu enquanto fazia mais um ponto no tricô, era uma mulher de beleza peculiar, tinha os cabelos curtos sem muita definição entre ondulado e liso, estes, já eram grisalhos. A corcunda em suas costas começava a se formar pelo trabalho duro e as mãos ágeis se encontravam sempre trabalhando em algo. Ploy, minha mãe. E minha mãe era extraordinária.

Sorri para ela e me sentei na cadeira em sua frente, ao lado da lareira, sentindo meus pés se aquecerem. Minha mãe soltou um suspiro longo e levantou o olhar para mim:

- Como foi o velório?

Balancei meus ombros, encarando o fogo dançar, escolhendo as palavras exatas para a pergunta, suspirei como minha mãe e por fim, voltei a olhá-la.

- Foi estranho. Velórios definitivamente não foram feitos para serem normais... Pete parece estar péssimo, tentei animá-lo, talvez tenha dado certo, talvez não. O que será desse reino agora, apenas com Kaew?

Minha mãe já sabia da minha amizade com o príncipe, e por causa disso, não se espantava quando eu lhe chamava apenas de Pete. Me lembrava do primeiro dia que falei com o príncipe, onde eu o encontrei chorando ao lado do vaso quebrado, assim que cheguei em casa contei tudo em mínimos detalhes para Ploy, que apenas sorria, animada por eu estar animado. Nunca esquecerei deste dia.

Principalmente por causa de Pete.

- Pete é um ótimo garoto, e de um grande coração - Minha mãe levantou as sobrancelhas - enquanto tricotava - Ele vai ajudar a cuidar deste reino, mesmo se o pai dele não gostar. Grande parte de Victória está nele, pode ter certeza, meu filho.

Ela levantou o olhar para mim, sorrindo gentilmente enquanto me confortava. No momento, Malee se encontrava já dormindo na cama de palha de nossa casa, esta, que não era nem a cinco metros de onde estávamos. Nossa casa era de madeira e pequena, meus pais haviam construído na época que se casaram, sem ajuda, mas incrivelmente, a casa ainda estava de pé, mesmo sendo simples, minha mãe dizia ser por causa do amor que tínhamos, eu escolhi acreditar nisso.

- Se aproxime mais de mim, filho - Ploy sorriu, agitando suas mãos magras num sinal para eu me curvar para mais perto. E foi o que fiz.

- Não importa o que aconteça, cuide muito bem de Pete, está bem, Vegas? Ele é especial e eu tenho certeza que vai salvar este reino.

Ela disse como se fosse um segredo, um segredo que apenas nossa casa de madeira simples podia ouvir.

Pelo Narrador:

Malee mantinha os olhos fechados, mas os ouvidos bem abertos. Encolhida embaixo de uma coberta na cama, ela escondia um sorriso com tal pano, estava feliz.

Malee era a criatura mais observadora da face da Terra, desde cedo, quando era apenas uma pequena criança ainda a aprender palavras, essas que nunca saiam certas, mais como um grunhido, a língua dos bebês. A garota sempre gostou de observar os hábitos e ações de qualquer um.

Foi com cinco anos que começou a ouvir os ogros, e também, nessa idade, ela começava a perceber certas sensações nas quais suspeitava que outras crianças não sentiam. Como, por exemplo, ela sabia quando uma menina gostava de um garoto na sua roda de amigos, mesmo sem ninguém lhe dizer nada. Ela podia sentir um formigamento nas orelhas quando alguém trocava elogios amorosos. Basicamente Malee sempre foi diferente de qualquer outra criança.

E agora, além de observadora (dom que agora possibilitava ela de ouvir o pequeno segredo de sua mãe e seu irmão) suas sensações estranhas ficavam estranhamente sensíveis quando ia ao palácio, principalmente quando Vegas e Pete conversavam. Ela era diferente, porém não era uma criança mais. Gostava disso.

Gostava de como as orelhas formigavam muito mais quando Pete ria das piadas de Vegas, gostava de como o coração esquentava quando Pete dizia o nome do irmão para chamá-lo.

Quando Vegas terminou de conversar com sua mãe, disse que iria até seu pequeno canto da casa, onde sua cama estava, Ploy disse ao filho que havia chegado algo para ele, seu irmão ficou curioso e atacou o objeto embrulhado em cima da própria cama.

Malee abriu uma pequena fresta de seus olhos sutilmente, afinal, curiosidade viera de sangue, e ela viu, Vegas com os olhos brilhantes, mais que todas as estrelas do céu, mais que a própria lua. Ele carregava uma pequena pilha de três livros grandes, um tinteiro e uma pena, não tinha nenhum endereço, então, não era possível saber quem havia mandado o presente, tal presente que fez Vegas sapatear pelo chão de madeira, rindo.

Vegas apenas manteve o sorriso de canto a canto no rosto e deitou-se para dormir, Malee fechou a pequena fresta de seu olho, ainda sorrindo largamente embaixo das cobertas.

Não conte aos ogros,

Mas Malee sentiu as orelhas formigarem.

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Oioi amores,  tudo bem??

O que acharam do cap de hoje?? Nele eu quis abordar um pouco como é a vida do nosso querido Vegas.

Quem vcs acham que mandou esse presente??

Não se esqueçam de comentar e dar uma estrelinha

Até a próxima att, beijinhos 😘

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⏰ Última atualização: Oct 29, 2023 ⏰

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𝐂𝐮𝐫𝐬𝐞𝐝 - 𝐕𝐞𝐠𝐚𝐬𝐏𝐞𝐭𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora