🧟9°Capitulo🧟

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Quando abri os olhos, já era noite. Estava enrolada na cama e sentia dores por todo o corpo. Lembro-me da pobre mulher sendo devorada. Me sento ainda confusa com Merle se virando já para sair do quarto.

- O que você foi fazer, garota?

- Eu só estava tentando ajudar.

- Sabe o que resultou sua ajudinha? Mais mortos em volta da casa.

Eu não conseguia acreditar no que ele estava dizendo, mas eu sabia que sim, eu teria resultado numa pequena atenção. Não sabia como estava ao redor da casa nesse momento, mas podia imaginar. Já era de se esperar que mais uma vez teria causado isso. Em minhas memórias, tinham boa parte de todas as vezes que tentei ajudar alguém e, no final, sempre acabava encurralada em algum canto. Não iríamos continuar na casa por muito tempo, mesmo que agora tenhamos que sair o mais rápido possível. Me levanto sentindo tontura.

- Continue deitada - disse ele, se aproximando e me ajudando a apoiar no mesmo - você está fraca, vai cair novamente.

Sem relutar, apenas concordo com a cabeça. Ele me senta na beirada da cama e coloca a mão em minha testa. Sua feição era absolutamente indecifrável.

- Podemos tentar sair da casa.

- Menina, você está ardendo de febre, mal consegue se levantar. Se tentarmos sair no seu estado, os dois vão morrer.

- Se ficarmos, vamos acabar morrendo de qualquer forma.

- Por favor, descanse. Vou dar um jeito de sair.

Ele sai sem dizer mais nada. Me deito novamente com pensamentos distantes. Se não melhorar, vou mesmo colocar nossas vidas em perigo. Como posso sair assim se nem em pé estou aguentando? Talvez o que funcionasse agora seria Merle ir sozinho. Eu seria uma boa distração para os mortos. Não sei se conseguiria continuar. Todo esse tempo mantive força para procurar Allan, mas sem ao menos saber se ele Estava vivo, estaria decepcionado neste instante, mas nada ficará bem. Posso estar mal o suficiente para pensar isso, ou não. Somente é difícil pensar positivo quando tudo está dando errado. Tanto tempo perdido à toa, ando tão perdida neste mundo, sentindo derrota. Meus olhos ficam pesados e adormeço.

No susto, acordo com um forte barulho de tiro na parte de baixo da casa. Cambaleando, me levanto apoiando-me sobre os móveis quando Merle entra, fechando a porta com uma mochila nas costas e sua arma em mãos.

- O que está acontecendo? - perguntei.

- Os mortos entraram.

Em estado de choque, minha visão começa a ficar embaçada, sem qualquer movimento. Abro a boca para falar, mas nada sai. E agora, o que fazemos? Me vendo em desorientação, Merle corre para a janela, a abre e passa a olhar o lado de fora.

- A altura é pouca, vamos ter que pular.

- Não vou pular.

- Vai sim, garota - ele diz, arrogante.

- Merle, pelo amor, não vou conseguir acompanhar você.

- Presta atenção, os mortos estão entrando. A poucos deles do lado de baixo da janela. Eu pulo primeiro, sem problemas, mas você tem que fazer um esforço para nós dois sairmos daqui.

- Não vou.

- Ah, você vai sim. Não vou deixar que você fique e seja devorada.

Não pensei que os caminhantes pudessem entrar tão rápido. A escolha era minha, mas eu sabia que se não cooperasse, ele ficaria até me convencer e, eventualmente, nós dois morreríamos. Estou destruída com toda essa dor, esse mal-estar terrível. A altura é algo que, se eu pensar demais, me assusto. Com o olhar sobre mim, uma resposta é esperada.

- Tudo bem, eu pulo logo depois de você.

Sem prolongar, Merle dá alguns tiros nos mortos que estão mais próximos do lado de baixo.Ele me ajuda a chegar até a janela, pega meu arco e minhas coisas e as joga.

- Estarei embaixo caso não consiga se segurar, vou estar lá para te ajudar.

- Certo.

Um amor entre o caos - Darly dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora