-Ray, a gente vai sair pra beber hoje- Falou May pulando em cima de mim. Tava pegando minhas coisas pra ir embora, o café já estava fechado, o meu primeiro dia tinha sido bastante cansativo, não parei um minuto sequer.
-Maya, eu tô cansada e você sabe que não posso me dar ao luxo de gastar dinheiro.
-Não importa, vamos, eu pego a sua bebida. Por favor, o Jasper que pediu pra te chamar.
Suspirei em sinal de derrota, sempre foi assim desde o
Ensino médio, a Maya não aceita um não tão fácil.
-Aeeee, hoje você não volta pra casa sem estar bêbada- Falou rindo me abraçando por trás, não pude deixar de conter um sorriso até porque não sou burra de recusar bebida grátis.◌ ◌ ◌╰── - ̗̀❢ ̖́- ──╯◌ ◌ ◌
O bar não era muito longe do café, era aquele típico bar de esquina tranquilo que quase sempre está vazio. A Maya estava contando sobre o último encontro desastroso que ela teve, Jasper bebia uma cerveja enquanto ria da cara dela, não lembro quando foi a última vez que me permiti me dividir e rir desse jeito tão espontâneo.
-Agora me conta Ray, como você acabou amiga dessa louca aqui?- Perguntou Jasper com um sorriso largo e um brilho de curiosidade nos olhos.
- Não é uma história tão interessante, apenas éramos da mesma escola durante o fundamental, no ensino médio já éramos inseparáveis.- Falei dando de ombro e levando minha garrafa de cerveja aos lábios.
-Conheci meu namorado dessa forma também.- Engasguei com a bebida, ele disse namorado?
-Namorado?- Perguntei sem conseguir esconder minha surpresa.
- Sim, namorado- ele respondeu rindo- achei que a May tivesse contado, ela gosta de falar da minha vida pras pessoas.- Olhei pra Maya em choque, ela continuava a beber sua cerveja como se nada tivesse acontecendo ao seu redor.
-Não me olha assim, pensei que o seu "Sensor gay" não falhasse com ninguém.
-Sensor gay?- perguntou Jasper com curiosidade.
-Meu primeiro namorado era gay, graças a minha convivência de dois anos com ele consigo diferenciar um gay e um hétero facilmente, é uma habilidade útil na balada.
-Então a sua habilidade falhou comigo - Jasper respondeu rindo
-É, parece que sim.
-Espera, agora que reparei, qual é essa de apelidos parecidos?-Perguntou Jasper com certa curiosidade no seu tom de voz
-Como assim?- Maya perguntou
- Você sabe, May e Ray, é algum lance de amigas?
-Não tem lance nenhum - Respondi rindo- Quando conheci a Maya as pessoas já a chamavam assim, e Ray, bem meus pais sempre me chamou assim então pegou com o tempo.
-Ah…entendi- Pera, ele parece desapontado por não ter uma história super envolvente e interessante por trás dos nossos apelidos. Não me aguentei e comecei a rir da sua cara, segundos depois estávamos os três gargalhando que nem três idiotas bêbados, se bem que parte do bêbados seja real.◌ ◌ ◌╰── - ̗̀❢ ̖́- ──╯◌ ◌ ◌
O resto da noite foi incrível, muito divertida, conversamos bastante e bebemos horrores, agora tô aqui tentando acertar a chave no buraco da porta a dez minutos. Meu bisavô construiu essa casa no início da década de 50, meu avô herdou e depois a minha mãe, ao longo das décadas a casa foi sendo modernizada, cinco anos atrás meus pais faleceram deixando assim a casa pra mim. Três quartos no andar superior e um no andar térreo, minha mãe sempre amou o conceito aberto então o térreo é quase todo composto por enormes janelas que vão do chão ao teto, na sala de estar há uma parede inteira de vidro onde a minha mãe amava sentar me observar brincar no quintal, uma casa construída inteiramente pensando na família meu bisavô a construído perto da floresta deixando apenas uma enorme cerca de madeira nos separando dela, entre mim e os vizinhos a no mínimo um quilômetros e meio de pura árvores tornando o lugar perfeito pra quem gosta de privacidade.
Subi as escadas quase caído de tão tonta que tava, as paredes estavam girando ao meu redor nem sei dizer como conseguir chegar no meu quarto, apenas tirei a minha calça jeans o meu sutiã e me joguei na cama amanhã com certeza irei acordar com uma grande dor de cabeça, culpa da May e do Jas, nunca mais aceito convite de bebida grátis na minha vida.
Acordei de madrugada suando me sentindo observando, o que é impossível, tenho certeza que tranquei a casa antes de subir pro quarto, olhei no relógio na cabeceira da cama e vi que era três horas da manhã. Desci até a cozinha em busca de água, não parecia ter nada de diferente em casa, conferi a porta e ela tá trancada então é impossível alguém ter entrado. Peguei o copo e levei a boca assim mas parei antes de chegar, eu estava enganada, havia sim algo de diferente na minha casa, encima da ilha da cozinha havia uma edelweiss, uma flor que simboliza o amor eterno.
Deixei o copo cair antes mesmo de conseguir raciocinar, não importa o quão bêbada eu tava, não tinha como essa flor ter vindo parar aqui, edelweiss mais conhecidas como dente-de-leão floresce entre julho e setembro em alguns locais da Suíça, Áustria, França e Itália, impossível tá aqui, não estamos na época e muito menos em lugar de grande altitudes. Que merda tá acontecendo? Por que alguém entrou na minha casa e deixou essa merda de flor?
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Nightfall (Em Hiato)
RomanceUm perseguidor. Um stalker. É um jogo de Lobo e Coelho. Predador e presa! Ray só queria um pouco de dinheiro pra conseguir comer nas próximas semanas até arrumar um novo emprego, só não imaginava que isso a levaria a ser a maior obsessão dele.