- Quem é você? - digo, encarando-o.
- O cara que evitou que você fosse mordida. Não precisa agradecer.
- Como você me viu aqui? - pergunto.
- Estava andando e, até o momento, nunca vi um morto de cabelos ruivos. Imaginei que fosse um vivo.
- Faz quanto tempo que está por aqui?
- Pouco.
Ele aponta para meu arco e flecha ainda em sua direção.
- Pode abaixar?
Ainda desconfiada, abaixo meu arco.
- Com fome? - pergunta, me encarando, e eu assinto com a cabeça. Ele tira uma fruta de sua jaqueta e joga para mim.
- Obrigada. - Agradeço, me sentando novamente sobre a pedra, imaginando que a qualquer momento o homem iria embora.
- Qual é o seu nome? - diz, se encostando numa árvore.
- Andy Gross.
- Você está sozinha?
- Sim. - Ele me observa, parando seu olhar em minha blusa rasgada e suja de sangue. O homem não me parecia ser ruim, mas nesse mundo não se dá para confiar em ninguém.
- Você está bem?
- Estou.
- Não aparenta estar. Seu rosto está pálido.
Já fazia tanto tempo que não me olhava em um espelho. Nem mesmo sabia minha situação. A parental nesse mundo destruído não era o mais fácil de se viver. As roupas que me vestia eram pegas por mim de casas vazias. A comida era quase impossível de se encontrar. Fico calada, sem ter uma resposta, quando vejo uma horda de zumbis por perto. O homem que antes se encontrava encostado nota o mesmo que eu e prepara sua besta. Me levanto com minha flecha.
- Péssima hora para conversar. - Digo, atirando uma flecha em um errante que vinha.
De costas um para o outro, matamos os poucos que vinham. Logo estaríamos rodeados.
- Precisamos sair daqui, diz o homem.
Ele me agarra pela mão e começa a correr, me puxando. Não era um modo gentil de ser puxada, mas para sobreviver, estava valendo. Correndo, saímos da floresta e fomos para a cidade, entrando em um pequeno mercado. Logo, o homem solta minha mão e averigua o lugar. Olho atenta para as prateleiras, que ainda tinham várias comidas, mas muitas coisas estavam derrubadas no chão. Apreensiva, pego alguns enlatados, biscoitos e água, colocando-os em minha mochila.
- Não tem nenhum - diz ele, aparecendo e me assustando.
- Ótimo, eu já achei o que precisava. Agradeço pela ajuda, mas preciso ir, digo, fechando a mochila.
- Você não pode sair agora.
- Por que não? Já nos desviamos do pior.
- Olhe para fora.
- Mas que merda-O vidro do mercado mostrava muitos errantes do lado de fora, o que era assustador, já que não tinha muito tempo que havíamos entrado.
- Não corri com você para acabar morta em segundos-ele diz.
- Suspiro, me encostando em uma prateleira.
- De onde você veio?-pergunto.
- De um acampamento-diz ele.
- Tem muitas pessoas lá?
- Não.- Seu modo de falar me faz perceber o quão invasiva estou sendo.
- Sou Daryl Dixon, diz ele, quebrando o silêncio que passou.
- Belo cordão, digo, debochando dos esquilos mortos pendurados.
- Sobrevivência ruiva.
- Notei.
- Está caçando desde quando?
- De ontem para hoje.
- Agora o mundo se tornou isso, pessoas matando animais para não morrer de fome. Top.
- Não reclame, ainda temos O que comer?
- Uma hora ou outra não teremos.
- Aproveite enquanto tem. - Ele andando para outro corredor.
Fico calada se esse vírus não tiver uma cura. O que será dos que ainda tentam se manter vivos quando a comida acabar? Morreram? Tem que haver algum local seguro. Se não houver esperança, como continuar lutando? Volto a vasculhar as prateleiras, pegando o máximo que eu conseguir de alimentos, enquanto penso se Merle estaria bem nesse curto tempo que saí. Não tinha uma escolha, apenas precisava sair daqui antes do anoitecer. Quanto mais ficávamos, mais errantes cercavam o mercado. Se Daryl se unisse comigo, conseguiríamos sair, mas ele não me parece disposto a isso.
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Um amor entre o caos - Darly dixon
Romantizm*andy gross Quando tudo começou, era assustador. Pessoas sendo devoradas e, aos poucos, o mundo se acabando. Eu não estava preparada, aliás, quem estaria? Em busca de sobrevivência, continuei lutando. Deveria haver uma explicação para esse caos, mas...